Depois de instituir estado de emergência zoossanitária no país devido à confirmação de casos de gripe aviária em aves silvestres em quatro estados, o governo federal publicou, nesta terça-feira (6), medida provisória liberando crédito extraordinário no valor de R$ 200 milhões ao Ministério da Agricultura e Pecuária para ações de controle e combate à Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP).
O crédito extraordinário de combate à gripe aviária será aplicado no Suasa (Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária). A MP é assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e foi publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União.
“O combate à gripe aviária é uma questão que merece a atenção de todos, pois o avanço da doença poderia impactar diversos setores do país. Por isso, essa medida do presidente Lula e o trabalho que estamos fazendo conjunto com os ministérios da Saúde e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ibama e Defesa Civil, além dos órgãos estaduais, vai nos dar mais segurança para o enfrentamento a esta crise sem maiores riscos”, explicou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, conforme publicado no site da pasta.
Ontem (5), o Mapa confirmou que o número de focos da doença no país subiu de 19 para 24. Todos os casos envolvem espécies de aves silvestres.
Não foram registrados no país focos de gripe aviária em aves de granja voltadas à alimentação humana. Por essa razão as exportações seguem normalmente.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), não há registros da doença a partir do consumo de carne de frango ou ovos, desde que devidamente preparados para consumo.
Testagem e cuidados sanitários de casos suspeitos estão entre as ações do governo para controlar gripe aviária
Entre as ações de controle e combate à gripe aviária instituídas pelo governo federal estão a rápida identificação, testagem e cuidados sanitários dos casos suspeitos da doença.
São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul estão entre os estados onde a H5N1 foi detectada.
O primeiro foco confirmado em São Paulo aconteceu em Ubatuba, e envolve ave da espécie trinta-réis-real (Thalasseus maximus).
O Espírito Santo contabiliza um total de 15 casos. Os dois mais recentes foram confirmados no município de Vila Velha, sendo uma ave trinta-réis de bando (Thalasseus acuflavidus) e uma gaivota-de-cabeça-cinza (Chroicocephalus cirrocephalus).
No Rio de Janeiro, foram confirmados sete focos, sendo os dois últimos registrados em Niterói, e envolvem as aves Fragata (Fregata magnificens) e trinta-réis-real (Thalasseus maximus).
Por sua vez, o Rio Grande do Sul registrou um foco até o momento, na Estação Ecológica do Taim, em um Cisne-de-pescoço-preto.
O H5N1 é um subtipo do vírus Influenza que atinge, predominantemente, as aves. É menos comum em mamíferos e em humanos. Os vírus Influenza são divididos entre os de Baixa Patogenicidade (LPAI, leve) e os de Alta Patogenicidade (HPAI, grave).
O Mapa também detectou o vírus da influenza aviária de baixa patogenicidade (H9N2) em um pato de vida livre, da espécie Cairina moschata, na cidade de Pará de Minas, no estado de Minas Gerais. Mas este registro não tem relação com os focos de H5N1 no país e não requer a aplicação de medidas emergenciais, pois não é uma doença com notificação obrigatória pela OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal).
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, G1 e site do Mapa
