O Ibovespa fechou a terça-feira (14) com alta de 0,28%, aos 128.515 pontos, repercutindo a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que ajudou a debelar as preocupações do mercado financeiro com o futuro da política monetária brasileira.
Basicamente, o documento comprovou que os quatro diretores que votaram pelo corte maior da taxa básica de juros, de 0,50 ponto percentual, não são irresponsáveis em relação à meta de inflação, às questões fiscais e aos cenários interno e externo.
Eles justificaram seus votos ao cumprimento do guidance da reunião anterior, que indicava corte nessa proporção na reunião da semana passada. Na justificativa, disseram que não seguir o guidance geraria um “custo de oportunidade”.
Por sua vez, os cinco que votaram pelo corte de 0,25 p.p. na Selic avaliaram que “o forward guidance indicado na reunião anterior sempre foi condicional e houve alteração no cenário em relação ao que se esperava”.
Ao fim e ao cabo, o Copom decidiu abandonar o forward guidance e não indicou na ata divulgada hoje os próximos passos da política monetária.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a ata do Copom foi “muito técnica e adequada”.
Para ele, os temores do mercado sobre maior leniência com a inflação, já que os quatro diretores que votaram pelo corte de 0,50 ponto percentual foram indicados pelo governo atual, “foi dissipado”.
No campo corporativo, o balanço da Petrobras (PETR4), divulgado na noite de ontem (13), também ajudou a movimentar o cenário corporativo no pregão desta terça-feira.
O dólar terminou a sessão a R$ 5,1303, com queda de 0,40% no mercado à vista.
Destaques do Ibovespa
A Hapvida foi destaque do Ibovespa hoje, com alta de 10,42%, em reação ao balanço do primeiro trimestre, em que reverteu prejuízo em lucro.
Na ponta negativa, a Natura (NTCO3) liderou as perdas, com baixa de 9,43%, em resposta ao aumento do prejuízo líquido no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior.
Mercado externo
As bolsas de Nova York terminaram a sessão em alta, após os dados da inflação ao produtor e ao discurso do presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell.
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) avançou 0,5% em abril nos Estados Unidos, segundo dados do Departamento do Trabalho do país. O percentual veio acima das expectativas de alta de 0,3% para o mês. Na comparação anual, o PPI avançou 2,2% no mês, em linha com as projeções.
Apesar disso, Powell disse que a sua confiança na desaceleração da inflação nos Estados Unidos “não está tão forte”, mas afirmou esperar que a inflação caia aos níveis parecidos ao ano passado — e deve convergir à meta de 2%.
“Precisamos ser pacientes e deixar a política monetária restritiva fazer seu trabalho”, disse Powell. “A inflação de serviços não precisa cair a 2%”, e deve levar mais tempo [para cair] do que os demais componentes da inflação”, disse durante participação em um evento na Holanda.
Os indicadores reagiram bem ao discurso.
O S&P 500 subiu 0,48%, aos 5.246,68 pontos; o Dow Jones, +0,32%, aos 39.558,11 pontos; o Nasdaq, +0,75%, aos 16.511,18 pontos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias