Índice de Preços ao Produtor (IPP) sobe 1,83% em maio. Indicador já acumula alta de 9,06% no ano

Embora o indicador esteja caindo desde março, percentuais permanecem bem elevados, com acúmulo de 9,06% no ano e de 19,15% em 12 meses
6 de julho de 2022

Em maio de 2022, os preços da indústria, que integram o Índice de Preços ao Produtor (IPP),  subiram 1,83% frente a abril. O valor tem se reduzido desde março, quando atingiu pico de elevação (3,12%). Porém, apesar da desaceleração, os valores permanecem bem elevados. O acumulado no ano atingiu 9,06% e o acumulado em 12 meses chegou a 19,15%. Em maio, das 24 atividades analisadas, 21 tiveram alta de preços.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação mede os preços de produtos “na porta de fábrica”, sem impostos e fretes, e abrange as grandes categorias econômicas: bens de capital, bens intermediários e bens de consumo (duráveis, semiduráveis e não duráveis). É divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

“O principal fator de custos do Índice de Preços ao Produtor nesse período foram os bens ligados à indústria extrativa, que viu seus preços se elevarem com a alta do preço internacional dos bens no mercado internacional. Essa situação tem elevado potencial de gerar pressões inflacionárias de custo no médio prazo para o IPCA, sendo mais um fator inflacionário que precisa ser observado com atenção nos próximos meses”, segundo o economista do ICL André Campedelli.

“Importante observar que, durante 2022, ocorreu uma forte elevação do preço da indústria extrativa. Além desse aumento dos bens ligados à indústria extrativa, que subiram 12,5% neste mês, a indústria de transformação viu seus preços elevarem apenas 1,24%”, diz Campedelli.

O acumulado no ano, de janeiro a maio, atingiu 9,06%. As maiores variações foram em: indústrias extrativas (30,71%), refino de petróleo e biocombustíveis (26,37%), vestuário (10,17%) e papel e celulose (9,58%). Já os setores de maior influência foram: refino de petróleo e biocombustíveis: 2,94 p.p; indústrias extrativas: 1,50 p.p.; alimentos: 1,39 p.p.; e outros produtos químicos: 0,80 p.p.

O acumulado em 12 meses foi de 19,15%. As quatro maiores variações foram: refino de petróleo e biocombustíveis (53,79%); outros produtos químicos (35,88%); fabricação de máquinas e equipamentos (23,38%); e produtos de metal (21,92%). As maiores influências foram em refino de petróleo e biocombustíveis (5,38 p.p.); alimentos (3,70 p.p.); outros produtos químicos (3,18 p.p.); e veículos automotores (1,00 p.p.).

Índice de Preços ao Produtor (IPP): em 12 meses, alguns itens acumulam variação bastante elevada

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Crédito: Freepik

No acumulado em 12 meses, a indústria extrativa saiu de uma deflação de 10,95% para uma elevação de 0,62%, enquanto a indústria de transformação saiu de 20,36% para 20,53%.

Algumas indústrias de transformação tiveram uma elevação considerável de preços em maio, como a indústria de vestuário, que teve seus preços de produção elevados em 3,41%; papel e celulose, com alta de 4,96%; borracha e plástico, 2,91%; minerais não metálicos, 2,81%; metalurgia, 2,05%; e produtos de metal, 3,64%.

A maior parte dessas indústrias, mesmo não sendo extrativas, tem em sua composição insumos vindos dessa indústria, como é o caso de madeira, derivados de petróleo, minerais metálicos, entre outros, o que explica a elevação do preço em boa parte desses bens.

Alguns itens não tiveram aumento muito expressivo nos últimos meses, mas apresentam uma variação acumulada em 12 meses bastante elevada. É o caso da indústria dos alimentos, que viu seus custos aumentando 15,6% no acumulado de 12 meses, enquanto a indústria de bebidas teve elevação de 16,64%, a de têxteis, de 19,08%, e a de derivados de petróleo, de 53,8%.

Com exceção da indústria de alimentos, as demais apresentaram aceleração da inflação em 12 meses no mês de maio. Isso demonstra como ficaram elevados os custos de produção de importantes indústrias, o que, consequentemente, impacta diretamente nos custos dos produtos que serão consumidos pelo consumidor final, medido pelo IPCA.

Índice de Preços ao Produtor

Redação ICL Economia

Com informações das agências de notícias e do Boletim “Economia Para Todos Investidor Mestre”, distribuído aos assinantes do Portal ICL

 

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