Os irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da J&F, estão no centro de uma polêmica envolvendo o setor de energia elétrica, que ficou conhecido como o caso “Eletrogate”, tema de uma série de reportagens da revista Piauí.
Em 2021, o Brasil foi atingido por uma forte crise hídrica, que forçou o governo a fazer leilão com empresas de energia para promover a construção de usinas termoelétricas. Em 2022, a Âmbar Energia, empresa do grupo J&F, acabou comprando o direito da empresa que arrematou o leilão.
O contrato previa a construção de quatro usinas, as quais, somadas, custariam quase R$ 19 bilhões. Porém, a Âmbar nunca construiu as usinas. Em vez disso, arrendou outras que já estavam prontas. A empresa foi multada em R$ 6 bilhões, valor que nunca foi pago.
Segundo a reportagem da Piauí, a trama envolve o TCU (Tribunal de Contas da União) e o Ministério de Minas e Energias, que estariam irmanados numa operação destinada a viabilizar o acordo que beneficia os irmãos Batista.
A série de reportagens é de autoria do jornalista Breno Pires, entrevistado na edição da última segunda-feira (5) do Em Detalhes.
Segundo a revista, o TCU criou uma nova unidade, a Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos, conhecida como SecexConsenso, que veio a se transformar num balcão de negócios bilionários e nebulosos.
“A ideia não é ruim do ponto de vista teórico, você quer que os conflitos, os litígios sejam resolvidos no país. Só que tem uma série de questões que tornam essa secretaria um pouco complicada e que necessitam de uma análise muito bem detalhada caso a caso, e é o que a gente tem procurado fazer na revista Piauí“, explicou Pires.
“Porque antes o Tribunal de Contos da União não sentava com empresários, não é uma coisa que existia. Agora ele senta com empresário, senta com o representante do ministério específico. Por exemplo, os acordos que têm dado polêmica, já para poder trazer pouco de compreensão mais clara aqui na prática, são acordos do setor de energia, acordos do setor de telecomunicações. E por que polêmica? Porque alguns desses acordos, eles vêm sendo feitos sem consenso, eles vêm sendo feitos com posições contrárias das áreas técnicas do Tribunal de Contos da União, que são auditores especializados, dentre os mais capacitados da esplanada dos ministérios, enfim, de Brasília”, disse.
Assista ao programa no vídeo abaixo:
Redação ICL Economia
Com informações do ICL Em Detalhes