Em julho de 2022 o volume de vendas no varejo nacional caiu 0,8% frente a junho, na série com ajuste sazonal. A média móvel trimestral foi de 0,9%. O acumulado no ano está em 0,4% e o dos últimos 12 meses, em -1,8%.
No comércio varejista ampliado, que inclui as atividades de Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, o volume de vendas caiu 0,7% frente a junho. A média móvel trimestral recuou 0,9% no trimestre encerrado em julho.
O volume de vendas frente a julho de 2021 caiu 6,8%. O acumulado no ano foi está em -0,8% e o dos 12 meses chegou a -1,9%.
Para Deborah Magagna, economista do ICL, a pesquisa mostrou que a situação não está fácil para o comércio brasileiro. “O mercado até esperava uma alta de 0,2% na atividade comercial, mas a expectativa não foi atingida. O setor acabou sendo bastante impactado pela redução de renda do brasileiro que, neste momento, opta por comprar itens de consumo mais baratos ou ainda acaba deixando de lado produtos supérfluos. e cortar coisas supérfluas. A gente vê, por exemplo, a venda de móveis e eletrodomésticos em queda. O mesmo acontece com o vestuário e o calçado. O momento não está complicado para o comércio e para o brasileiro que tem o desejo de comprar”, disse.
Sete das oito atividades tiveram taxas negativas, na série com ajuste sazonal
Em julho, na série com ajuste sazonal, houve taxas negativas em sete das oito atividades pesquisadas: Tecidos, vestuário e calçados (-17,1%), Móveis e eletrodomésticos (-3,0%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-2,0%), Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-1,5%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,4%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,6%), e Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%). Apenas a atividade de Combustíveis e lubrificantes (12,2%) mostrou crescimento.
No comércio varejista ampliado, ambas os setores tiveram queda: Veículos e motos, partes e peças (-2,7%) e Material de construção (-2,0%).
Recuo frente a julho de 2021 foi de 5,2%, com queda em cinco das oito atividades
Na comparação com julho de 2021, o comércio varejista recuou 5,2%, com taxas negativas em cinco das oito atividades: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-28,7%), Tecidos, vestuário e calçados (-16,2%), Móveis e eletrodomésticos (-14,6%), Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (-0,4%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,1%).
Três atividades cresceram, nesta comparação: Combustíveis e lubrificantes (17,4%), Livros, jornais, revistas e papelaria (11,2%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (4,0%).
No comércio varejista ampliado, Veículos e motos, partes e peças, e Material de construção recuaram frente a julho de 2021 (-8,5% e -13,7% respectivamente).
A atividade Outros artigos de uso pessoal e doméstico, que engloba lojas de departamentos, óticas, joalherias, artigos esportivos, brinquedos, etc., apresentou queda de 28,7% frente a julho de 2021, a terceira consecutiva e maior contribuição na composição da taxa (-4,5 p.p. no total de -5,2%). Até julho o setor acumula queda de 7,5%, frente ao mesmo período de 2021, intensificando ritmo de perda desde maio (-2,8% em junho e -0,9% em maio). O acumulado nos últimos doze meses foi de -0,8% até junho para -6,2% em julho.
O setor de Tecidos, vestuário e calçados, na comparação interanual, caiu 16,2% frente a julho de 2021, primeiro resultado negativo desde dezembro de 2021 (-1,0%). A atividade deu a terceira maior contribuição para este indicador, contribuindo com -1,3 p.p. no total de -5,2%. O acumulado no ano foi de 11,0%, e o dos últimos dozes meses, de 4,8%.
O grupo Móveis e eletrodomésticos apresentou queda de 14,6% frente a julho de 2021, quarto resultado consecutivo no campo negativo e segunda maior influência no indicador interanual para o varejo (-1,4 p.p. no total de -5,2%). O acumulado no ano, ao passar de -9,3% até junho para -10,1% em julho, intensifica do ritmo de perdas. O acumulado nos últimos doze meses (-15,3%) encontra-se próximo ao registrado até junho (-15,0%).
A atividade de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação apresentou variação de -0,4% frente a julho de 2021, primeiro resultado no campo negativo após dois meses de crescimento no volume de vendas. No indicador acumulado do ano, o setor vem registrando resultados similares nos últimos meses: 0,5% até maio, 0,7% até junho e 0,6% até julho de 2022, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Nos últimos dozes meses, o valor de -3,8% até julho representa o quarto negativo consecutivo.
