Apesar da instabilidade do dia, o Ibovespa terminou a terça-feira (2) com leve alta de 0,06%, aos 124.787,08 pontos, um ganho de 69,01 pontos.
Com a agenda de indicadores fraquíssima, o tom do dia foi mesmo político. Em nova entrevista a uma rádio na Bahia, o presidente Lula voltou a criticar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e também disse que a disparada do dólar atende a um “jogo de interesses”.
“Obviamente que me preocupa essa subida do dólar. É uma especulação”, disse o presidente. “Tenho conversado com as pessoas o que a gente vai fazer. Eu estou voltando [a Brasília], quarta-feira (3) vou ter uma reunião, porque não é normal o que está acontecendo”, afirmou mais à frente.
Ontem à noite, após a alta recorde da moeda norte-americana, Haddad disse a jornalistas que a disparada tem a ver com “ruídos” de comunicação. “Atribuo [a alta do dólar] a muitos ruídos. Eu já falei isso no Conselhão [reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, na última quinta-feira (27)], precisa comunicar melhor os resultados econômicos que o país está atingindo”, declarou o ministro.
Hoje, mais cedo, ele afirmou que o governo não pretende reduzir o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre o câmbio para segurar a alta do dólar.
O presidente do BC deu a sua contribuição também. Falando em fórum promovido pelo BCE (Banco Central Europeu) em Sintra, Portugal, Campos Neto afirmou que se observa nas últimas semanas um prêmio de risco elevado no Brasil, com incertezas relacionadas ao que acontecerá quando a autoridade monetária tiver um novo comando.
Ou seja, mais uma vez, Campos Neto age contra o Brasil diante da nata do mercado financeiro internacional, o que é muito ruim para a imagem do país. As declarações de Campos Neto foram feitas ao lado da presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, e do presidente do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, que também participaram do painel.
Dólar
Hoje o dólar comercial teve um avanço mais brando, de 0,22%, negociado a R$ 5,66, apoiado por uma queda nos juros públicos americanos. No momento mais crítico do dia para o real, a divisa atingiu máxima de R$ 5,70.
Mercado externo
As bolsas de Nova York mudaram ao longo do dia e fecharam no positivo, após as falar suaves de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve), que participou de um evento entre bancos centrais em Portugal.
Ele disse que o Fed havia “feito algum progresso na [luta contra a] inflação”, embora tenha se esquivado de dizer quando aconteceria o primeiro movimento de corte de taxas. “A última leitura e a anterior, em menor medida, sugerem que estamos regressando ao caminho desinflacionário. Queremos estar mais confiantes de que a inflação está descendo de forma sustentável para 2% antes de iniciarmos o processo de redução ou flexibilização da política”, acrescentou.
O Dow Jones subiu 0,41%, aos 39.331,85 pontos; o S&P 500, +0,62%, aos 5.509,04 pontos; e o Nasdaq, +0,84%, aos 18.028,76 pontos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias