Os mercados mundiais caminham em todas as direções, nesta terça-feira (2). Enquanto os índices futuros dos Estado Unidos operam no campo negativo, as bolsas europeias estão no positivo e as da Ásia fecharam mistas.
Nos Estados Unidos, os investidores aguardam mais sinais da saúde da economia, com a divulgação da pesquisa sobre vagas de emprego e rotatividade de trabalho (relatório Jolts) de fevereiro e discursos de membros do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) ao longo do dia.
Os rendimentos dos títulos globais caem hoje, acompanhando o selloff (liquidação) do dia anterior nos Treasuries, à medida que os traders precificam a possibilidade de menos cortes nas taxas de juros este ano pelo Fed.
No campo das commodities, os futuros do petróleo bruto nos EUA atingiram US$ 85 por barril em Nova York pela primeira vez desde outubro, à medida que os cortes na oferta da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais aliados) sustentam um mercado cada vez mais fortalecido.
Por aqui, saem os dados de inflação ao produtor de fevereiro, estatísticas do mercado de crédito e o Boletim Focus semanal.
Além disso, depois de o dólar ter ultrapassado a barreira dos R$ 5 ontem, o Banco Central vai intervir no câmbio pela primeira vez em mais de um ano, com um leilão adicional de swap cambial equivalente a US$ 1 bilhão.
Brasil
A volta do feriado da Páscoa não foi fácil para os mercados financeiros. O Ibovespa acompanhou o mercado externo na segunda-feira (01), fechando com baixa de 0,87%, aos 126.990 pontos.
Nem mesmo a Vale (VALE3) e a Petrobras (PETR4), empresas de peso no indicador e que surfaram na onda das altas de suas respectivas commodities, ajudaram o Ibovespa a subir.
A expectativa era de que os mercados reagissem positivamente aos bons dados da economia chinesa, que impulsionaram, por exemplo, o preço do minério de ferro, ajudando o desempenho da Vale.
Já o dólar voltou a ganhar força ontem, ampliando os ganhos acima dos R$ 5 e no maior nível desde 30 de outubro de 2023. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 5,0591 com alta de 0,87% no mercado à vista.
Europa
As bolsas da Europa operam no campo positivo, com o retorno dos mercados após o feriado de Páscoa ontem. Por lá, os investidores repercutem os novos dados sobre a indústria da zona euro, a inflação da Alemanha e os preços das casas no Reino Unido.
O índice de gerentes de compra (PMI) do setor industrial da zona do euro do HCOB caiu para 46,1 em março, ante 46,5 em fevereiro. Já os preços das casas no Reino Unido aumentaram 1,6% em março em relação ao ano anterior, marcando o aumento mais rápido desde dezembro de 2022.
FTSE 100 (Reino Unido): +0,35%
DAX (Alemanha): +0,04%
CAC 40 (França): +0,22%
FTSE MIB (Itália): +0,19%
STOXX 600: +0,22%
Estados Unidos
Os futuros de Nova York estão em trajetória de baixa hoje, seguindo o movimento da véspera, quando o Dow Jones caiu quase 241 pontos, ou 0,6%, e o S&P 500, -0,2%. O Nasdaq Composite foi o único a contrariar a tendência, ao fechar com alta de 0,1%.
As medidas ocorreram depois que dados do setor industrial superaram as expectativas dos economistas, lançando dúvidas sobre a urgência de um corte nas taxas por parte da Fed.
Dow Jones Futuro: -0,28%
S&P 500 Futuro: -0,09%
Nasdaq Futuro: -0,11%
Ásia
As bolsas da Ásia-Pacífico fecharam mistas, com ganhos liderados por Hong Kong em meio ao entusiasmo com a estreia da Xiaomi no mercado de veículos elétricos.
Shanghai SE (China), -0,08%
Nikkei (Japão): +0,09%
Hang Seng Index (Hong Kong): +2,36%
Kospi (Coreia do Sul): +0,19%
ASX 200 (Austrália): -0,11%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem nesta terça-feira, com base em dados industriais otimistas e escalada das tensões no Oriente Médio.
Petróleo WTI, +1,77%, a US$ 85,19 o barril
Petróleo Brent, +1,62%, a US$ 88,85 o barril
Agenda
Na agenda dos Estados Unidos, os investidores estarão atentos à divulgação do relatório Jolts de fevereiro, aos dados das encomendas da indústria de fevereiro e aos discursos de dirigentes do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos).
Por aqui, no Brasil, no campo político, o Banco Central vai intervir no câmbio pela primeira vez em mais de um ano nesta terça-feira (2), com um leilão adicional de swap cambial de até 20 mil contratos, o equivalente a US$ 1 bilhão. No ano passado, o BC não colocou dinheiro novo no mercado, apenas promoveu a rolagem de linhas e do estoque de swaps cambiais. Na agenda de indicadores, saem o Boletim Focus do Banco Central, estatísticas de crédito em fevereiro e preços ao produtor fevereiro.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg