Em um dia agitado por dados macroeconômicos e pelas commodities, os mercados passaram por muita volatilidade nesta quarta-feira (11). O Ibovespa inverteu a queda de ontem (10) e fechou com alta de 0,27%, aos 134.676,75 pontos, um ganho de 357,17 pontos.
A oscilação da Bolsa brasileira nos últimos dias, alternando entre movimentos de alta e de baixa, reflete o sentimento de dúvida entre os investidores sobre o futuro da política monetária, tanto aqui como nos Estados Unidos.
Por lá, a expectativa é saber o tamanho do corte que o Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) fará na taxa de juros, atualmente entre 5,25 e 5,50% ao ano. A maioria prospecta redução de 0,25 ponto percentual.
Assim como o Fed, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central também se reúne na semana que vem para definir o futuro dos juros.
Por aqui, mais uma notícia boa para a economia brasileira hoje, que acabou jogando um pouco mais de sombra sobre a decisão do Copom na próxima semana. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a Pesquisa Mensal de Serviços. O volume de serviços prestados no país seguiu em trajetória de crescimento em julho, apresentando expansão de 1,2% na comparação com junho. Este é o segundo resultado positivo seguido, período em que acumulou um ganho de 2,9% (junho-julho). Na comparação com julho de 2023, houve crescimento de 4,3%.
O problema é que notícia boa para o mercado é sempre problema. Com base nos últimos resultados, agentes enxergam pressões inflacionárias lá na frente, o que justificaria uma alta da taxa básica de juros, a Selic, na semana que vem.
No entanto, ontem o mesmo IBGE divulgou que o país registrou deflação em agosto. Ou seja, para alguns, subir a taxa de juros agora seria, no mínimo, estranho. Até porque ajustes na taxa tem efeitos de seis a nove meses.
Hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que projeta crescimento acima de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) este ano. “A atividade econômica continua vindo forte. Hoje tivemos um dado de serviços forte. Devemos divulgar nesta semana a reprojeção do PIB e as consequências sobre a arrecadação, possivelmente com um aumento da projeção para além do que estávamos esperando. Deve vir mais forte, possivelmente 3% para cima, 3% de crescimento, talvez até um pouco mais, crescimento do PIB deste ano”, sinalizou.
A agência de classificação de risco Fitch Ratings elevou a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil neste ano, de 1,7% para 2,8%, por entender que a economia brasileira demonstra força e que os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul foram atenuados.
Dólar
O dólar comercial, que subiu ontem, acabou em baixa hoje, com 0,11%,a R$ 5,64. Os juros futuros (DIs) fecharam mistos.
Mercado externo
Os indicadores de Nova York reagiram aos dados da inflação ao consumidor (CPI) nos EUA. O CPI de agosto veio dentro do esperado, mas ainda bem acima da meta de 2,0% do Federal Reserve. Resta saber como o dado vai impactar a decisão da autoridade monetária na semana que vem. Amanhã (12), será divulgada a inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês).
O Dow Jones subiu 0,31%, aos 40.861,71 pontos; o S&P 500, +1,07%, aos 5.554,12 pontos; e o Nasdaq, +2,17%, aos 17.395,53 pontos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias