Guerra no Oriente Médio pode provocar ‘sério impacto’ no desenvolvimento das economias, diz presidente do Banco Mundial

Ajay Banga participa de evento com investidores na Arábia Saudia. Segundo ele, o mundo está em um "momento muito perigoso".
24 de outubro de 2023

O presidente do Banco Mundial, Ajay Banga, disse, nesta terça-feira (24), que a guerra entre o Hamas e Israel pode causar “sério impacto” no desenvolvimento das economias globais este ano. A fala dele ocorreu durante uma conferência de investidores na Arábia Saudita.

“O que aconteceu recentemente em Israel e na Faixa de Gaza, no final do dia, quando colocamos tudo isso junto, acredito que o impacto no desenvolvimento econômico é ainda mais sério”, disse. “Acredito que estamos em um momento muito perigoso”, complementou.

Nos últimos dias, o conflito do Oriente Médio esteve no radar dos investidores, causando volatilidade nos mercados globais, principalmente nos preços do petróleo. Havia o temor de que a escalada da guerra poderia espraiar-se a países fornecedores da commodity, como o Irã. Mas, ao menos por ora, isso não aconteceu.

O conflito começou quando militantes do Hamas invadiram Israel a partir da Faixa de Gaza em 7 de outubro, matando cerca de 1,4 mil pessoas, de acordo com autoridades israelenses.

Mas, do outro lado, mais de 5 mil palestinos, principalmente civis, foram mortos nos bombardeios retaliatórios israelenses na faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde.

Presidente do Banco Mundial diz que conflito tornará mais difícil para os bancos centrais conseguirem um pouso suave

Durante sua participação na reunião anual do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional), há duas semanas, ele já havia comentado a respeito das consequências do conflito.

Além de classificar a guerra como um choque econômico global desnecessário, Banga disse que ela tornará a vida dos bancos centrais pelo mundo ainda mais difícil, no sentido de não conseguirem fazer um “pouso suave”, principalmente se o conflito se espalhar.

“É uma tragédia humanitária e um choque econômico de que não precisamos”, disse Banga.

Os bancos centrais, segundo ele, estavam “começando a se sentir um pouco mais confiantes de que havia uma oportunidade para um pouso suave, e isso só dificulta as coisas”, disse.

Redação ICL Economia
Com informações de O Globo. Fonte: AFP

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