O Ibovespa começou a semana em compasso de espera. Com decisões sobre juros dos bancos centrais dos EUA, Brasil, Japão e Reino Unido no radar, os investidores puxaram o freio de mão. A Petrobras, um dos pesos-pesados do indicador, deu a sua contribuição. O resultado foi que o índice fechou o dia com queda de 0,42% aos 126.953,86 pontos.
Há uma expectativa de alta das taxas de juros do Bank of Japan esta semana, o que ajudou a impulsionar o iene e gerou pressão sobre as moedas de mercados emergentes.
Nos Estados Unidos, as projeções indicam que na reunião que começa amanhã (30) e termina na quarta-feira (31), o Fed (Federal Reserve) vai manter as taxa de juros inalteradas na faixa de 5,25% a 5,50%. Porém, um corte é esperado para setembro, uma vez que indicadores recentes mostraram um arrefecimento da economia e, consequentemente, menos pressões inflacionárias.
No Brasil, o caminho deve ser o mesmo. O mercado financeiro, conforme o Boletim Focus divulgado esta manhã pelo Banco Central, mostra que os analistas esperam manutenção dos juros na faixa dos 10,50% ao ano. Para ajudar, eles ainda aumentaram as projeções de inflação para este e para o próximo ano.
Hoje, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, disse que o conjunto de incertezas que fez o BC interromper o ciclo de afrouxamento monetário ainda existe, impedindo um corte de juros nesta semana.
Porém, a despeito dos cenários interno e externo adversos, ele disse que o governo busca chegar ao equilíbrio fiscal. “É óbvio que nós seguiremos o diálogo tentando construir uma saída, mas conscientes de que esses gastos tributários tiveram e terão um impacto importante neste ano, o que dificulta a execução orçamentária de um ano que nós planejamos chegar próximo ao equilíbrio fiscal”, afirmou Mello.
Quando se refere a gastos tributários, o secretário se refere aos subsídios tributários concedidos a setores específicos, como a desoneração da folha de pagamentos a 17 segmentos econômicos e a pequenos municípios, os quais o ministro Fernando Haddad (Fazenda) tenta reverter, mas não consegue pois disso dependem decisões do Congresso.
Dólar
O dólar comercial também caiu, com 0,57%, a R$ 5,62. E os DIs (juros futuros) subiram, enquanto a remuneração do Tesouro se aproximou da máxima do ano.
Mercado externo
As bolsas de Nova York mantiveram movimentos mornos hoje, com os investidores também à espera da decisão do Federal Reserve na quarta-feira (31).
O Dow Jones caiu 0,12%, aos 40.539,93 pontos; o S&P 500 teve leve alta de 0,08%, aos 5.463,54 pontos; e o Nasdaq, +0,07%, aos 17.370,20 pontos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias