Os índices futuros e as bolsas da Europa amanhecem, nesta segunda-feira (22), operando no campo positivo, enquanto os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em baixa. Esta semana será marcada pelas decisões sobre os juros na zona do euro e no Japão. Dados importantes também nos EUA ao longo da semana: PIB (Produto Interno Bruto) e inflação.
O Banco do Japão (BoJ) e o Banco Central Europeu (BCE) se reúnem amanhã (23) e quinta-feira (25), respectivamente, para arbitrar sobre o custo de seus empréstimos. Espera-se que ambas instituições sigam a mesma toada quanto às suas taxas: negativas no Japão e estáveis na Europa, onde as lideranças do BCE devem continuar esfriando os ânimos sobre cortes acelerados dos juros.
O PIB do quarto trimestre dos Estados Unidos será conhecido na quinta-feira, para o qual o consenso LSEG estima alta de 1,9% na comparação trimestral.
Ainda nos EUA, na sexta, serão conhecidos os dados de rendimento pessoal de dezembro, com estimativa LSEG de alta de 0,3% na comparação mensal, e de gastos pessoais, com projeção LSEG de alta de 0,4% em relação à novembro. No mesmo dia, sai também o Deflator do PCE de dezembro.
Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) divulgará, também na quinta-feira, sua decisão de juros. A expectativa é que haja, pela terceira vez, manutenção em 4,50%.
Os investidores estão ligados em todos esses indicadores a fim de balizar seus prognóticos a respeito das taxas de juros dos EUA. Dados da ferramenta FedWatch do CME Group, divulgados na sexta-feira passada, mostram que os investidores estão agora avaliando uma chance de cerca de 47% de um corte nas taxas do Fed em março, uma queda acentuada em relação aos 81% da semana anterior.
No campo corporativo, gigantes da tecnologia como Tesla, Microsoft, Verizon, IBM e Intel divulgarão seus resultados nos próximos dias.
Na China, o banco central manteve as taxas de juros (3,45% para os empréstimos de 12 meses e 4,29% para os de cinco anos). O mercado prevê que seus próximos movimentos serão fortes injeções de liquidez e cortes nos índices de caixa de seus bancos, medidas de estímulo econômico tidas como mais enérgicas.
Por aqui, sai a prévia da inflação de janeiro, medida pelo IPCA-15, na sexta-feira (26). No campo político, com o Congresso ainda em recesso, o foco se volta para a MP 1202, que restabelece o pagamento de contribuições previdenciárias. A decisão final sobre o tema, no entanto, deverá acontecer apenas após o fim do recesso legislativo, em 1º de fevereiro.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (19) com avanço de 0,25%, aos 127.635 pontos, interrompendo três dias seguidos de queda graças à força do mercado externo. Na semana, porém, o principal indicador da bolsa brasileira acumula baixa de 2,56%.
Por aqui, os investidores repercutiram o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica) do Banco Central de novembro. Considerado o termômetro do PIB (Produto Interno Bruto), o indicador teve crescimento de 0,01% no período, abaixo do projetado pelo consenso LSEG de analistas (+0,10%), mas interrompendo uma sequência de três quedas.
Porém, o que chamou mesmo a atenção dos investidores foi o ruído entre o Executivo e o Legislativo em torno da reoneração gradual da folha de pagamentos.
Já o dólar terminou o dia cotado em R$ 4,9260, recuo de 0,09% no mercado à vista. Mas, nos últimos cinco dias, a moeda avançou 1,43%.
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam no campo positivo hoje, com investidores tendo no radar uma série de indicadores importantes que serão divulgados ao longo da semana, incluindo a primeira leitura do PIB do quarto trimestre na quinta-feira e os preços das despesas de consumo pessoal na sexta-feira.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,11%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,21%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,50%
Europa
As bolsas da Europa se movimentam no campo positivo, nesta segunda-feira, com as atenções dos investidores voltadas para decisão de juros do BCE (Banco Central Europeu) na quinta-feira. A expectativa de analistas é de manutenção da taxa de juros.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,36%
DAX (Alemanha), +0,72%
CAC 40 (França), +0,96%
FTSE MIB (Itália), +0,26%
STOXX 600, +0,74%
Ásia
Os mercados asiáticas fecharam sem direção única nesta segunda-feira, com fortes quedas na China após a manutenção dos principais juros locais e nova máxima em quase 34 anos em Tóquio, antes de decisão de política monetária do BoJ (Banco do Japão), que se reúne amanhã.
Na China continental, o índice Xangai Composto recuou 2,68%, a 2.756,34 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto sofreu tombo ainda maior, de 4,47%, a 1.611,26 pontos.
O mau humor se instalou após o PBoC (banco central chinês) deixar seus juros de referência inalterados pelo quinto mês consecutivo, apesar da persistente crise no setor imobiliário do país e sinais de fraqueza no consumo.
Shanghai SE (China), -2,68%
Nikkei (Japão), +1,62%
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,27%
Kospi (Coreia do Sul), -0,34%
ASX 200 (Austrália), +0,75%
Petróleo
Os preços do petróleo caem com os traders repercutindo os sinais de fraqueza na procura global de petróleo, superando as preocupações geopolíticas no Oriente Médio e um ataque a um terminal de exportação de combustível russo no fim de semana.
Petróleo WTI, -0,34%, a US$ 73,16 o barril
Petróleo Brent, -0,61%, a US$ 78,08 o barril
Agenda
Em dia de agenda esvaziada lá fora, sai o C. Board – indicadores antecedentes de dezembro.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta segunda do lançamento de um plano de ações para tentar estimular e desenvolver as indústrias brasileiras. O programa prevê, entre outros instrumentos, a disponibilização de linhas de crédito, subsídios e investimentos públicos. Lula ainda deve sancionar o Orçamento de 2024, que traz estimativa de arrecadação para o próximo ano e fixa limites para gastos públicos. O texto foi aprovado pelo Congresso no mês passado, durante uma sessão conjunta, e agora espera o aval do presidente. Na agenda econômica, sai o Boletim Focus semanal, o Monitor do PIB de novembro e a balança comercial semanal. Além disso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concede entrevista ao Programa Roda Viva, da TV Cultura
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg