À espera do índice de preços PCE, índices futuros e bolsas mundiais amanhecem no campo negativo

Por aqui, será divulgado o índice de confiança do consumidor de dezembro.
22 de dezembro de 2023

Revertendo o movimento positivo da véspera, os índices futuros dos EUA e as bolsas mundiais operam no campo negativo, nesta manhã de sexta-feira (22), com investidores à espera da divulgação do deflator do consumo de novembro (PCE, na sigla em inglês).

Esse é o indicador favorito do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) para definir a política de juros.

Uma desaceleração do índice poderia validar o que tem sido uma surpreendente recuperação do mercado nos últimos dois meses, enquanto um número elevado poderia desafiar o posicionamento agressivo do mercado.

A expectativa de analistas é de que o indicador venha mais brando, rumo à meta inflacionária de 2% ao ano.

Ao lado do PIB (Produto Interno Bruto) norte-americano do terceiro trimestre, que ontem (21) foi revisado para baixo, a notícia poderia respaldar ainda mais a perspectiva de cortes dos juros.

Na Ásia, a inflação do Japão caiu de +3,3% para +2,8%, em linha com o esperado pelos analistas, enquanto o seu núcleo recuou de +2,9% para +2,5%. Mas os preços de serviços subiram 2,3%, o ritmo mais rápido desde outubro de 1993.

Já o governo chinês anunciou novas restrições aos jogos on-line, afetando algumas das maiores ações de tecnologia da região. A Tencent Holdings liderou uma venda maciça de US$ 80 bilhões de ações do setor. Mas a medida também respingou em outros mercados: na Europa, as ações da Prosus NV despencaram quase 20%.

As atenções dos investidores também estão voltadas ao mercado de petróleo. A commodity ampliou seu maior ganho semanal em dois meses. Os navios de carga têm evitado o Mar Vermelho em meio ao aumento dos ataques, enquanto a saída de Angola da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), após 16 anos, destaca as tensões dentro do grupo de produtores.

Por aqui, será divulgado o índice de confiança do consumidor de dezembro.

Brasil

O forte avanço do minério de ferro no mercado externo apoiou o Ibovespa na sessão de quinta-feira (21). O indicador avançou 1,05%, aos 132.182 pontos, batendo novo recorde.

As ações da Vale (VALE3), a empresa que mais pesa no principal indicador da B3, seguraram o dia positivo. O contrato de minério de ferro para maio foi o mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China, onde a alta foi de 3,5% (US$ 132,77 por tonelada) no fechamento. Esse movimento impulsionou os papéis da mineradora brasileira.

Com a agenda de indicadores local esvaziada hoje, os investidores mantiveram os olhos na movimentação de Brasília. O Senado aprovou na quarta-feira (20) a Medida Provisória (MP) da subvenção do ICMS, principal aposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para elevar as receitas extras em 2024 e, assim, tentar cumprir a meta de déficit fiscal zero.

No campo econômico, as atenções se concentraram na repercussão do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central e na entrevista coletiva do presidente Roberto Campos Neto.

Já o dólar à vista recuou 0,49% e terminou o dia cotado em R$ 4,8877.

Europa

As bolsas da Europa operam com leves perdas, ampliando as baixas mesmo depois das ações dos EUA terem se recuperado de sua pior sessão em meses.

Por lá, os investidores repercutem dados regionais, como os da economia do Reino Unido, que contraiu 0,1% no terceiro trimestre, segundo o Office for National Statistics.

Além disso, as varejistas de roupas esportivas registraram as maiores perdas do Stoxx 600, com a Adidas caindo mais de 6% e Puma recuando 4,5%, depois da Nike reduzir suas perspectivas de vendas e anunciar um programa massivo de corte de custos ontem.

A Nike manifestou sua intenção de cortar até US$ 2 bilhões em custos, demitindo funcionários e simplificando a variedade de produtos da gigante do vestuário, em meio a uma perspectiva de vendas mais fracas. Suas ações caíram mais de 10% ontem. Nesta manhã, antes da abertura das bolsas, aprofundavam as perdas para mais de 11%.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,06%
DAX (Alemanha), -0,09%
CAC 40 (França), -0,01%
FTSE MIB (Itália), -0,07%
STOXX 600, -0,04%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa hoje, enquanto os investidores aguardam a divulgação do indicador de inflação preferido do Fed, o PCE.

Os três principais índices estão a caminho de sua oitava semana consecutiva de ganhos – a primeira para o S&P 500 desde 2017 e para o Dow desde 2019. O S&P 500 subiu 0,58% na semana, enquanto o Dow tem um ganho de 0,27%. O Nasdaq subiu 1% no período.

Por outro lado, o rendimento do Tesouro dos EUA a 10 anos caiu marginalmente hoje.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,34%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,17%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,29%

Ásia-Pacífico

As bolsas da Ásia fecharam mistas nesta sexta-feira, repercutindo os dados locais, como a taxa de inflação global do Japão, que desacelerou para 2,8%, ante 3,3% de outubro, o ritmo de inflação mais lento desde julho de 2022.

O núcleo da inflação – que exclui os preços dos alimentos frescos – ficou em 2,5%, em linha com as expectativas de analistas, ante 2,9% de outubro.

Shanghai SE (China), -0,13%
Nikkei (Japão), +0,09%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,69%
Kospi (Coreia do Sul), -0,02%
ASX 200 (Austrália), -0,03%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com alta, à medida que a tensão no Mar Vermelho persiste. Porém, a saída de Angola da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) limita os ganhos.

Petróleo WTI, +0,89%, a US$ 74,55 o barril
Petróleo Brent, +0,86%, a US$ 80,09 o barril

Agenda

A semana termina com a divulgação do Índice PCE de novembro, com consenso LSEG prevendo estabilidade na base mensal e alta de 2,8% na base anual.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, a CMO (Comissão Mista de Orçamento) aprovou o texto-base do projeto da LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2024 com um corte de cerca de R$ 7 bilhões nas despesas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), uma das vitrines do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O programa foi desidratado para que o Congresso ampliasse o valor das emendas parlamentares, que vão somar cerca de R$ 50 bilhões, um montante recorde. Trata-se do primeiro Orçamento do terceiro mandato de Lula, uma vez que o de 2023 foi elaborado na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Na seara de indicadores, sai o índice de confiança do consumidor de dezembro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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