Os índices futuros dos Estados Unidos começaram a quarta-feira (2) em trajetória negativa, mantendo o movimento da véspera. Ontem, as bolsas por lá encerraram o dia com perdas, como resultado do aumento das tensões no Oriente Médio, que mexeu com o dólar e o petróleo.
Os analistas estão preocupados com a possibilidade de que o conflito escale para uma guerra envolvendo várias nações da região, que são grandes produtoras de petróleo.
Ontem (1º), o Irã disparou vários mísseis contra Israel, em revide aos ataques israelenses no Líbano, que matou dezenas de civis.
Além da tensão no Oriente Médio, mexeram com o mercado financeiro norte-americano ontem a divulgação do relatório Jolts, que mostrou abertura de vagas dos setores não-agrícolas nos Estados Unidos maior que o esperado por analistas, e uma greve portuária nas costas oeste e do Golfo. Embora os consumidores possam não sentir o aperto imediatamente, a paralisação poderá custar à economia dos EUA centenas de milhões de dólares.
Hoje, o relatório de empregos ADP, que traz o panorama do setor privado, será divulgado. Mas o dado mais aguardado é o payroll, que será divulgado na sexta-feira (4).
Por aqui, ontem a agência de classificação de risco Moody’s elevou o rating do Brasil de Ba2 para Ba1, mantendo a perspectiva positiva. Isso coloca o país a um passo do grau de investimento, que corresponde a um selo de bom pagador.
Na seara de indicadores, saem hoje os dados da produção industrial de agosto. O consenso LSEG prevê alta de 0,1% mês contra mês; e de +2,3% ano contra ano.
Brasil
O primeiro dia de outubro foi marcado pelo aumento da tensão no Oriente Médio, após o ataque do Irã contra Israel em revide às ações militares israelenses no Líbano. O petróleo subiu mais de 5% no ponto mais alto do dia. O dólar também subiu, mas os indicadores de Nova York fecharam em queda.
No Brasil, no entanto, o efeito foi inverso. O Ibovespa fechou com alta de mais de 0,51%, aos 132.495,16 pontos, um ganho de 678,72 pontos. Na máxima, avançou mais de 1,1%, chegando aos 133.405,49.
O dólar comercial subiu 0,31%, cotado a R$ 5,46.
Europa
As bolsas europeias operam ligeiramente em alta nesta manhã, impulsionadas por empresas que surfaram na onda da alta do petróleo. Outro setor que apresenta alta com o aumento dos riscos do conflito é o de defesa.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,51%
DAX (Alemanha): +0,14%
CAC 40 (França): +0,63%
FTSE MIB (Itália): +0,55%
STOXX 600: +0,39%
Estados Unidos
Os índices futuros de Nova York estão no negativo hoje, mesmo movimento da véspera, devido às incertezas geradas pela greve portuária nas costas oeste e do Golfo. A paralisação, que pode custar à economia dos EUA milhões de dólares, foi eclipsada pela escalada de tensões entre Irã e Israel.
Além disso, após o fechamento dos mercado a Nike despencou mais de 5% após retirada de projeção para o ano fiscal completo. A companhia já vem enfrentando dificuldades há algum tempo e se prepara para uma troca de CEO, em 14 de outubro.
Dow Jones Futuro: -0,25%
S&P 500 Futuro: -0,12%
Nasdaq Futuro: -0,12%
Ásia
As ações da Ásia-Pacífico fecharam mistas hoje, em dia de baixa liquidez devido a feriados locais. Com as negociações fechadas na China em razão do feriado da Semana Dourada, sobrou para a Hang Seng, de Hong Kong, realizar os possíveis ganhos por estímulos anunciados por Pequim. O índice subiu mais de 6%.
Shanghai SE (China), fechado devido a feriado
Nikkei (Japão): -2,18%
Hang Seng Index (Hong Kong): +6,2%
Kospi (Coreia do Sul): -1,22%
ASX 200 (Austrália): -0,13%
Petróleo
Os preços dos contratos do petróleo sobem com a escalada do conflito no Oriente Médio e a possibilidade de uma guerra regional envolvendo nações produtoras da commodity.
Petróleo WTI, +2,22%, a US$ 71,37 o barril
Petróleo Brent, +2,01%, a US$ 75,07 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, saem hoje o relatório de emprego privado ADP de setembro; o consenso LSEG prevê a criação de 120 mil vagas.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o Tesouro Nacional afirmou que a elevação da nota de crédito do Brasil pela Moody’s reflete o reconhecimento dos avanços nas contas públicas e de um cenário propício ao crescimento, além da solidez dos fundamentos da economia do país. Logo após o anúncio da revisão do rating do Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pontuou que o relatório está em linha com o que o ministério defende. “Há trabalho a ser feito nas receitas e despesas que pode permitir o equilíbrio das contas e a queda dos juros para retomar o grau de investimento”, disse. “O governo às vezes tropeça, mas temos como rever.” Na seara dos indicadores, sai hoje a produção industrial de agosto, com o consenso LSEG prevendo alta de 0,1% mês contra mês; e de +2,3% ano contra ano.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias