O Ibovespa encerrou o pregão, desta quinta-feira (30), último dia do mês, com alta de 0,92%, aos 127.331 pontos. As negociações por aqui foram impulsionadas, principalmente, pelo apetite maior ao risco no exterior, após dados de inflação dos EUA e da zona do euro.
Em novembro, o saldo do principal indicador da bolsa brasileira foi positivo, com alta de 12,54%, o maior nível desde novembro de 2020. Além disso, dos 20 pregões operados, o Ibovespa ficou em baixa em apenas oito.
O embalo otimista da B3 foi impulsionado pelo mercado externo ao longo do mês. O principal tema no radar foi a perspectiva de que os juros nos Estados Unidos já chegaram ao seu pico, o que significa que o ciclo de aperto monetário na maior economia do mundo chegou ao fim.
Hoje, foi divulgado por lá um importante indicador, o favorito do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) para balizar a política monetária. E a notícia confirma os prognósticos do mercado.
O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos Estados Unidos, o qual exclui as variações dos preços dos alimentos e energia, subiu 0,2% em outubro ante setembro, e 3,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Ao incluir esses preços, a inflação cheia de consumo americana ficou estável (0,0%) na base mensal e subiu 3,0% na anual em outubro.
Mas teve boa notícia no Brasil também. A taxa de desemprego, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ficou em 7,6% no trimestre de agosto a outubro, -0,3 ponto percentual (p.p.) na comparação com os três meses anteriores. Foi a menor taxa de desocupação desde o trimestre encerrado em fevereiro de 2015 (7,5%).
Também estiveram no radar dos investidores por aqui a aprovação das mudanças no estatuto social da Petrobras em assembleia e as declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, que afirmou que autoridade monetária está confortável em manter o ritmo de corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic.
O dólar fechou a R$ 4,9152, com avanço de 0,56%, no mercado à vista. No mês, a moeda norte-americana recuou 2,5%, o maior queda mensal desde junho.
Destaques do Ibovespa
O destaque do mês do Ibovespa foram as ações do varejo, que despontaram em meio às expectativas com a Black Friday e o alívio nas taxas de juros nos Estados Unidos, além da continuidade de cortes na taxa básica de juros brasileira, a Selic.
As estrelas da vez foram as ações da Magazine Luiza (MGLU3), que registraram o maior avanço do Ibovespa em novembro, com alta acima de 51%. No acumulado do ano até agora, porém, a varejista acumula queda de 22%.
Os papéis ligados ao minério de ferro também avançaram no principal indicador da Bolsa brasileira, devido aos preços da commodity no mercado externo.
Entre os destaques negativos estiveram as petroleiras, devido à volatilidade do petróleo no mercado externo, com os investidores cautelosos com os desdobramentos do conflito entre Israel e Hamas, no Oriente Médio, e incertezas sobre a demanda da commodity.
Por aqui, outro destaque negativo foi a Cemig (CMIG4). Os investidores ficaram mais cautelosos com a possível federalização da companhia em troca de “abatimento” de dívidas de Minas Gerais com a União. Os papéis da empresa caíram 5,71% no mês (R$ 11,07).
Nesta quinta-feira, um dos destaques negativos foram os papéis da Braskem, que apontou queda de 6,45% (R$ 19,13), depois que a Defesa Civil de Maceió alertou para o risco de colapso de uma barragem da empresa em Maceió (AL).
Mercado externo
As bolsas de Nova York encerraram o último pregão de novembro sem direção única.
Dow Jones: +1,47%, a 35.950,89 pontos;
S&P 500: +0,38%, a 4.567,80 pontos;
Nasdaq: -0,23%, a 14.226,22 pontos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias