No 1º ano do governo Lula, país empregou 1,5 milhão de pessoas a mais. Maiores salários estão na indústria

Desenrola Brasil, valorização do salário mínimo e Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ajudaram o país a criar mais vagas de trabalho.
13 de setembro de 2024

No primeiro ano do governo Lula, 1.511.203 brasileiros entraram no mercado de trabalho. O número total de vínculos ativos no setor privado passou de 42.957.808 vínculos, em 31 de dezembro de 2022, para 44.469.011 no mesmo período do ano passado, variação positiva de 3,5%. A indústria, setor que paga os maiores salários médios aos trabalhadores brasileiros com carteira assinada, foi o segmento produtivo que menos criou vagas de emprego formais ao longo do ano passado.

As informações constam nos dados preliminares da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2023, divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego ontem (12).

A maior parte dos postos de trabalho gerados no período alcançou predominantemente a população parda e houve crescimento discreto da proporção de pessoas com deficiência entre os empregos formais.

A subsecretária de Estatística e Estudos do Trabalho, Paula Montagner, disse que o resultado é consequência do Desenrola Brasil, programa do governo federal para diminuir o endividamento das famílias; da revalorização do salário mínimo e do novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

“O ano já vinha dos influxos positivos da retomada de crescimento da economia pelas atividades produtivas, que foram incentivadas pelo governo e pela melhoria da capacidade de consumo das famílias e das pessoas que foram negociando suas dívidas”, afirmou Paula, na coletiva de imprensa para divulgação dos dados.

Das informações divulgadas, destacam-se os seguintes dados:

Salário médio: Em 2023, houve aumento real na remuneração média, que atingiu R$ 3.514,24. Em relação a 2022, a remuneração média real cresceu R$ 123,66.

Gênero: As mulheres, em 2023, ocupavam 40,9% dos empregos formais no setor privado, mas os homens seguem com salários maiores. A remuneração média das mulheres (R$ 2.060,36) representa 83% da dos homens (R$ 2.482,91), com uma diferença absoluta de R$ 422,55.

Faixa etária: Conforme os dados da Rais, houve uma ligeira redução dos empregados formais até 39 anos de idade, e um crescimento importante dos mais velhos, principalmente os de 40 a 49 anos de idade.

Educação: O crescimento mais importante foi para pessoas com nível médio completo, seguido do superior incompleto.

Estados: Do ponto de vista geográfico, os estados com maior remuneração média foram São Paulo (R$ 2.649,28), Santa Catarina (R$ 2.602,73) e Rio Grande do Sul (R$ 2.509,52).

Serviços: Todos os principais setores econômicos apresentaram crescimento em 2023, segundo o levantamento feito com informações obtidas via eSocial. Mas a maior parte dos empregos foram gerados no setor de serviços, principalmente no segmento da saúde, com variação de quase 1 milhão de empregos a mais do que em 2022. Na sequência estão comércio e indústria.

A criação de vagas ficou assim distribuída:

  • Construção civil: ampliou em 181.588 ( 6,8%) o número de vínculos formais no período analisado.
  • Serviços: 962.877 vagas, 4,8% superior ao de 2022.
  • Comércio: 212.543 vagas a mais, alta de 2,1%.
  • Agropecuária: 33.842 vagas a mais, aumento de 1,9%.
  • Indústria: 121.318 vínculos, alta de 1,4%.

Concentração de vagas: A maior concentração de empregos formais permaneceu na região Sudeste, com 51,2% dos vínculos e destaque para Espírito Santo e Rio de Janeiro; seguida pelo Sul (18,4%) e Nordeste (16,4%). O Piauí teve o maior crescimento relativo entre os estados, com um aumento de 7,3%, seguido por Amapá (+6,8%), Tocantins (+6,6%) e Roraima (+6,3%). O Distrito Federal registrou queda de contratações.

Indústria empregou menos sob governo Lula, mas paga os maiores salários

No geral, os cinco principais setores econômicos registraram crescimento dos vínculos formais, mas a indústria foi o setor que menos empregou, mas pagou os maiores salários. A média salarial registrada no setor industrial estava em R$ 4.181,51 no ano passado, seguida pelo setor de serviços, em R$ 3.714,88.

“O segmento com maior salário médio permanece sendo a indústria, com R$ 4.181,51, seguida por serviços (R$ 3.714,89); construção civil (R$ 3.093,97); comércio (R$ 2.802,51) e agropecuária (R$ 2.668,58)”, disse a subsecretária nacional de Estatística e Estudos do Trabalho.

Segundo ela, na média, os salários pagos aos trabalhadores formais na iniciativa privada subiram 3,6%, já considerando a inflação do período, passando de R$ 3.390,58 para R$ 3.514,24.

Ao detalhar os resultados preliminares, a subsecretária explicou que alguns resultados, como os relativos à geração de empregos e à remuneração média, diferem dos registrados no Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados em janeiro deste ano, porque o prazo para coleta de informações da Rais costuma ser maior. Este ano, os dados foram coletados até 31 de maio.

“Do ponto do vínculo, a maior parte está associada aos celetistas [trabalhadores cujo contrato é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho], mas há outras situações que vale a pena destacarmos, como o número de aprendizes, que passou de 55.493 para 546.260, e de trabalhadores temporários, que passou de 209.654 para 226.144”, disse Paula Montagner.

Ainda de acordo com a subsecretária, os trabalhadores avulsos aumentaram de 92.716 para 121.044, mas houve uma ligeira queda do total de trabalhadores que tinham contratos a prazo determinado [de 148.553 para 133.968.

“Houve um crescimento discreto da proporção de pessoas com deficiência que, no estoque dos empregados formais, passa de 1,27% para 1,28%, crescendo, principalmente, pela inclusão de pessoas com deficiências físicas ou múltiplas”, disse.

Pesquisa

Criada em 1975 para entender a atividade trabalhista do país, a Rais coleta dados de empregados sob regime da CLT, servidores públicos, trabalhadores avulsos e temporários, diretores sem vínculo empregatício, servidores públicos não efetivos, trabalhadores rurais, aprendizes, trabalhadores com contratos por prazo determinado (regidos por leis específicas), entre outros.

Na Rais também é avaliada a nacionalidade dos empregados formais. E o grupo que mais cresceu no último ano foi o dos venezuelanos, que somaram, no último ano, 124.607 trabalhadores formais, seguidos pelos haitianos (44.481) e paraguaios (13.469).

Os dados completos da Rais 2023, incluindo o setor público, só serão divulgados no quarto trimestre.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e da Agência Brasil

 

 

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