As bolsas mundiais e os índices futuros dos EUA começam a terça-feira (21) operando em alta, com os investidores atentos ao início da reunião do Fed (Federal Reserve), que definirá novo percentual de ajuste ou a manutenção da taxa de juros. Por aqui, o Copom (Comitê de Política Monetária) também inicia hoje sua reunião para definir o futuro da Selic. As duas reuniões terminam amanhã (22), na chamada “Super Quarta”.
Nos Estados Unidos, depois da turbulência vivida nos últimos dias com o colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank, e socorro do governo suíço ao Credit Suisse após problemas contábeis gerarem uma crise de confiança, boa parte dos agentes avalia que o Fed manterá o ritmo de ajuste da taxa de juros em 0,25 ponto percentual, a fim de não gerar mais pressão sobre os mercados. Contudo, outra parcela aposta que a autoridade monetária norte-americana poderá manter a taxa no patamar atual (4,5% ao ano).
No Brasil, há a expectativa de que o Copom mantenha a Selic no atual patamar de 13,75%. A taxa básica de juros da economia tem sido alvo de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de integrantes de seu governo. Parte do mercado vislumbra que o Copom só deve começar a reduzir a taxa depois que for apresentado o novo arcabouço fiscal, que substituirá o teto de gastos (regra fiscal que limita o aumento de gastos do governo à inflação passada). Porém, isso ocorrerá se o projeto estiver em consonância com o que espera o mercado.
Na Europa, as bolsas sobem depois que o UBS Group anunciou a compra do Credit Suisse, em um acordo intermediado pelo governo suíço, com o objetivo de evitar que os problemas em torno do Credit contaminassem os mercados globais.
Os mercados asiáticos também fecharam com alta em sua maioria, acompanhando o movimento de Wall Street.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão desta segunda-feira (20) em queda com investidores de olho na situação do setor bancário global e se preparando para decisões de juros nos EUA e Brasil nesta semana. As notícias sobre o avanço do novo arcabouço fiscal do país também ficaram no radar. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 1,04%, aos 100.922 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, as atenções do mercado continuam voltadas para a turbulência no sistema bancário internacional. No domingo, o grupo suíço UBS Group AG adquiriu o banco Credit Suisse por US$ 3,23 bilhões. O acordo também inclui uma assistência de liquidez de US$ 108 bilhões por parte do Banco Nacional da Suíça (SNB, na sigla em inglês).
Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar porém perdeu força frente ao real, com queda de 0,52%, a R$ 5,242 na compra e a R$ 5,243 na venda.
Europa
As bolsas da Europa operam no campo positivo, depois que a aquisição do Credit Suisse pelo UBS Group, por US$ 3,23 bilhões, trouxe alívio aos mercados.
Ainda na região, ontem (20), a presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, disse que o banco central europeu não se comprometerá com a próxima decisão de juros, principalmente após a apreensão vivida nos últimos dias com os problemas envolvendo bancos nos EUA e na Suíça.
No entanto, ela reforçou que a autoridade monetária europeia seguirá com sua meta da inflação de 2% ao ano.
FTSE 100 (Reino Unido), +1,28%
DAX (Alemanha), +1,20%
CAC 40 (França), +1,20%
FTSE MIB (Itália), +2,07%
STOXX 600, +1,20%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam no azul hoje, estendendo os ganhos da véspera, após a redução da temperatura e pressão sobre os mercados após o anúncio da compra do Credit Suisse pelo UBS Group, e o acordo entre bancos centrais das principais economias para aumentar a liquidez do mercado em dólares, como remédio para evitar possíveis novos problemas com instituições financeiras.
Agora, os investidores aguardam o resultado da reunião do Fed, que poderá anunciar amanhã novo aumnto ou manutenção da taxa de juros.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,31%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,33%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,21%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam com alta em sua maioria, acompanhando o movimento de Wall Street, cujo pregão refletiu a esperança de que a crise bancária envolvendo alguns bancos nos últimos dias tenha sido solucionada.
Das notícias da região, o índice de preços ao produtor da Coreia do Sul para fevereiro subiu 4,8% em relação ao ano anterior, abaixo dos 5,1% de janeiro.
Shanghai SE (China), +0,64%
Nikkei (Japão), fechado por feriado
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,36%
Kospi (Coreia do Sul), +0,38%
ASX 200 (Austrália), +0,82%
Petróleo
As cotações do petróleo operam com alta, depois do acordo de compra do Credit Suisse pelo UBS, o que reduziu preocupações dos agentes sobre o impacto da crise no mercado da commodity.
Petróleo WTI, +0,90%, a US$ 68,25 o barril
Petróleo Brent, +0,80%, a US$ 74,38 o barril
Agenda
Com a agenda de indicadores esvaziada nesta terça-feira (21), está no radar dos agentes o início da reunião do Fed (Federal Reserve) para definir ou manter a nova taxa de juros. A decisão sai amanhã.
Por aqui, no Brasil, no campo político, a expectativa é para a divulgação do novo arcabouço fiscal, substituto do teto de gastos. Na seara econômica, começa hoje a reunião de dois dias do Copom (Comitê de Política Monetária). A expectativa é de manutenção da Selic em 13,75% ao ano. Também sai hoje a prévia do IPCA-15. O Itaú prevê alta de 0,09% na comparação mensal, levando a taxa anual para 6,8%.
Redação ICL Economia
Com informações das agências