Índices futuros em baixa e bolsas da Europa sem direção definida com a reunião do Fed da próxima semana no radar dos investidores

Cresce entre os agentes do mercado o sentimento de que o banco central dos EUA pode dar uma pausa no ritmo do aperto monetário, principalmente depois que os pedidos de auxílio-desemprego, divulgados ontem (8), subiram mais do que o esperado
9 de junho de 2023

Enquanto os índices futuros dos Estados Unidos operam em baixa nesta manhã de sexta-feira (9), as bolsas da Europa caminham sem direção definida, com a próxima reunião do Fed (Federal Reserve), nos próximos dias 13 e 14 de junho, no radar da maioria dos investidores, assim como os dados mais fracos da China.

Cresceu o sentimento entre os agentes dos mercados de que o banco central dos EUA pode dar uma pausa no ritmo do aperto monetário, principalmente depois que os pedidos de auxílio-desemprego, divulgados ontem (8), subiram mais do que o esperado, atingindo o nível mais alto desde outubro de 2021. Esse dado sinaliza uma possível desaceleração do mercado de trabalho após mais de um ano de aperto monetário.

No campo corporativo, os veículos elétricos da General Motors serão adaptados para os 12 mil postos de recarga rápida da Tesla a partir de 2024 nos EUA. O movimento das três maiores montadoras no país, incluindo a Ford, pode influenciar as demais e mudar o padrão do setor. As ações da Tesla subiam mais de 4% nas negociações prévias à abertura dos mercados e as da General Motors ganhavam ao redor de 3%.

Na Ásia, os mercados fecharam em alta generalizada, seguindo os ganhos de Wall Street da sessão anterior, enquanto traders digerem os dados de inflação da China.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) chinês registrou alta de 0,2% em maio e os preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) caíram 4,6% ano a ano, marcando a queda mais acentuada desde maio de 2016.

Além disso, os principais bancos estatais chineses decidiram na quinta-feira reduzir os juros sobre os depósitos em geral, uma medida vista como um prenúncio de um corte na taxa básica de juros pelo banco central do país.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quarta-feira (7) em alta, puxado pela Vale, Petrobras e empresas de consumo doméstico. O principal indicador da Bolsa brasileira avançou 0,77%, aos 115.488 pontos. Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores repercutiram a divulgação da inflação de maio, que veio bem abaixo das expectativas do mercado e seguiram monitorando o cenário de juros no Brasil e no mundo. Ontem (8), devido ao feriado de Corpus Christi, não houve pregão na bolsa brasileira.

Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostraram que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, a inflação oficial do país) desacelerou a 0,23% no último mês, contra projeções de alta de 0,33%. O resultado abaixo do esperado reforça a perspectiva de que o Banco Central deve começar um ciclo de cortes da taxa básica (Selic) em breve.

Nas negociações do dia, o dólar ganhou força frente ao real e subiu 0,24%, a R$ 4,924 na compra e na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam sem direção definida no final de uma semana instável. Das notícias da região, o UBS Group AG fechou um acordo com o governo suíço para cobrir US$ 9,9 bilhões em eventuais perdas que incorram com o resgate do Credit Suisse Group AG, eliminando um grande obstáculo para a conclusão de uma aquisição histórica.

No campo corporativo, o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,02% no início das negociações, com setores divididos por pequenos ganhos e perdas. Os serviços públicos avançam 0,6%, enquanto os produtos químicos caem 1,8%, após uma declaração de ganhos pessimista da Croda International, que produz cosméticos, produtos farmacêuticos, alimentos, lubrificantes e tintas.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,04%
DAX (Alemanha), -0,11%
CAC 40 (França), +0,03%
FTSE MIB (Itália), +0,20%
STOXX 600, +0,02%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA recuam nesta manhã de sexta-feira (9), após alta da véspera, quando o S&P 500 atingiu o ponto mais alto em 2023.

Os rendimentos do Tesouro americano sobem, com os investidores aguardando a próxima reunião de política monetária do Fed (banco central dos EUA) em 13 e 14 de junho, quando as autoridades anunciarão uma nova decisão sobre a taxa de juros.

Os dados de empregos divulgados ontem (8) levaram os investidores a acreditar que o Fed poderá colocar o pé no freio no ritmo do aperto monetário na próxima semana.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,24%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,13%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,04%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam com alta depois que o S&P 500 registrou nova máxima em 2023 e o Dow Jones fechou em alta pelo terceiro dia consecutivo.

Por lá, também pesou nos negócios os dados econômicos da China. O índice de preços ao consumidor chinês registrou alta de 0,2% em maio e baixa anual de 4,6% dos preços ao produtor, marcando a queda mais acentuada desde maio de 2016.

Os principais bancos estatais chineses decidiram na quinta-feira reduzir os juros sobre os depósitos em geral, uma medida amplamente vista como um prenúncio de um corte na taxa básica de juros pelo banco central do país.

No Japão, as ações do varejo e da indústria impulsionaram o Nikkei 225, para uma alta de 1,97% na sexta-feira, liderando os ganhos entre os principais índices da região da Ásia-Pacífico.

Shanghai SE (China), +0,55%
Nikkei (Japão), +1,97%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,47%
Kospi (Coreia do Sul), +1,16%
ASX 200 (Austrália), +0,32%

Petróleo

As cotações do petróleo operam com leve alta na sessão de hoje, devido às preocupações com a demanda e ao ceticismo de que os Estados Unidos e o Irã poderiam fechar um acordo nuclear, informação negada depois pela Casa Branca. “Esta informação é falsa e enganosa”, disse um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

Petróleo WTI, +0,11%, a US$ 71,37 o barril
Petróleo Brent, +0,07%, a US$ 76,04 o barril

Agenda

Agenda de indicadores esvaziada no exterior.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o relatório do grupo de trabalho da reforma tributária na Câmara, divulgado na terça-feira (6), agradou à Confederação Nacional da Indústria (CNI), que declarou apoio às principais diretrizes da proposta. Em nota, o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, pede que a mudança no modelo de tributação do país seja aprovada “com urgência” no Congresso e afirma que a reforma tem potencial de acelerar o crescimento da economia brasileira. A expectativa é que o texto final vá para votação no plenário da Câmara na primeira semana de julho. Na seara econômica, não haverá divulgação de indicadores importantes na agenda desta sexta-feira (9).

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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