O ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), esteve na quinta-feira (8) com o ministro da Economia do governo Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, para ter mais detalhes da agenda de trabalho . O encontro ocorreu no Ministério da Economia, chefiado por Guedes em Brasília. Na reunião de uma hora e meia, foi definida a agenda de trabalho a partir da semana que vem. Haddad declarou que foi ao Ministério da Economia como integrante do grupo da área na equipe de transição de governo, sendo a interface política do grupo com a equipe de Guedes para definição da agenda de trabalho. Haddad, cotado para ser o ministro da Fazenda no governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já esteve presente, em novembro, em almoço promovido pela Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), discursando à plateia formada por banqueiros e executivos de bancos.
Segundo Haddad, concluídos os relatórios dos grupos de transição, será preciso se reunir com integrantes dos atuais ministérios para ter mais detalhes da agenda de trabalho de cada área, incluindo o cronograma de políticas públicas que serão executadas. A reportagem publicada no G1 menciona que Haddad relatou que não conversou com Guedes especificamente sobre serviços que podem parar por falta de recursos, como o atraso no pagamento de bolsas.
Lula deve anunciar os primeiros nomes que vão compor seu ministério hoje (9). Haddad é o mais cotado para assumir a Economia.
Haddad afirmou que o Congresso tem se esforçado para que os serviços não sejam interrompidos
O ex-prefeito de São Paulo disse que o Congresso também acompanha o tema e que há um esforço para que os serviços não sejam interrompidos. Conforme Haddad, a partir da próxima terça-feira (13) as reuniões com o atual governo terão foco no trabalho em curso nas secretarias do ministério da Economia, como Tesouro e Receita Federal. Haddad afirmou que o Congresso Nacional é parte da “solução” e atua para que a transição seja a mais “suave possível”.
Questionado sobre a aprovação no Senado da PEC da Transição, que viabiliza o Bolsa Família em R$ 600 mensais, Haddad destacou o apoio dos partidos e disse confiar na aprovação da PEC na Câmara dos Deputados. De acordo com Haddad, as pessoas estão compreendendo que o orçamento do ano que vem não pode ser menor do que o orçamento deste ano.
Nesta semana, Haddad avaliou que a aprovação de uma reforma tributária daria longevidade a um novo arcabouço fiscal. Haddad voltou a dizer que a reforma tributária e a discussão de uma nova âncora fiscal estão na agenda de trabalho do novo governo.
A equipe de transição do governo eleito, que assume em 2023, já informou que deve propor o desmembramento do atual Ministério da Economia em três pastas, do Planejamento, Fazenda e da Indústria e Comércio Exterior. Com isso, deve ser retomada a distribuição que havia antes do governo Jair Bolsonaro, quando todas estas pastas foram fundidas no atual Ministério da Economia, sob comando de Paulo Guedes. No início do governo, até mesmo os Ministérios do Trabalho e da Previdência estavam sob a alçada da economia, mas foram separados em 2021.
A PEC da Transição, que eleva o teto de gastos em R$ 145 bilhões para permitir R$ 600 do Bolsa Família a partir de janeiro, foi aprovada em 1º turno com 64 votos a favor e 16 contra; no 2º turno placar foi de 64 a 13 no Senado Federal. O texto segue agora para a Câmara dos Deputados.
Na quinta-feira (8), o GT de Economia da transição de governo se reuniu com representantes dos principais bancos públicos federais. Os encontros foram confirmados pelo ex-ministro Nelson Barbosa, que integra o grupo. Segundo Barbosa, as reuniões foram feitas individualmente com representantes do Banco do Brasil, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Caixa Econômica Federal.
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, participou virtualmente do encontro, enquanto Fausto Ribeiro, do Banco do Brasil, se reuniu presencialmente. Já Daniella Marques, da Caixa, estava em um evento e não pode participar da reunião com a transição – Barbosa diz ter conversado com a executiva, posteriormente, por telefone.
Ainda segundo o ex-ministro, as reuniões foram “usuais” para discutir a transição entre o atual governo e o governo eleito. “Informações que eles gostariam de passar para a gente, alguns pedidos de informações que a gente têm, coisas usuais da transição”, explicou.
Redação ICL Economia
Com informações do G1