Após sinais emitidos por Powell em sabatina no Senado, índices futuros e bolsas da Europa operam em baixa

O presidente do Fed participou de sabatina por dois dias no Senado norte-americano para falar do futuro da política monetária. Ele sinalizou que a taxa de juro pode ser elevada a patamar maior que o da última vez (0,25 ponto percentual)
9 de março de 2023

Os índices futuros dos EUA e as bolsas da Europa operam no negativo nesta manhã de quinta-feira (9), repercutindo a sabatina do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, que terminou ontem (8) no Senado. Nos dois dias em que esteve respondendo a questionamentos de parlamentares a respeito do futuro da política monetária do país, Powell sinalizou que a taxa de juro pode ser elevada a patamar maior que o da última vez (0,25 ponto percentual), uma vez que o mercado de trabalho dos EUA, responsável por elevar o poder de compra da população e, consequentemente, a inflação, permanece ainda aquecido.

Ontem, foram divulgados os números das folhas de pagamento do setor privado, que vieram mais fortes do que o esperado em fevereiro, confirmando a força da economia americana. Por isso, Powell reiterou sua mensagem de alerta de que o banco central pode aumentar as taxas de juros mais do que o previsto. No entanto, ele enfatizou que nenhuma decisão foi tomada ainda sobre a reunião deste mês.

Amanhã (10), será divulgado o relatório de empregos (payroll). Os investidores continuarão em busca de pistas sobre o ritmo de aperto monetário que será promovido pelo Fed. O consenso Refinitiv prevê que 200 mil vagas de emprego tenham sido criadas fora do setor agrícola em fevereiro.

Se a projeção for confirmada, será uma forte desaceleração em relação a janeiro, quando 517 mil postos de trabalho foram criados.

As bolsas da Europa operam em baixa com os investidores também repercutindo a fala de Powell e avaliando as perspectivas econômicas regionais e globais.

Por sua vez, os mercados asiáticos fecharam mistos, com a repercussão do abrandamento da inflação de fevereiro na China.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quarta-feira (8) em alta com investidores na expectativa pela divulgação do novo arcabouço fiscal do país, previsto para este mês. No exterior, as atenções continuam voltadas para o cenário de juros nos Estados Unidos. O principal índice da Bolsa brasileira avançou de 2,22%, aos 106.540 pontos

Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores estão mesmo de olho nos debates sobre o novo arcabouço fiscal do país. A expectativa é que uma regra fiscal crível possa abrir espaço para que o Banco Central comece o processo de corte dos juros. Os debates sobre a reforma tributária também seguem no radar.

Nas negociações do dia, o dólar recuou 1,02% frente ao real, cotado a R$ 5,140 na compra e na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam no negativo nesta manhã de quinta-feira, com os investidores avaliando as perspectivas econômicas regionais e globais, após falas de Jerome Powell no Senado norte-americano.

Por lá, os prejuízos têm sido maiores para as ações do setor de mineração, que registram queda de 1,1%, enquanto alimentos e bebidas lideraram com apenas 0,2%.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,56%
DAX (Alemanha), -0,12%
CAC 40 (França), -0,36%
FTSE MIB (Itália), -0,68%
STOXX 600, -0,31%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa na sessão de hoje, depois de fecharem mistos na véspera.  Os investidores repercutem a fala de Jerome Powell no Senado e os novos números que mostram um mercado de trabalho ainda aquecido. Para hoje, os investidores aguardam o relatório de pedidos de auxílio-desemprego.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,11%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,22%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,42%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam mistas, com os investidores repercutindo os dados da inflação de fevereiro na China, que cresceu 1% na comparação anual, portanto, em ritmo mais lento desde fevereiro de 2022.

Por sua vez, o índice de preços ao produtor da China de fevereiro caiu 1,4% em comparação com o ano anterior, aprofundando uma contração de 0,8% em janeiro.

No Japão, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,1% na comparação anualizada para o trimestre de outubro a dezembro, afetado pelo fraco consumo privado. O número contraria as estimativas preliminares de crescimento de 0,6%.

Shanghai SE (China), -0,22%
Nikkei (Japão), +0,63%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,63%
Kospi (Coreia do Sul), -0,53%
ASX 200 (Austrália), +0,05%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com baixa nesta quinta-feira, com uma queda maior do que o esperado nos estoques de petróleo dos EUA e as preocupações de que aumentos mais agressivos nas taxas de juros dos EUA prejudicariam o crescimento econômico.

Petróleo WTI, -0,25%, a US$ 76,47 o barril
Petróleo Brent, -0,23%, a US$ 82,47 o barril

Agenda

Em dia de agenda fraca no exterior, está prevista para a hoje a divulgação dos pedidos de seguro-desemprego semanal, com consenso Refinitiv prevendo 195 mil solicitações na semana.

Por aqui, no Brasil, expectativa grande do mercado com a reunião de Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento, e Fernando Haddad, ministro da Fazenda, para discutir a proposta do novo arcabouço fiscal. De acordo com a ministra, o texto está finalizado, mas é preciso fazer uma outra análise sob a ótica do ministério que cuida do Orçamento e do fiscal. “Os dois ministérios têm que estar sempre azeitados e sempre coordenados no tempo”, enfatizou. Em relação a dados econômicos, está prevista a divulgação do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de janeiro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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