De olho na escala da guerra entre Hamas e Israel, índices futuros operam em alta, enquanto bolsas mundiais estão em baixa

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem feito esforços para evitar que o conflito envolva outros países, como o Irã, que tem arsenal nuclear, e a Síria. Em entrevista à emissora CBS, o presidente norte-americano disse que a possível ocupação de Gaza por Israel seria "um grande erro".
16 de outubro de 2023

Enquanto a maioria dos mercados europeus opera em baixa nesta manhã de segunda-feira (16), os índices futuros de Nova York amanhecem em alta. Se, por um lado, cresce a preocupação de investidores com a escala da guerra entre Hamas e Israel e seus impactos geopolíticos, eles também repercutem as divulgações positivas de resultados de empresas na semana anterior. De modo geral, a expectativa é que a semana seja de forte volatilidade nos mercados.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem feito esforços para evitar que o conflito envolva outros países, como o Irã, que tem arsenal nuclear, e a Síria. Ele fez ligações tanto para Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, com promessas de “apoio inabalável”, quanto para Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, com ofertas de ajuda humanitária para a população da faixa de Gaza.

Em entrevista à emissora CBS, o presidente norte-americano destacou que “é necessário haver uma autoridade palestina, É necessário haver um caminho para o Estado Palestino”. Biden também afirmou, na mesma oportunidade, que é necessário eliminar completamente o Hamas e que considera a possível ocupação israelense em Gaza “um grande erro”.

No âmbito corporativo, os investidores aguardam as divulgações de balanços do terceiro trimestre de grandes corporações, muitos deles acompanhados de previsões para o ano que vem. Também serão divulgados vários indicadores macroeconômicos.

Nesta semana, os EUA aguardam divulgação de resultados de empresas como Tesla, Netflix, Morgan Stanley e Bank of America. Além disso, os indicadores de atividade econômica mais aguardados são vendas do varejo, com alta estimada para 0,3%, e produção industrial, que é esperada estabilidade. Hoje, a expectativa é a divulgação do índice Empire Manufacturing de atividade

Os analistas também estão atentos às falas das autoridades do Fed (Federal Reserve) ao longo da semana e à divulgação do Livro Bege. Se amplificou um discurso mais brando sobre a necessidade de aplicar novos aumentos de juros para segurar a inflação.

Ainda no campo geopolítico, os EUA vão endurecer as restrições ao acesso da China à tecnologia avançada de chips, segundo fontes da Bloomberg. A ideia é impedir que o gigante asiático obtenha tecnologias de ponta que poderiam lhe dar uma vantagem militar.

Além disso, o Banco Popular da China injetou 289 bilhões de yuans (US$ 39,6 bilhões) por meio de uma linha de crédito de médio prazo e manteve a taxa de juros em 2,5%. Tudo isso em meio a preocupações ainda acesas com o setor imobiliário.

Por aqui, a semana tem as divulgações da Pesquisa Mensal de Serviços, pelo IBGE, nesta terça-feira (17); na quarta (18), saem os números de fluxo cambial e pesquisa mensal de comércio e; na quinta (19), os dados de atividade econômica de agosto, o IBC-Br, com expectativa de queda de 0,3%, além dos números de sondagem industrial e a 2ª prévia do IGP-M, pela FGV.

Brasil

O Ibovespa, principal índice da B3, foi contaminado pelo temor que vem tomando conta do cenário externo nos últimos dias. Na volta do feriado de Nossa Senhora Aparecida, celebrado na quinta (12), o Ibovespa encerrou o pregão, de sexta-feira (13), em desvalorização de 1,11%, aos 115.754 pontos. No entanto, na semana, o índice acumula valorização de 2,18%.

A bolsa brasileira digeriu a inflação ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês), que veio um pouco maior que o esperado, sinalizando que o aperto monetário deve continuar; e os dados econômicos um tanto desanimadores da China, divulgados ontem.

Nas negociações do dia, o dólar fechou em valorização de 0,77% no mercado à vista, negociado a R$ 5,0885. Na semana, a moeda norte-americana marca queda de 1,24%.

Europa

As bolsas da Europa começaram em alta, mas reverteram para baixa, com os investidores receosos com a escalada do conflito entre Israel e o Hamas.

O índice pan-europeu Stoxx 600 estava 0,2% mais baixo, com a maioria dos setores em território negativo. As ações do setor automotivo e de construção caíram 0,8% cada, enquanto as ações de mineração subiram 0,9%.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,16%
DAX (Alemanha), -0,16%
CAC 40 (França), -0,15%
FTSE MIB (Itália), -0,16%
STOXX 600, -0,07%

Estados Unidos

Os índices futuros de Nova York operavam em alta no início do dia, com expectativas dos indicadores que serão divulgados ao longo da semana e como reação às declarações do presidente dos EUA, Joe Biden, a respeito do conflito entre Israel e o Hamas.

Nesta manhã de segunda-feira, o rendimento do Treasury de 10 anos subia, assim como o do título de 2 anos.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,27%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,14%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,03%

Ásia-Pacífico

As bolsas da Ásia encerraram o dia em baixa, após divulgação de dados econômicos pouco favoráveis na China, na sexta-feira passada (13).

Para esta semana, a expectativa é a divulgação do PIB da China, com previsão de alta de 4,5%, os dados de produção de industrial, com projeção de alta de 3,9% e investimentos em ativos fixos.

Shanghai SE (China), -0,46%
Nikkei (Japão), -2,03%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0.97%
Kospi (Coreia do Sul), -0,81%
ASX 200 (Austrália), -0.35%

Petróleo

Os preços do petróleo iniciam o dia com queda, após fortes altas na semana passada com o avanço do conflito entre Israel e o Hamas. A expectativa é que os preços sigam voláteis esta semana.

Petróleo WTI, -0,44%, a US$ 87,25 o barril
Petróleo Brent, -0,64%, a US$ 90,30 o barril

Agenda

Para hoje, há expectativa de divulgação do Índice Empire Manufacturing de atividade, nos EUA.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o FMI (Fundo Monetário Internacional) emitiu um alerta de que a região da América Latina e do Caribe deve manter “um equilíbrio cuidadoso” na dosagem de corte de juros frente ao aumento dos riscos externos, mas também por pressões domésticas. Além do aumento das tensões geopolíticas, com as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia, uma nova onda de turbulência nos mercados financeiros mundiais e pressões inflacionárias dentro e fora de casa, impulsionadas pela volatilidade nos preços das commodities, reforçam a necessidade de cautela na gestão dos juros, segundo relatório divulgado pela instituição, às margens de sua reunião anual, em Marrakesh, no Marrocos. Na seara de indicadores, serão divulgados hoje o Índice de Confiança do Empresário Industrial, a balança comercial semanal e o Relatório Focus do Banco Central.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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