Pilotos e comissários de bordo rejeitaram, em votação online nesta quinta-feira (22), a proposta apresentada pelas companhias aéreas e decidiram manter a greve nesta sexta (23). De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), participaram da assembleia 5.884 trabalhadores. Desse total, 59,25% foram contra a oferta patronal, que recebeu 40,02% de votos favoráveis e 0,73% de abstenções. Sem acordo, a paralisação, que teve início na segunda (19), entra em seu quinto dia, hoje.
A proposta em discussão foi apresentada em reunião do sindicato com o Tribunal Superior do Trabalho (TSI) na tarde de ontem, em Brasília.
Os trabalhadores reivindicam recomposição das perdas inflacionárias, aumento real de 5%, melhorias nas condições de trabalho, renovação da convenção coletiva de trabalho, definição dos horários de início de folgas e cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos.
Aeronautas: ganho real ainda baixo
Em contrapartida, as companhias aéreas oferecem reposição total da inflação medida pelo INPC (5,97%). No sábado (17), as empresas haviam oferecido 0,5% de ganho real que, no novo acordo, passou a ser de 1%. Mas ainda bem abaixo do reivindicado pelos aeronautas. Conforme a proposta, o reajuste incide sobre salários fixos e variáveis, pagamento de diárias em todo o território nacional, seguro, multas por descumprimento da convenção coletiva e vale-alimentação.
Ao anunciar o resultado em live, às 0h30 desta sexta, o presidente do SNA, Henrique Hacklaender destacou: “Nós aguardamos todas essas pessoas que votaram não e que votaram sim (também) no aeroporto conosco. Afinal de contas isso tem que ser maior, temos que agora fortalecer esse movimento”, afirmou.
Por determinação do TST, a greve vem atingindo somente 10% do setor. A manifestação ocorre diariamente, das 6h às 8h, nos principais aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza. Segundo o sindicato, voos que transportam órgãos, vacinas e pessoas enfermas não são afetados.