Índices futuros e bolsas mundiais operam no negativo com mercados à espera de novas falas de dirigentes do Fed

Das notícias importantes envolvendo o Brasil, o presidente Lula se reúne hoje com Joe Biden (EUA), em Washington, em um encontro em que democracia e o meio ambiente devem estar no centro da pauta
10 de fevereiro de 2023

Com os investidores à espera de novas falas de dirigentes do Fed (Federal Reserve), nesta sexta-feira (10), os índices futuros dos Estados Unidos operam no negativo hoje. As bolsas da Europa também estão em trajetória de baixa e as da Ásia fecharam no vermelho. Diante dos sinais emitidos até o momento, os investidores estão apreensivos em relação ao futuro da economia global.

No início da semana, o presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, teve um discurso mais otimista em relação aos dados do mercado de trabalho, que registrou a menor taxa de desemprego em mais de 50 anos (3,4%) nos EUA. Ele sinalizou também que a inflação deve estar sob controle este ano, mas, a exemplo de outros membros da autoridade monetária, não descartou novos aumentos dos juros.

Para esta sexta-feira, são aguardados os discursos de Christopher Waller e Patrick Harker, outros dirigentes do Fed, que devem seguir na mesma linha do que disseram seus pares na instituição: é preciso ter cautela para manter a inflação sob controle e isso significa manter o aperto monetário ainda por um tempo, embora em ritmo mais ameno.

Hoje, os investidores dos Estados Unidos também aguardam os dados da confiança do consumidor para fevereiro.

Na Europa, a economia do Reino Unido deu mais um sinal de que caminha muito mal, ao registrar crescimento zero no quarto trimestre de 2023. Apesar disso, o PIB (Produto Interno Bruto) em dezembro encolheu 0,5% mês a mês, acima do esperado, após dois meses de crescimento inesperado.

Na Ásia, os preços ao consumidor da China subiram 2,1% em janeiro em comparação com o ano anterior, marcando o ritmo mais rápido em três meses. Apesar disso, o resultado ficou ligeiramente abaixo das estimativas de economistas, que esperavam aumento de 2,2%.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (8) em queda, influenciado pelos rumores de que a equipe econômica estaria avaliando uma revisão antecipada das metas de inflação do país. O Conselho Monetário Nacional (CNN) poderá elevar a meta da inflação em sua próxima reunião marcada para p dia 16 de fevereiro.  O principal índice da Bolas brasileira recuou 1,77%, a 108.008 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, após criticas do presidente Lula ao Banco Central a expectativa é que a viagem do chefe do Executivo aos Estados Unidos, nesta quinta, traga um alívio da pressão. Lula embarcou hoje para os Estados Unidos, onde vai se encontrar com o presidente norte-americano, Joe Biden. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a reunião será na sexta (10) na Casa Branca, em Washington, a sede do governo dos Estados Unidos. A previsão é que o encontro ocorra durante a tarde.

Nas negociações do dia, o dólar fechou em alta de 1,58%, a R$ 5,278 na compra e a R$ 5,279 na venda.

Europa

As bolsas da Europa operam no negativo na sessão desta sexta-feira, com investidores avaliando as perspectivas de política monetária dos Estados Unidos e dados da economia do Reino Unido, que registrou crescimento zero no quarto trimestre de 2023.

Na semana passada, o Banco da Inglaterra previu que a economia britânica entraria em uma recessão superficial de cinco trimestres a partir do primeiro trimestre deste ano.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,24%
DAX (Alemanha), -0,46%
CAC 40 (França), -0,21%
FTSE MIB (Itália), +0,03%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em queda nesta manhã de sexta-feira, com os investidores aguardando mais falas de dirigentes do Fed e, portanto, mais sinais sobre o futuro da política monetária dos EUA.

No radar dos investidores também estão os resultados de companhias. Ontem, as ações da plataforma de carona Lyft desabaram 30% no after market após um resultado decepcionante no quarto trimestre. Os papéis da Expedia também caíram 2% depois que seus ganhos e receitas ficaram abaixo das expectativas do mercado.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,13%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,34%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,76%

Ásia

As bolsas da Ásia também fecharam no vermelho, com exceção do Japão, com o iene subindo em relação ao euro e ao dólar americano na sexta-feira. O movimento de alta do índice Nikkei segue um relatório que disse que Kazuo Ueda seria nomeado o próximo governador do Banco do Japão.

Shanghai SE (China), -0,30%
Nikkei (Japão), +0,31%
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,01%
Kospi (Coreia do Sul), -0,48%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com forte valorização hoje, na quinta sessão de alta consecutiva, com esperanças de uma forte recuperação da demanda por combustível na China. O dólar mais fraco também contribuiu para manter as cotações em patamares elevados.

Petróleo WTI, +2,33%, a US$ 79,88 o barril
Petróleo Brent, +2,31%, a US$ 86,45 o barril

Agenda

Na fraca agenda de dados econômicos desta sexta-feira, serão divulgados os dados de confiança do consumidor de fevereiro.

Por aqui, no Brasil, no campo político, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, criticou o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, em entrevista ontem (9) a uma emissora de TV. Segundo Gleisi, ele joga “contra o governo e contra o país” ao manter a taxa de juros em 13,75% ao ano. Em outra frente, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse ontem desconhecer qualquer discussão a respeitos de mudanças no regime de metas de inflação. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem hoje seu primeiro encontro com o presidente norte-americano Joe Biden, em Washington, oportunidade em que devem reforçar o apoio à democracia brasileira e debater compromissos ambientais compartilhados. O governo dos EUA está avaliando se juntar ao Fundo Amazônia, que visa combater o desmatamento da floresta amazônica. No âmbito econômico, saem os dados do setor de serviços de dezembro, com o consenso Refinitiv projetando alta de 1% na comparação com novembro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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