Após aumento de 0,75 ponto percentual na taxa de juros dos EUA, índices futuros e bolsas despencam nesta 5ª feira

Presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que ciclo de alta pode desacelerar, mas não acabar, o que mexeu com o humor de investidores
3 de novembro de 2022

Os índices futuros dos EUA e as bolsas internacionais operam em baixa nesta quinta-feira (3), como consequência da decisão do Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) do Fed (Federal Reserve), de elevar a taxa de juros em 0,75 ponto percentual (p.p.), atingindo o intervalo de 3,75% e 4%. Agora, a expectativa é de que a autoridade monetária americana desacelere a alta dos juros, conforme indicou o presidente do Fed, Jerome Powell.

Contudo, a indicação de que desaceleração não significa que o ciclo de alta vai acabar, mexeu com o humor dos investidores. De acordo com o líder do Fed, dados recentes sugerem que o nível final da fed funds pode ir além daquilo divulgado anteriormente. “Nossas decisões dependerão da totalidade dos dados recebidos e de suas implicações para as perspectivas da atividade econômica”, acrescentou.

Para hoje, os investidores aguardam a divulgação do saldo da balança comercial de setembro e pedidos de auxílio-desemprego semanal. Também serão divulgados o PMI de serviços de outubro e o ISM de serviços e encomendas à indústria.

Na Europa, os mercados também operam em baixa hoje, seguindo a reação dos investidores globais à decisão do Fed e também às expectativas de que o Banco da Inglaterra deve implementar um aumento de taxa semelhante, quando publicar sua última decisão de política monetária nesta quinta-feira.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (1º) em alta, em um dia de negociações que ficou marcado como o melhor resultado do mercado financeiro no dia seguinte à escolha de um presidente da República. No domingo (30), Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito com mais de 60 milhões de voto para o seu terceiro mandato como chefe do Executivo. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,77%, aos 116.928.

Segundo analistas financeiros, o investidor estrangeiro está bastante animado com a eleição de Lula. Isso explica a queda do dólar e dos juros e também a alta do Ibovespa. O indicador brasileiro chegou a registrar ganhos maiores ao longo do dia, mas desacelerou das máximas após  o atual presidente, Jair Bolsonaro, ter feito o seu primeiro discurso desde o fim das eleições.

O dólar caiu 0,92% frente ao real, negociado a R$ 5,118 na compra e a R$ 5,119 na venda.

Europa

As bolsas europeias estão em movimento de baixa na sessão de hoje, com investidores globais reagindo a mais um aumento da taxa de juros do Federal Reserve dos EUA.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,48%
DAX (Alemanha), -0,79%
CAC 40 (França), -0,63%
FTSE MIB (Itália), -0,71%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta manhã, estendendo as perdas registradas durante o pregão de ontem (2), quando o Fed divulgou outro aumento da taxa de juros e sinalizou que, embora possa desacelerar, um corte de taxa não está previsto tão cedo.

A expectativa é de que as bolsas de Nova York poderão continuar sob pressão até que a economia americana dê sinais de que a inflação desacelerou e que, consequentemente, os juros vão parar de subir.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,15%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,23%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,34%

Ásia

As bolsas asiáticas também seguiram o movimento dos mercados globais com o sinal vindo do Fed, de que o aperto monetário ainda não acabou e não deve acabar tão cedo.

Shanghai SE (China), -0,19%
Nikkei (Japão), -0,06%
Hang Seng Index (Hong Kong), -3,08%
Kospi (Coreia do Sul), -0,33%

Petróleo

As cotações do petróleo também operam em baixa nesta quinta-feira, com um dólar forte puxando o petróleo para baixo.

Petróleo WTI, -1,63%, a US$ 88,53 o barril
Petróleo Brent, -1,32%, a US$ 94,89 o barril

Agenda

Nos EUA, a agenda de hoje está cheia de indicadores importantes, como o saldo da balança comercial de setembro e pedidos de auxílio-desemprego semanal, um termômetro importante do mercado de trabalho dos EUA. Também serão divulgados o PMI de serviços de outubro e o ISM de serviços e encomendas à indústria.

Na Europa, o mercado está de olho nos sinais emitidos pelo Banco Central da Inglaterra, que vai tomar uma decisão sobre juros. O consenso Refinitiv prevê nova elevação de 75 pontos-base, para 3% ao ano.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o governo de transição, liderado pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, realiza a primeira reunião para dar início aos trabalhos. A equipe do novo governo se reúne com líderes do Congresso para saber como inserir no Orçamento de 2023 as promessas de campanha do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como o Auxílio Brasil de R$ 600 e o reajuste acima da inflação do salário mínimo. Já a agenda de indicadores econômicos está esvaziada nesta quinta-feira (3).

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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