Índices futuros e bolsas da Europa operam em baixa, com investidores repercutindo resultados da Amazon, Intel e dados do PIB dos EUA

No Brasil, saem os dados do IBC-Br, índice de atividade econômica do Banco Central, referente a fevereiro e a taxa de desemprego de março, com consenso Refinitiv prevendo que o indicador fique em 9% no período
28 de abril de 2023

As bolsas da Europa e os índices futuros dos Estados Unidos estão operando em trajetória negativa nesta manhã de sexta-feira (28), com os investidores digerindo os dados do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre menores que o previsto e, no caso dos EUA, eles também repercutem os balanços da Amazon e da Intel.

A Amazon registrou lucro líquido de US$ 3,2 bilhões ante prejuízo de US$ 3,84 bilhões no mesmo período do ano passado. O lucro diluído por ação ficou em 31 centavos de dólar. Por sua vez, a Intel registrou prejuízo de US$ 2,8 bilhões no primeiro trimestre de 2023, revertendo o lucro de US$ 8,1 bilhões apontado um ano antes. Foi o pior resultado da história da companhia, superando o prejuízo de US$ 687 milhões da companhia no quarto trimestre de 2017.

Ontem (27), também foram divulgados os dados preliminares do PIB dos Estados Unidos, apontando crescimento a uma taxa anualizada de 1,1% no primeiro trimestre de 2023. O resultado ficou abaixo da estimativa de analistas, uma vez que o consenso Refinitiv apontava para alta de de 2,0%. No quarto trimestre do ano passado, o PIB americano havia mostrado expansão anualizada de 2,6%.

Para hoje, os agentes do mercado aguardam pela divulgação do índice de preços de gastos de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), referente ao mês de março. O PCE é considerado termômetro favorito do Fed (Federal Reserve) para medir o avanço de preços no país. O consenso Refinitiv prevê variação mensal de 0,3% para o núcleo do índice e de 4,5% na comparação anual.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (27) em alta, com destaque para a desaceleração do PIB dos Estados Unidos e a repercussão da sessão temática sobre juros no Senado Federal, que contou com a participação dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O principal índice da Bolsa brasileira avançou 0,60%, aos 102.923 pontos.

No encontro, Haddad afirmou que o Brasil terá problemas fiscais se a atividade econômica brasileira continuar desacelerando. Já Simone Tebet disse que as decisões do Banco Central não podem ser apenas técnicas e o presidente do BC, por sua vez, afirmou que a autoridade monetária e o governo estão na direção correta, mas é preciso persistir na estabilidade de preços.

Nas negociações do dia, o dólar caiu 1,52% frente ao real, cotado a R$ 4,98.

Europa

As bolsas da Europa operam no campo negativo com investidores digerindo resultados corporativos da região e os números do PIB da zona do euro, que cresceu apenas 0,1% no primeiro trimestre, ficando abaixo das expectativas do consenso Refinitiv, que previa crescimento de 0,2%.

No próximo dia 4 de maio, o BCE (Banco Central Europeu) realiza reunião em que será definida a nova taxa de juros para combater a inflação, que continua sendo um problema para o bloco. O aumento deve ficar entre 25 pontos-base ou mesmo 50 pontos-base na próxima semana.

No campo corporativo, as ações do banco britânico NatWest recuavam 6,2% no início do pregão, depois que os resultados mostraram um aumento anual de 37,2% na receita para £ 1,036 bilhão (US$ 1,29 bilhão), enquanto sua margem líquida de juros aumentou 7 pontos básicos em relação ao trimestre anterior, para 3,27%.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,48%
DAX (Alemanha), -0,45%
CAC 40 (França), -0,92%
FTSE MIB (Itália), -1,40%
STOXX 600, -0,43%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa, com investidores digerindo a última rodada de resultados corporativos, incluindo resultados da Amazon, a prévia do PIB e à espera de dados de inflação que serão divulgados hoje.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,50%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,46%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,32%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam com alta generalizada, após o Banco do Japão manter sua política monetária, de acordo com as expectativas dos economistas. A autoridade monetária japonesa não mexeu na taxa básica de juros, mantida em -0,1% desde que o banco central reduziu as taxas abaixo de zero em 2016.

Por sua vez, a taxa de desemprego do Japão subiu para 2,8% em março, de 2,6% em fevereiro. O resultado foi superior às previsões de analistas, de alta de 2,5% e marca a leitura mais alta desde janeiro de 2022.

Shanghai SE (China), +1,14%
Nikkei (Japão), +1,40%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,27%
Kospi (Coreia do Sul), +0,23%
ASX 200 (Austrália), +0,23%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com baixa, com dados econômicos fracos dos EUA, maior consumidor de petróleo do mundo, e a incerteza sobre novos aumentos de juros aumentando as preocupações sobre a demanda futura pela commodity.

Petróleo WTI, -0,96%, a US$ 74,04 o barril
Petróleo Brent, -0,83%, a US$ 77,72 o barril

Agenda

Nos EUA, a semana termina com a divulgação do índice de preços de gastos de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês), referente ao mês de março. O PCE é considerado termômetro favorito do Federal Reserve para medir o avanço de preços no país. O consenso Refinitiv prevê variação mensal de 0,3% para o núcleo do índice e de 4,5% na comparação anual, sem muitas mudanças em relação à leitura do mês anterior.

Por aqui, no Brasil, O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assinar nos próximos dias a MP (Medida Provisória) para instituir o salário mínimo de R$ 1.320 este ano. A informação foi dada ontem à noite (27) pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que participou de uma reunião do presidente com representantes das centrais sindicais, no Palácio da Alvorada. A MP tem efeito imediato, mas precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional em até 120 dias. Na agenda de dados econômicos, saem os dados do IBC-Br, índice de atividade econômica do Banco Central, referente a fevereiro. O consenso Refinitiv projeta alta mensal de 0,3% e de 4,5% na base anual. Além do IBC-Br, investidores aguardam também a taxa de desemprego de março, com consenso Refinitiv prevendo que o indicador fique em 9%.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do InfoMoney

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