Humores distintos dão o tom dos mercados mundiais nesta manhã de quarta-feira (16). Enquanto os índices futuros dos Estados Unidos operam no campo positivo nesta manhã, as bolsas da Europa estão em trajetória mista. Por outro lado, os mercados da Ásia, ainda sentindo o baque dos dados decepcionantes da economia chinesa, fecharam no negativo.
Nos Estados Unidos, o grande destaque desta quarta-feira é a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), realizada em 25 e 26 de julho. O documento pode dar sinais dos próximos passos da política monetária norte-americana, o que traz implicações para todo o mundo, em se tratando de decisões que envolvem a maior economia do globo.
Também na seara dos indicadores nos EUA, investidores aguardam pelos dados da produção industrial de julho, um importante termômetro para medir a saúde da maior economia do mundo e um influenciador da política monetária conduzida pelo Fed (Federal Reserve). A média das projeções do mercado aponta para uma contração mensal de 0,2%.
Na Europa, os mercados operam mistos, com investidores repercutindo os dados de inflação do Reino Unido, enquando aguardavam a segunda leitura do PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro do segundo trimestre.
No Brasil, todos os radares estão voltados para as movimentações da Câmara dos Deputados para encaminhamento da votação do novo arcabouço fiscal. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), indicou que a proposta que vai substituir o teto de gastos pode ir a plenário na próxima terça-feira (22).
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (15) em queda, na esteira do mau humor dos mercados internacionais, com investidores repercutindo dados abaixo do esperado da economia chinesa. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,55%, aos 116.171 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, o anúncio de um novo reajuste de preços da gasolina e do diesel por parte da Petrobras ficaram na mira dos investidores. Em nota, a companhia explicou que, mesmo com o fim da política de paridade internacional, os preços precisaram passar por um aumento para que a empresa pudesse reequilibrar as contas, já que o petróleo e o dólar vivem um momento de forte alta no exterior.
Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar fechou em alta de 0,43% frente ao real, cotado a R$ 4,986 na compra e a R$ 4,987 na venda.
Europa
Com exceção das bolsas do Reino Unido e da Itália, a maioria das bolsas europeias opera em alta, com os investidores repercutindo os dados de inflação do Reino Unido e de olho na segunda leitura do PIB da zona do euro do segundo trimestre.
A inflação global do Reino Unido esfriou acentuadamente em julho para 6,8% ao ano, mas o núcleo do indicador (CPI, na sigla em inglês) permaneceu inalterado, o que pode indicar mais aumentos nas taxas de juros pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês).
Já o PIB da zona do euro cresceu 0,3% no segundo trimestre ante o anterior, conforme a segunda leitura do indicador, publicada nesta quarta-feira pela agência oficial de estatísticas da União Europeia, Eurostat. O resultado vem em linha com a previsão dos analistas ouvidos pela FactSet.
Na comparação anual, houve alta de 0,6% no PIB do segundo trimestre na zona do euro. O número também coincide com o esperado pelos analistas. A Eurostat ainda reafirmou que, no primeiro trimestre, houve estagnação ante o anterior na região da moeda comum.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,13%
DAX (Alemanha), +0,15%
CAC 40 (França), +0,34%
FTSE MIB (Itália), -0,20%
STOXX 600, +0,16%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam com alta após queda da sessão anterior, quando a agência de classificação de risco Fitch alertou que pode ser forçada a rebaixar as classificações de crédito de dezenas de bancos. O alerto ocasionou uma derrocada das ações do setor bancário.
As ações do JPMorgan Chase e do Wells Fargo caíram 2% e as do Bank of America caíram 3%.
Os rendimentos do Tesouro dos EUA recuam nesta quarta-feira, com investidores aguardando a divulgação da ata da última reunião do Fed (Federal Reserve) e dados econômicos sobre habitação, produção industrial e utilização da capacidade.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,20%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,22%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,29%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam no campo negativo, refletindo os movimentos de Wall Street após uma queda nos bancos americanos na véspera e ainda repercutindo os dados da economia chinesa abaixo do esperado.
Shanghai SE (China), -0,82%
Nikkei (Japão), -1,46%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,36%
Kospi (Coreia do Sul), -1,76%
ASX 200 (Austrália), -1,50%
Petróleo
As cotações do petróleo operam com leve baixa, dando continuidade ao movimento da véspera, com traders avaliando dados fracos da China e oferta de petróleo mais restrita.
Petróleo WTI, -0,23%, a US$ 80,80 o barril
Petróleo Brent, -0,28%, a US$ 84,65 o barril
Agenda
Nos EUA, o grande destaque da agenda desta quarta-feira é a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), realizada nos dias 25 e 26 de julho, além do dado de produção industrial. A média das projeções do mercado aponta para uma contração mensal de 0,2%. Também estão previstas a divulgação dos números do mercado imobiliário americano, como o de permissões para construção de novos imóveis e construções iniciadas.
No Reino Unido, sai o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e de preços ao produtor (PPI).
Por aqui, no Brasil, no campo político, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou ontem (15) que deverá pautar na semana que vem a análise final do projeto de lei complementar que trata do novo arcabouço fiscal (PLP 93/2023) no plenário. Em breve entrevista a jornalistas na chapelaria do Congresso Nacional, Lira disse que a Câmara “não será irresponsável com os temas que são essenciais para o Brasil”. Também explicou que a reunião de anteontem (14) do colégio de líderes foi cancelada porque não houve clima para a discussão da matéria. Na seara econômica, saem o IPC-S semanal e a sondagem industrial de julho.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, do UOL e do InfoMoney