Índices futuros e bolsas mundiais operam no negativo na expectativa da divulgação dos dados do mercado de trabalho dos EUA

O consenso Refinitiv prevê a criação 205 mil vagas de emprego fora do setor agrícola em fevereiro, o que marcaria uma forte desaceleração no crescimento em relação às 517 mil vagas de janeiro
10 de março de 2023

Neste último dia da semana, os índices futuros dos EUA e as bolsas mundiais estão operando no negativo, em uma semana em que o presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, passou por sabatina no Senado para responder a questionamentos de parlamentares a respeito do futuro da política monetária americana. Ele indicou que muito provavelmente a taxa de juro aumentará em um patamar mais elevado que o da última vez (0,25 ponto percentual), pois os últimos dados econômicos, principalmente os do emprego, mostram uma economia americana ainda aquecida, mantendo a inflação resiliente.

Depois das falas de Powell, nesta sexta-feira (10) os olhos dos agentes do mercado estão voltados para a divulgação do relatório de empregos (payroll) dos EUA. O consenso Refinitiv prevê a criação 205 mil vagas de emprego fora do setor agrícola em fevereiro, o que marcaria uma forte desaceleração no crescimento em relação às 517 mil vagas de janeiro.

No entanto, a taxa de desemprego deve se manter em relação a janeiro, quando atingiu uma mínima não vista desde 1969, em 3,4%.

No Congresso, o presidente da autoridade monetária norte-americana disse que a instituição estava errada ao pensar inicialmente que a inflação era “transitória” e ficou surpreso com a força que o mercado de trabalho vem demonstrando. Por essa razão, o relatório de hoje será crucial para entender os próximos passos do Fed.

A taxa de juro dos EUA ficaram no intervalo de 0% a 0,25% por 2 anos, de 15 de março de 2020 a 16 de março de 2022, quando o Fed passou a elevá-la diante da inflação que passou a crescer. Agora, a taxa está em um intervalo de 4,50% a 4,75% ao ano, o que afeta todo o mundo em se tratando da maior economia do globo.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (09) em queda, com investidores atentos ao noticiário corporativo e em meio às expectativas de que o novo arcabouço fiscal do país seja anunciado ainda neste mês. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 1,38%, aos 105.071 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, o clima é de espera pela nova regra fiscal. Entre os indicadores nacionais, o destaque ficou com o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) que registrou deflação de 0,20% na primeira prévia de março, vindo de baixa de 0,23% na mesma leitura do mês anterior e de recuo de 0,06% no encerramento de fevereiro, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar subiu  0,02% frente ao real, cotado a R$ 5,141 na compra e na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam com queda generalizada hoje, liderados por uma liquidação no setor bancário, impactado pela derrocada do Silicon Valley Bank, que caíram 60% e contribuíram para eliminar mais de US$ 80 bilhões em valor das ações do banco.

Além disso, os investidores aguardam o discurso da presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde, e dados de emprego nos Estados Unidos.

FTSE 100 (Reino Unido), -1,84%
DAX (Alemanha), -1,80%
CAC 40 (França), -1,92%
FTSE MIB (Itália), -2,14%
STOXX 600, -1,78%

Estados Unidos

Depois de uma semana marcada pela sabatina de Jerome Powell no Senado americano, os índices futuros dos EUA operam no negativo nesta manhã de sexta-feira, ampliando as perdas da véspera, com os investidores na expectativa da divulgação dos dados do payroll de fevereiro, que pode determinar ainda mais a direção dos aumentos das taxas de juros pelo BC dos Estados Unidos.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,63%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,58%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,30%

Ásia

As bolsas da Ásia também fecharam baixa, com investidores aguardando os próximos dados de empregos nos EUA.

Das notícias da região, o Banco do Japão manteve sua política monetária inalterada, amplamente em linha com as expectativas. A taxa de juro foi mantida em -0,1% e a instituição reiterou sua meta de manter o rendimento dos títulos do governo japonês de 10 anos em torno de 0%.

Além disso, o parlamento do Japão aprovou Kazuo Ueda como o próximo governador do Banco do Japão, em substituição a Haruhiko Kuroda.

Shanghai SE (China), -1,40%
Nikkei (Japão), -1,67%
Hang Seng Index (Hong Kong), -3,04%
Kospi (Coreia do Sul), +1,01%
ASX 200 (Austrália), +2,28%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com baixa nesta sexta-feira, caminhando para quarta queda consecutiva, uma vez que os comerciantes permaneceram cautelosos sobre os aumentos acentuados da taxa de juro nos Estados Unidos.

Petróleo WTI, -0,87%, a US$ 75,06 o barril
Petróleo Brent, -0,64%, a US$ 81,07 o barril

Agenda

No exterior, todos os olhos estão voltados para a divulgação do payroll nos Estados Unidos. O consenso Refinitiv prevê que 205 mil vagas de emprego tenham sido criadas fora do setor agrícola em fevereiro, ante os 517 mil postos criados em janeiro.

Na Europa, os investidores também aguardam o discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE (Banco Central Europeu) hoje.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou ontem (9) que o novo arcabouço fiscal deve ser apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva na próxima semana. Na agenda de indicadores, será divulgado hoje o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) de fevereiro, com consenso Refinitiv apontando para uma alta de 0,78% na comparação com janeiro, levando a taxa anual a 5,54%. A partir da divulgação, começam a apostas para saber se o Banco Central pode começar a diminuir ou não a taxa básica de juros (Selic).

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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