O grupamento de Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo variou -0,1% nas vendas frente a julho de 2021, contra aumento de 2,2% em junho de 2022 frente a junho de 2021. No acumulado no ano, os últimos quatro meses indicam estabilidade no ritmo de crescimento: 0,4% até abril, 0,2% até maio, 0,5% até junho e 0,4% até julho. O acumulado dos últimos 12 meses está em -0,9% até julho.
O setor de Livros, jornais, revistas e papelaria cresceu 11,2% frente a julho de 2021, terceiro consecutivo e o sexto no ano de 2022 dentre os sete apurados até julho (abril foi o único a registrar queda: -0,9%). No ano o setor vem acumulando 17,4% de ganho em relação ao mesmo período do ano anterior. Em doze meses, o crescimento é de 7,2%, maior valor, para este indicador, deste março de 2022, quando registrou 9,7%.
A atividade de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentou aumento de 4,0% no volume de vendas frente a julho de 2021, alcançando o nono mês consecutivo a registrar crescimento (outubro de 2021 apresentou -0,2% em relação a outubro de 2020). O setor exerceu a segunda maior influência no campo positivo para o indicador interanual (0,4 p.p. de um total de -5,2%). No ano, até julho, o ganho ficou 7,5% acima do mesmo período de 2021 e em doze meses o resultado foi positivo em 6,1%.
O grupamento de Combustíveis e lubrificantes subiu 17,4% frente a julho de 2021 quinto mês consecutivo a registrar variações no campo positivo. O mês de julho também foi influenciado pela queda nos preços dos combustíveis – cabe lembrar que no IPCA, o item Combustíveis teve queda de 14,15% na passagem de junho para julho de 2022.
Com isso, o setor exerceu a maior influência positiva no mês: 1,6 p.p. do total de -5,2% para o indicador interanual. O acumulado no ano, ao passar de 5,1% até junho para 7,0% no mês de referência, a atividade mostra crescimento de ritmo de vendas. O mesmo se dá para o acumulado nos últimos doze meses que, ao passar de 0,9% até junho para de 1,9% em julho, mostra aumento de intensidade de crescimento.
O volume de vendas de Veículos e motos, partes e peças caiu 8,5% nas vendas frente a julho de 2021, a segunda seguida (-7,1% em junho de 2021). Com isso, o acumulado do ano foi de -1,0%, primeiro valor negativo desde fevereiro de 2021 (-10,0%). Nos últimos dozes meses, o acumulado foi 0,8%, menor valor desde abril de 2021 (-3,7%).
O grupo de Material de construção caiu 13,7% frente a julho de 2021, a quarta consecutiva (-9,9% em abril, -7,7% em maio e -12,0% em junho). O acumulado no ano, ao passar de -7,4% até junho para -8,3% no mês de referência, a atividade intensifico ritmo de queda, mesma trajetória do acumulado de 12 meses: -7,7% até junho e -8,5% até julho.
Vendas no varejo têm queda em 20 UFs na comparação com junho
Na série com ajuste sazonal, houve resultados negativos em 20 das 27 Unidades da Federação, com destaque para: Bahia (-3,1%), Rio de Janeiro (-3,1%) e Maranhão (-2,8%). Por outro lado, pressionando positivamente, figuram 7 das 27 Unidades da Federação, com destaque para Mato Grosso (3,5%), Paraná (1,7%) e Amapá (1,5%).
Nessa mesma comparação, no varejo ampliado, houve resultados negativos em 23 das 27 UFs, com destaque para Sergipe (-5,7%), Rondônia (-5,3%) e Tocantins (-4,2%). Por outro lado, as taxas positivas foram no Espírito Santo (0,8%), Paraíba (0,7%) e Amapá (0,1%).
Frente a julho de 2021, a variação das vendas no comércio varejista foi de -5,2% com resultados negativos em 20 das 27 UFs, com destaque para: Rondônia (-24,1%), Tocantins (-11,4%) e Acre (-11,3%). Por outro lado, pressionando positivamente, figuram sete UFs, com destaque para Roraima (10,1%), Alagoas (5,8%) e Ceará (2,5%).
Já no comércio varejista ampliado, a variação ante julho de 2021 foi de -6,8% com resultados negativos em 26 das 27 UFs, com destaque para: Pernambuco (-14,0%), Bahia (-13,9%) e Rondônia (-12,9%). Houve alta apenas em Roraima (1,5%).