Em dia de feriado de Martin Luther King Jr. nos EUA, os índices futuros de Nova York operam, nesta segunda-feira (15), majoritariamente em baixa, assim como as bolsas da Europa. Com a agenda de dados macroeconômicos esvaziada e o feriado estadunidense, os investidores voltam suas atenções ao início do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
O Fórum de Davos é um dos principais focos dos mercados nesta semana. No evento, inflação, cadeias de abastecimento, comércio global, mudanças tecnológicas e as guerras no Oriente Médio e na Ucrânia estão entre os assuntos que serão debatidos. As perspectivas sobre a política monetária mundial estarão em foco, já que dirigentes de bancos centrais falarão no encontro.
Mas os grande temas macroeconômicos serão transição energética, mudanças climáticas e o uso da inteligência artificial na produção de fake news.
Na Europa, a economia da Alemanha contraiu-se pela primeira vez desde a pandemia do ano passado – um forte contraste com seus pares em todo o mundo e que está levantando questões sobre o futuro do país como uma potência industrial. A produção caiu 0,3% em 2023, em comparação com o crescimento de +1,8% no ano anterior.
Em relação aos juros do bloco europeu, o economista-chefe do BCE (Banco Central Europeu), Philip Lane, disse que a flexibilização da política muito cedo seria “autodestrutiva”. Ao Financial Times, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, afirmou que a inflação poderia “oscilar” se os formuladores de políticas cortassem os juros cedo demais.
Na Ásia, o banco central da China manteve em 2,50% sua taxa básica de juros para um ano. Os mercados da região fecharam mistos após a decisão, enquanto as ações de Taiwan subiram depois que os eleitores concederam ao Partido Democrático Progressista um terceiro mandato presidencial consecutivo.
No âmbito geopolítico, aviões de combate dos EUA abateram um míssil de cruzeiro disparado de uma área de militantes houthi no Iêmen em direção a um destróier da Marinha que operava no sul do Mar Vermelho. O Reino Unido manifestou estar pronto para realizar novos ataques contra alvos Houthi no Iêmen, caso o grupo continue a atacar embarcações comerciais.
Ao mesmo tempo, à medida que a guerra entre Israel e Hamas entra em 100 dias, permanece a dúvida se ela se espalhará de Gaza e se transformará em uma conflagração mais ampla.
Por aqui, presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se reunirá no fim desta tarde com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a Medida Provisória (MP) sobre a reoneração gradual da folha de pagamentos para 17 setores da economia.
Brasil
O Ibovespa encerrou o pregão de sexta-feira (12) em alta de 0,26%, aos 130.987 pontos. Mas, na semana, o principal indicador da B3 acumulou queda de 0,79% na semana.
O destaque do dia foi a forte desvalorização do petróleo no mercado externo, devido à escalada das tensões no Mar Vermelho. Os Estados Unidos e o Reino Unido atacaram alvos do grupo Houthis, que atua no Iêmen, na noite de quinta-feira (11). O bombardeio inviabilizou rotas comerciais no Mar Vermelho e trouxe novas preocupações sobre a oferta e transporte da commodity em uma das principais rotas marítimas do mundo.
Somado a isso, depois da divulgação da inflação do consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, que veio um pouco acima do projeto por analistas, os investidores repercutiram na sexta o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de dezembro, que apontou deflação nos preços de atacado.
O dólar terminou o dia a R$ 4,8575, com baixa de 0,36% no mercado à vista. Na semana, a moeda norte-americana caiu 0,30%.
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam mistos nesta segunda-feira (15), feriado de Martin Luther King no país, que mantêm as bolsas de Nova York fechadas hoje. A agenda econômica dos EUA da semana é movimentada, com a divulgação de vendas no varejo, produção industrial e mais indicadores.
Dow Jones Futuro (EUA), -0,13%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,09%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,03%
Europa
As bolsas da Europa operam em baixa hoje, com os mercados sem as referências norte-americanas e com os investidores repercutindo os últimos dados econômicos da região.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,08%
DAX (Alemanha), -0,16%
CAC 40 (França), -0,28%
FTSE MIB (Itália), -0,34%
STOXX 600, -0,10%
Ásia
Por sua vez, as bolsas da Ásia-Pacífico fecharam mistas hoje, após o banco central da China decidir manter as taxas de juros locais. Contrariando expectativas de redução, o PBoC deixou inalteradas as taxas de juros de sua linha de crédito de médio prazo (de 1 ano) e de contratos de recompra (repos) reversa de 7 dias, em 2,5% e 1,8%, respectivamente.
Shanghai SE (China), +0,15%
Nikkei (Japão), +0,91%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,17%
Kospi (Coreia do Sul), +0,04%
ASX 200 (Austrália), -0,03%
Petróleo
Os preços do petróleo operam em baixa, com os traders atentos ao risco de interrupção do fornecimento no Oriente Médio, após os ataques das forças dos EUA e do Reino Unido para impedir a milícia Houthi no Iémen de atacar navios no Mar Vermelho.
Petróleo WTI, -0,40%, a US$ 72,39 o barril
Petróleo Brent, -0,29%, a US$ 78,06 o barril
Agenda
Na zona do euro, saem a balança comercial de novembro e a produção industrial de novembro; consenso LSEG prevê queda mensal de 0,3% e de 6,4% na base anual.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve se reunir nesta segunda-feira (15) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a Medida Provisória (MP) sobre a reoneração da folha. Pacheco tem sido pressionado por parlamentares e empresários a devolver ao governo federal a MPV 1202/2023, que foi editada no fim do ano e prevê a reoneração gradual da folha de pagamentos, modifica regras de incentivos fiscais, acaba com o benefício do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e impõe um limite para compensação anual de créditos decorrentes de decisões judiciais. Na seada de dados econômicos, será divulgado o Boletim Focus, com as previsões do mercado financeiro para a economia.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg