Índices futuros e bolsas asiáticas operam no vermelho após a divulgação da inflação ao consumidor dos EUA

Com o resultado divulgado ontem, os investidores acreditam que o Fed (Federal Reserve) pode demorar ainda mais para iniciar a rota de redução dos juros americanos
15 de fevereiro de 2023

Os índices futuros dos EUA operam no negativo nesta manhã de quarta-feira (15), assim como as bolsas da Ásia, com os investidores digerindo os dados da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que acelerou em janeiro. Na comparação com o mês anterior, o indicador subiu 0,5%, após alta de 0,1% em dezembro, conforme dados divulgados ontem (14) pelo Departamento do Trabalho.

A inflação foi impulsionada, principalmente, pelo aumento dos preços da gasolina, que subiram 3,6% em janeiro, segundo dados da Administração de Informação de Energia dos EUA.

Nos 12 meses encerrados em janeiro, o indicador subiu 6,4%, no menor ganho anual desde outubro de 2021. Em dezembro, o índice havia encerrado o período em 6,5%, abaixo, portanto, do pico de 9,1% atingido em junho, o maior resultado desde novembro de 1981.

Com o resultado divulgado ontem, os investidores acreditam que o Fed (Federal Reserve) pode demorar ainda mais para iniciar a rota de redução dos juros americanos. Agora, eles aguardam os dados de vendas no varejo de janeiro para avaliar a demanda do consumidor, além da produção industrial e estoques empresariais também previstos para hoje. Tudo isso misturado pode indicar a política que será adotada pela autoridade monetária nas próximas reuniões.

Já na Europa, a maioria dos mercados opera com alta hoje. Dados do CPI do Reino Unido mostraram que a inflação caiu pelo terceiro mês consecutivo em janeiro, atingindo 10,1%, de acordo com o Escritório de Estatísticas Nacionais, abaixo das expectativas de economistas (10,3%).

Além disso, a balança comercial da zona do euro teve um déficit de 8,8 bilhões de euros em dezembro, quando os analistas apostavam para um déficit de 12,5 bilhões de euros.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (14) em queda, após uma sessão bastante volátil. Investidores repercutiram os dados de inflação nos Estados Unidos – o índice de preços ao consumidor subiu 0,5% em janeiro, acima das expectativas – e reagiram às falas do presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, contra o aumento da meta da inflação. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 0,91%, aos 107.848 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, a declaração do presidente da distrital do Fed de Dallas, Lorie Logan, de que o BC norte-americano precisará continuar a elevar gradualmente a taxa básica de juros para conter a inflação acabou influenciado nas negociações do Ibovespa.

Nas negociações do dia, o dólar avançou 0,42% frente ao real, cotado a R$ 5,19.

Europa

A maioria das bolsas da Europa opera com alta nesta quarta-feira, levadas pelos dados da inflação do Reino Unido, que caiu pelo terceiro mês consecutivo em janeiro, atingindo 10,1%, de acordo com o Escritório de Estatísticas Nacionais, e abaixo das projeções de analistas. Além disso, a balança comercial da zona do euro teve um déficit de 8,8 bilhões de euros em dezembro, menor também que o projetado.

Por outro lado, a produção industrial teve baixa de 1,1% na passagem de novembro para dezembro e queda de 1,7% na comparação anual. O consenso Refinitiv previa recuo de 0,8% na mensal e de 0,7% na base anual.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,01%
DAX (Alemanha), +0,37%
CAC 40 (França), +0,58%
FTSE MIB (Itália), -0,15%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam no vermelho nesta manhã de quarta-feira, com os investidores digerindo os dados de inflação ao consumidor de janeiro, que subiu 0,5%. Isso elevou as apostas de analistas de que o Fed continuará subindo as taxas de juros para conter a inflação.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,26%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,36%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,43%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam no negativo hoje, também repercutindo os dados de inflação ao consumidor dos Estados Unidos. Das notícias da região, o banco central da China manteve suas taxas de juros de médio prazo inalteradas em 2,75%, com o objetivo de “manter a liquidez do sistema bancário adequada”, conforme comunicado da instituição emitido com a decisão.

Shanghai SE (China), -0,39%
Nikkei (Japão), -0,37%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,43%
Kospi (Coreia do Sul), -1,53%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com baixa, ampliando as perdas da véspera, devido ao aumento acima do esperado nos estoques de petróleo dos EUA, enquanto as expectativas de novos aumentos nas taxas de juros geraram preocupações sobre a perspectiva de demanda mais fraca de combustível e recessão econômica.

Petróleo WTI, -1,63%, a US$ 77,77 o barril
Petróleo Brent, -1,51%, a US$ 84,29 o barril

Agenda

Para hoje, é aguardada a divulgação das vendas no varejo e a produção industrial nos EUA. Para o varejo, o consenso Refinitiv prevê alta mensal de 1,6%. Para a produção industrial, aumento de 0,5%.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participará de evento do BTG, após afirmar na véspera que eventual mudança das metas de inflação não estará na pauta da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) marcada para amanhã (16). No âmbito econômico, sai hoje o IGP-10 de fevereiro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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