Índices futuros operam em baixa antes da divulgação do relatório do mercado de trabalho Jolts nos EUA

No Brasil, o dado mais aguardado para hoje é o PIB do terceiro trimestre, que será apresentado às 9h pelo IBGE. O consenso LSEG prevê queda de 0,2% na base trimestral e alta anual de 1,9%.
5 de dezembro de 2023

Os índices futuros operam em baixa, nesta manhã de terça-feira (5), enquanto as bolsas da Europa estão operando mistas, repercutindo movimentos da região. Os investidores estão atentos hoje à divulgação do relatório Jolts, que afere as contratações e desligamentos no mercado de trabalho norte-americano.

Esses dados são importantes termômetros da economia e podem contribuir para balizar a decisão sobre os juros pelo Fed (Federal Reserve), no início do próximo ano. Na próxima semana (12 e 13 de dezembro), a autoridade monetária estadunidense realiza a última reunião do ano, e a maioria dos analistas aposta em uma pausa no ciclo de aumentos de juros.

Já os futuros de taxas de juros sugerem uma probabilidade de 58% de o BC americano começar a cortar as taxas até março de 2024, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group.

Em outra frente, os investidores monitoram o rebaixamento da perspectiva de crédito da China e os últimos sinais vindos do BCE (Banco Central Europeu) sobre o rumo dos juros no continente.

A Moody’s Investors Service baixou de “estável” para “negativa” sua perspectiva para os títulos soberanos chineses, citando a maior preocupação global sobre o nível de endividamento da segunda maior economia do mundo. A combinação de um maior estímulo fiscal para impulsionar a atividade e a queda em espiral do setor imobiliário ameaçam a economia do país, disse a agência classificadora de risco.

Na Europa, Isabel Schnabel, membro do conselho do BCE, disse, em entrevista à Reuters, que a autoridade monetária pode descartar novas altas dos juros, dada a “notável” queda da inflação.

Depois de uma longa campanha de alta do custo dos empréstimos, os preços na zona do euro subiram +2,4% em novembro, bem abaixo dos +10% do ano anterior e perto da meta de 2% do BCE.

No front corporativo, a unidade de comunicação móvel do SoftBank está comprando por € 473 milhões o controle de uma empresa irlandesa especializada em banda larga para carros, apostando na tecnologia de veículos inteligentes e autônomos.

Nos EUA, a AT&T escolheu a Ericsson para modernizar sua rede sem fio no país, um projeto que pode chegar a quase US$ 14 bilhões em cinco anos. O acordo representa um golpe para a Nokia, que também é fornecedora de tecnologia para a AT&T.

No Brasil, o dado mais aguardado para hoje é o PIB (Produto interno bruto) do terceiro trimestre, que será apresentado às 9h pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O consenso LSEG prevê queda de 0,2% na base trimestral e alta anual de 1,9%.

Brasil

Na esteira do movimento do mercado externo, o Ibovespa fechou o pregão de segunda-feira em queda de 1,08%, aos 126.802 pontos.

Com as agendas de indicadores esvaziadas, tanto aqui quanto no mercado externo, não houve indicadores econômicos relevantes e Wall Street fechou em tom negativo após cinco semanas consecutivas de ganhos.

No Brasil, os investidores acompanharam a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em dois eventos ontem. Mas, apesar das expectativas, ele não comentou sobre política monetária.

Além disso, os investidores acompanharam de perto a tramitação da proposta que prevê a privatização da Sabesp (SBSP3) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). A votação, contudo, só deve acontecer entre hoje (5) e amanhã (6).

Nas negociações do dia, o dólar à vista fechou a R$ 4,9487, com alta de 1,39%.

Europa

As bolsas da Europa operam mistas, à medida que diminui o apetite ao risco dos investidores da região. O Stoxx 600 caiu 0,10% no início das negociações, uma vez que os setores foram negociados de forma mista. As ações de petróleo e gás subiram 0,35%, enquanto as ações de mineração caíram 1,15%.

As ações de telecomunicações foram as que mais movimentaram, com a Ericsson subindo 9% depois de fechar um acordo com a AT&T, enquanto a Nokia despencou 9,7%.

Dos dados macroeconômicos da região, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de serviços da zona do euro voltou a mostrar recuperação, passando de 47,8 em outubro para 48,7 em novembro, mas ainda abaixo da marca de 50,0, que separa as leituras de contração e expansão da atividade da expansão. Por outro lado, veio acima do esperado por analistas (48,2 no mês).

FTSE 100 (Reino Unido), -0,42%
DAX (Alemanha), +0,07%
CAC 40 (França), +0,16%
FTSE MIB (Itália), +0,07%
STOXX 600, -0,10%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam no campo negativo nesta manhã, com investidores à espera do relatório JOLTs, enquanto se preparam para o payroll, que será divulgado na sexta-feira (8).

Dow Jones Futuro (EUA), -0,13%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,22%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,38%

Ásia-Pacífico

As bolsas da Ásia-Pacífico fecharam no negativo hoje, nesta terça-feira, com perda de mais de 1,5% em Xangai e de mais de 1% em Tóquio.

Na Oceania, a Bolsa de Sydney também caiu, após o Banco Central da Austrália manter juros, mas não descartar novas altas, a depender do quadro nos indicadores.

Na China, os mercados foram impactados pelos temores sobre o crescimento da China, mesmo após medidas recentes do governo para melhorar os indicadores. Quase todos os setores encerraram no vermelho em Xangai, com ações de software e hardware entre os piores desempenhos.

Após o fechamento dos mercados, a Moody’s Investors Service baixou de “estável” para “negativa” sua perspectiva para os títulos soberanos chineses, citando preocupações com o endividamento.

Shanghai SE (China), -1,67%
Nikkei (Japão), -1,37%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,91%
Kospi (Coreia do Sul), -0,82%
ASX 200 (Austrália), -0,89%

Petróleo

Os preços do petróleo sobem em meio à incerteza sobre os cortes voluntários de produção por parte da OPEP+ e à medida que a tensão contínua no Médio Oriente estimulava preocupações com a oferta.

Petróleo WTI, +0,96%, a US$ 73,74 o barril
Petróleo Brent, +0,91%, a US$ 78,73 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, o dado mais importante da agenda é o relatório Jolts, com dados do mercado de trabalho.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara deve discutir, nesta terça-feira, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que reduz de 44 horas para 36 horas a carga horária de trabalho semanal. Na CCJ, os deputados analisam apenas a constitucionalidade da proposta. Se o texto receber o aval dos parlamentares, ele segue para uma comissão especial, responsável por analisar o conteúdo da proposta. Se aprovada, a nova regra entraria em vigor apenas dez anos após ser promulgada. Na seara econômica, o dado mais importante de hoje é a divulgação do PIB do terceiro trimestre, às 9h, pelo IBGE. Também saem o Indicador Antecedente de Emprego, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), enquanto o BC trará dados da política monetária e operações de crédito.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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