Após reunião sem acordo sobre o teto da dívida dos EUA, índices futuros e maioria das bolsas mundiais operam em baixa

Ontem, o presidente da Câmara dos Estados Unidos, o republicano Kevin McCarthy, e o presidente do país, o democrata Joe Biden, se reuniram na Casa Branca para discutir o aumento do teto da dívida dos EUA. O resultado do encontro, no entanto, foi inconclusivo
23 de maio de 2023

Os índices futuros dos Estados Unidos e a maioria das bolsas mundiais opera no campo negativo nesta manhã de terça-feira (23), com os investidores repercutindo a reunião entre o presidente da Câmara dos Estados Unidos, o republicano Kevin McCarthy, e o presidente do país, o democrata Joe Biden, não chegarem a um acordo sobre o teto da dívida, que vence agora em junho.

Ontem  (22), ambos tiveram uma reunião para discutir o aumento do teto da dívida e evitar um possível default (calote) por parte do governo norte-americano, o que traria graves consequências ao país e à economia global.

Após o fim da reunião, McCarthy disse que o encontro foi produtivo, mas não houve acordo. “Tivemos uma discussão produtiva. Ainda não chegamos a um acordo. O debate foi produtivo nas áreas em que temos divergências”, declarou, ao deixar a Casa Branca.

Biden, por sua vez, reiterou que o calote da dívida americana está “fora da mesa” e que o caminho para resolver o impasse está em acordo bipartidário.

Além desse tema, está no radar dos investidores a divulgação, amanhã (24), da ata da última reunião do Fomc, o comitê de política monetária dos Estados Unidos, que elevou a taxa de juros do país em 0,25 ponto percentual. A minuta será importante para avaliar a possibilidade de encerramento do ciclo de altas nos EUA.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de segunda-feira (22) em queda, puxado pelos recuos da Vale e da Petrobras. O pregão de ontem foi marcado também pela expectativa de que os líderes americanos consigam chegar a um acordo sobre a renegociação do teto da dívida dos Estados Unidos. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 0,48%, aos 110.213 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, o que movimentou os investidores, em nível global, foi a agenda política nos Estados Unidos. O grande destaque continua sendo a renegociação do teto da dívida norte-americana.  Neste fim de semana, o presidente da Câmara dos Estados Unidos, Kevin McCarthy (republicano) disse que deve se reunir com o presidente Joe Biden (democrata) para negociação.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar caiu 0,50% frente ao real, cotado a R$ 4,97 na compra e a R$ 4,971 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam majoritariamente em baixa, com investidores locais também repercutindo o impasse do teto da dívida americana.

Das notícias da região, a produção empresarial da zona do euro manteve um crescimento sólido em maio pelo quinto mês consecutivo, embora a um ritmo mais lento, de acordo com o S&P Global e o Índice Composto de Gerentes de Compras (PMI) do Hamburg Commercial Bank.

A pesquisa mostrou um declínio para 53,3 em maio ante 54,1 de abril.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,06%
DAX (Alemanha), -0,10%
CAC 40 (França), -0,91%
FTSE MIB (Itália), -0,30%
STOXX 600, -0,27%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam no campo negativo hoje, com os investidores repercutindo o impasse das negociações em torno do teto da dívida dos Estados Unidos e com a divulgação da ata do Fed (Federal Reserve, banco central dos EUA) amanhã.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,21%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,10%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,05%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam com baixa em sua maioria, com exceção da Bolsa da Coreia do Sul. Por lá, os investidores também estão aguardando uma definição em torno do teto da dívida dos Estados Unidos e repercutem dados da região.

No Japão, uma pesquisa privada divulgada hoje mostrou que a atividade industrial do país cresceu em maio pela primeira vez desde outubro de 2022, enquanto a inflação de abril em Cingapura atingiu 5,7% em abril, superando as expectativas de 5,5% de analistas.

Na Coreia do Sul, o indicador que mede o sentimento do consumidor subiu em maio para seu nível mais alto em um ano. Dados do Banco da Coreia mostraram uma leitura de 98, em comparação com 95,1 do mês anterior.

Shanghai SE (China), -1,52%
Nikkei (Japão), -0,42%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,25%
Kospi (Coreia do Sul), +0,41%
ASX 200 (Austrália), -0,05%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com baixa, apagando parte dos ganhos da véspera, com preocupações com o risco de inadimplência da dívida dos EUA minando o otimismo dos investidores.

Petróleo WTI, -0,32%, a US$ 71,82 o barril
Petróleo Brent, -0,33%, a US$ 75,73 o barril

Agenda

Nos EUA, é aguardada para hoje a divulgação do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, o PMI de Serviços e a sondagem industrial do Fed Richmond.

Por aqui, no Brasil, todas as atenções estão voltadas para o projeto do novo arcabouço fiscal. Segundo o deputado Claudio Cajado (PP-BA), relator da proposta, uma reunião de líderes partidários ocorrerá nesta terça-feira na residência oficial do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para definir a data de votação do texto. A expectativa é de que a proposta seja votada amanhã, no plenário da Câmara. Mas parlamantares têm cobrado outras alterações na proposta, o que pode atrasar a votação. Agenda de indicadores esvaziada hoje.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e InfoMoney

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.