O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, disse, nesta terça-feira (24), que a guerra entre o Hamas e Israel pode causar “sério impacto” no desenvolvimento das economias globais este ano. A fala dele ocorreu durante uma conferência de investidores na Arábia Saudita.
“O que aconteceu recentemente em Israel e na Faixa de Gaza, no final do dia, quando colocamos tudo isso junto, acredito que o impacto no desenvolvimento econômico é ainda mais sério”, disse. “Acredito que estamos em um momento muito perigoso”, complementou.
Nos últimos dias, o conflito do Oriente Médio esteve no radar dos investidores, causando volatilidade nos mercados globais, principalmente nos preços do petróleo. Havia o temor de que a escalada da guerra poderia espraiar-se a países fornecedores da commodity, como o Irã. Mas, ao menos por ora, isso não aconteceu.
O conflito começou quando militantes do Hamas invadiram Israel a partir da Faixa de Gaza em 7 de outubro, matando cerca de 1,4 mil pessoas, de acordo com autoridades israelenses.
Mas, do outro lado, mais de 5 mil palestinos, principalmente civis, foram mortos nos bombardeios retaliatórios israelenses na faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde.
Presidente do Banco Mundial diz que conflito tornará mais difícil para os bancos centrais conseguirem um pouso suave
Durante sua participação na reunião anual do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional), há duas semanas, ele já havia comentado a respeito das consequências do conflito.
Além de classificar a guerra como um choque econômico global desnecessário, Banga disse que ela tornará a vida dos bancos centrais pelo mundo ainda mais difícil, no sentido de não conseguirem fazer um “pouso suave”, principalmente se o conflito se espalhar.
“É uma tragédia humanitária e um choque econômico de que não precisamos”, disse Banga.
Os bancos centrais, segundo ele, estavam “começando a se sentir um pouco mais confiantes de que havia uma oportunidade para um pouso suave, e isso só dificulta as coisas”, disse.
Redação ICL Economia
Com informações de O Globo. Fonte: AFP