O volume de serviços prestados no país apresentou estabilidade na passagem de abril para maio, após dois meses seguidos de alta, com ganho acumulado de 1,0%. Na comparação com maio de 2023, o setor teve expansão de 0,8%. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta sexta-feira (12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No acumulado de janeiro a maio de 2024, o volume de serviços nacional cresceu 2,0% frente ao mesmo período do ano anterior. Já nos últimos 12 meses, a taxa acumulada é de 1,3%. Em maio, o setor de serviços se encontrava 12,7% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 0,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica (dezembro de 2022).
“Apesar da variação nula, houve disseminação de taxas negativas tanto em termos setoriais, como em termos regionais”, aponta Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa. Das cinco atividades da PMS, três apresentaram queda. Destaque para o setor de transportes, que recuou 1,6%. “Influenciado, principalmente, pela menor receita vinda do transporte aéreo, e, em seguida, do rodoviário coletivo de passageiros”, explica o pesquisador.
As outras duas retrações ocorreram em informação e comunicação (-1,1%) e em outros serviços (-1,6%), que vinham dois resultados positivos seguidos, com altas de 5,3% e 4,5%, respectivamente.
Ainda ante abril, entre os setores com expansão no volume de serviços, destaque para serviços prestados às famílias, que cresceu 3,0%, recuperando integralmente a perda do mês anterior, de 2,7%. A principal contribuição positiva nesse setor veio dos restaurantes. “A ocorrência do Dia das Mães pode ter ajudado a explicar esse avanço, por conta de um movimento maior de pessoas que saem para comer fora de casa em reuniões familiares. Além disso, aconteceu o show da Madonna no Rio de Janeiro e eventos de grande magnitude, com grande fluxo de pessoas, costumam impactar essa atividade econômica”, analisa Lobo. A outra alta foi do setor de serviços profissionais, administrativos e complementares, cuja expansão de 0,5% recuperou apenas parcialmente a queda de abril.
De abril para maio, 19 UFs têm queda no volume de serviços
A PMS também mostrou que, regionalmente, a maior parte (19) das 27 UFs registrou queda no volume de serviços na passagem de abril para maio de 2024. A principal retração foi de Minas Gerais (-2,9%), seguida por Santa Catarina (-3,6%), Bahia (-4,1%), Maranhão (-8,7%) e Distrito Federal (-2,1%).
Entre as altas, destaque para Mato Grosso (6,2%), que exerceu a principal contribuição positiva do mês, seguido por Tocantins (27,7%). “Em ambos os casos, os avanços de maio têm conexão com o aumento do transporte de carga, fundamental tanto para transporte de insumos como para o escoamento da produção agrícola, ponto forte da economia da regão centro-oeste”, ressalta Rodrigo Lobo.
Outro estado a avançar em maio foi o Rio Grande do Sul, com crescimento de 0,6%. “Em termos de volume, houve crescimento, mas quando se olha a receita nominal, há uma queda de 13,6%”, destaca o pesquisador. Isso se deve, continua Lobo, à queda brusca dos preços dos pedágios (-86,18%) apurados pelo IPCA no mês de maio e como este subitem é usado para deflacionar as receitas nominais das concessionárias de veículos na pesquisa mensal de serviços, isso acabou acarretando um aumento do volume de serviços no estado gaúcho. Vale destacar que várias concessionárias de rodovias interromperam as cobranças de tarifas no Rio Grande do Sul, visando facilitar o deslocamento de veículos que transportavam donativos ou que estivessem envolvidos em operações de resgate de vítimas das enchentes no estado. “Para entender o real impacto das enchentes no Rio Grande do Sul, em termos de volume de serviços, será necessário considerar a evolução dos preços de determinados serviços nos meses subsequentes”, afirma o gerente da PMS.
Alta de 0,8% na comparação interanual é acompanhada por 14 unidades da federação
Quando comparado a maio de 2023, o volume do setor de serviços de maio de 2024 cresceu 0,8%, após também ter avançado em abril (5,5%). Quatro das cinco atividades e 48,2% dos 166 tipos de serviços cresceram. Entre os setores, o de informação e comunicação, com avanço de 4,2%, exerceu o principal impacto positivo. As demais altas foram dos serviços profissionais, administrativos e complementares (3,4%); dos serviços prestados às famílias (6,5%) e dos outros serviços (3,3%). A única queda foi dos transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, de 4,8%.
Ainda na comparação interanual, entre as unidades da federação (UFs), 14 das 27 acompanharam a taxa nacional. A contribuição positiva mais importante ficou com São Paulo (2,1%), seguido por Minas Gerais (1,8%), Rio de Janeiro (0,6%), Amazonas (3,1%) e Bahia (1,3%). Entre as quedas, destaque para Rio Grande do Sul (-5,4%), que liderou as perdas do mês, seguido por Mato Grosso (-8,6%) e Mato Grosso do Sul (-8,2%).
Atividades turísticas variam -0,2%, com destaque para queda no Rio Grande do Sul
O índice de atividades turísticas teve variação negativa de 0,2% em maio, na comparação com abril. O resultado vem após dois meses de alta, com ganho acumulado de 2,4%.
Em termos regionais, seis dos 12 locais pesquisados tiveram retração. Se no setor de serviços como um todo, a análise para o Rio Grande do Sul precisará de mais tempo, no turismo, o mês de maio já teve impacto. A influência negativa mais relevante ficou com o estado gaúcho, com queda de 32,3%. “Resultado explicado, em grande medida, pelos desastres provocados pelas enchentes, que danificaram os estabelecimentos de prestação de serviços, destruíram a infraestrutura das cidades e reduziram, em larga escala, a mobilidade da população”, enumera Lobo. Outros recuos importantes foram de São Paulo (-1,8%) e do Paraná (-2,8%). O principal avanço foi no Rio de Janeiro (2,5%), seguido da Bahia (1,9%).
Em maio, o segmento de turismo se encontrava 4,6% acima do patamar pré-pandemia e 3,0% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.
Transporte de passageiros e transporte de cargas apresentam queda em maio
A PMS também divulgou o resultado dos agregados de transporte por tipo uso para o mês de maio. O volume de transporte de passageiros teve queda 7,0% frente a abril, após ter avançado 10,4% no mês anterior.
O segmento se encontrava 4,4% abaixo do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 26,4% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).
Na comparação com maio de 2023, o transporte de passageiros também teve queda: de 6,5%, após ter avançado 9,9% em abril. Já no acumulado do ano de 2024, de janeiro a maio, houve retração de 3,7% frente ao mesmo período de 2023.
A retração no volume do transporte de cargas na passagem de abril para maio foi menor: de 0,6%, após estabilidade (0,0%) no mês anterior. Dessa forma, o segmento se situa 7,3% abaixo do ponto mais alto de sua série (julho de 2023) e 32,8% acima do patamar pré-pandemia.
No confronto contra maio de 2023, o setor teve recuo de 5,4%, após ter avançado 3,4% em abril. No acumulado do ano de 2024, o setor de transportes de cargas tem variação negativa de 0,4%.
Da Agência de Notícias IBGE