Índices futuros e bolsas operam em alta nesta manhã, com Livro Bege e prévia do PIB do 3º tri dos EUA no radar

Investidores também repercutem hoje a fala do diretor do Fed, Christopher Waller, na véspera, indicando que o ciclo de juros altos nos EUA pode ter chegado ao fim.
29 de novembro de 2023

Os índices futuros e as bolsas da Europa operam majoritariamente em alta, nesta quarta-feira (29), com os investidores repercutindo a fala do diretor do Fed (Federal Reserve), Christopher Waller, na véspera, indicando que o ciclo de juros altos pode ter chegado ao fim.

Para hoje, os agentes do mercado esperam a divulgação do Livro Bege, da autoridade monetária, que poderá dar mais indicações sobre o futuro dos juros nos Estados Unidos, e a prévia do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre.

Waller disse ontem (28) que está “cada vez mais confiante” de que o nível atual da taxa de juros do banco central é suficientemente restritiva e até sugeriu a possibilidade de cortes nas taxas nos próximos meses, caso a inflação continue a cair para mais perto da meta de 2% do Fed. Os comentários ajudaram a alimentar o otimismo dos investidores e a impulsionar as ações.

Os agentes apostam em uma probabilidade de 98,9% de que o Fomc (Comitê de Mercado Aberto) deixará a taxa alvo dos fundos do Fed ficar em 5,25% -5,50% quando se reunir no próximo mês, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME.

No Brasil, as atenções estão voltadas ao Senado, que pode votar hoje a proposta que muda o Imposto de Renda sobre fundos de investimentos e sobre a renda obtida no exterior por meio de offshores.

Brasil

O Ibovespa fechou com alta de 0,64% na terça-feira (28), retomando a casa dos 126 mil pontos (126.538 pontos), próximo da máxima do ano.

O principal índice da bolsa brasileira reagiu aos indicadores econômicos divulgados por aqui, sendo o principal deles o IPCA-15, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Considerado uma prévia da inflação oficial, o indicador registrou alta de 0,33% em novembro, acima do consenso. O índice ficou 0,12 ponto percentual (p.p.) acima do que foi registrado em outubro (0,21%).

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,30% e, em 12 meses, de 4,84%, abaixo dos 5,05% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2022, a taxa foi de 0,53%.

Apesar do avanço, a leitura do mercado é de que o processo de desinflação segue em curso e corrobora para a continuidade dos cortes na taxa Selic pelo Banco Central.

O dólar encerrou o dia a R$ 4,8719, com baixa de 0,57%, no mercado à vista.

Europa

As bolsas da Europa operam com alta hoje, com os investidores repercutindo as falas de membros do Fed, o banco central dos EUA, na véspera e à espera dos dados da inflação de novembro da Alemanha, nesta manhã.

De acordo com o consenso LSEG, a inflação deve apontar queda mensal de 0,1% e alta anual de 3,5%.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,32%
DAX (Alemanha), +0,67%
CAC 40 (França), +0,33%
FTSE MIB (Itália), +0,59%
STOXX 600, +0,29%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam no campo positivo, ampliando os ganhos da véspera, com expectativas reforçadas do fim do aperto monetário após comentários de membros do Fed.

Os investidores também aguardam a divulgação do Livro Bege do Fed e a prévia do PIB do terceiro trimestre dos EUA.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,25%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,22%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,21%

Ásia-Pacífico

Por sua vez, as bolsas da Ásia fecharam majoritariamente no negativo hoje, com preocupações sobre o setor imobiliário da China e a força do iene, que voltou a pressionar ações de exportadoras japonesas.

No Japão, os papéis da Seven & i Holdings (-3,8%), Kawasaki Kisen Kaisha (-3,25%) e Mizuho Financial Group (-3,1%) foram pressionados pela moeda mais forte.

Em Hong Kong, o índice Hang Seng fechou em baixa de 2,08%, em 16.993,44 pontos, com ações do setor de tecnologia sob pressão.

Meituan caiu 12% diante da projeção de perda de fôlego no crescimento nos meses finais desde ano, mesmo após balanço sólido relativo ao terceiro trimestre, enquanto Alibaba perdeu 2,2% e JD.com, 1,6%.

Montadoras também caíram em Hong Kong, com BYD em baixa de 3,3% e Li Auto, de 3,4%.

Shanghai SE (China), -0,56%
Nikkei (Japão), -0,26%
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,08%
Kospi (Coreia do Sul), -0,08%
ASX 200 (Austrália), +0,29%

Petróleo

As cotações do petróleo operam no campo positivo, enquanto uma tempestade na região do Mar Negro perturbava as exportações de petróleo do Cazaquistão e da Rússia, aumentando os receios de aperto na oferta. Enquanto isso, investidores aguardavam uma decisão crucial da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados), que poderá aprofundar ou prolongar os cortes na produção.

Petróleo WTI, +0,67%, a US$ 76,92 o barril
Petróleo Brent, +0,61%, a US$ 82,18 o barril

Agenda

A agenda desta quarta-feira é marcada pela divulgação da segunda leitura do PIB do 3º trimestre dos EUA, com projeção LSEG de avanço de 5,0% na comparação trimestral, a Balança Comercial e do Livro Bege do Federal Reserve (Fed).

Na zona do euro, destaque para indicador de confiança na economia, com dados de novembro, na quarta-feira, assim como o índice de preços ao consumidor da Alemanha.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o plenário do Senado deverá votar nesta quarta-feira a proposta que muda o Imposto de Renda sobre fundos de investimentos e sobre a renda obtida no exterior por meio de offshores (PL 4.173/2023). Aprovado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado na forma do relatório do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), o texto, de autoria do Poder Executivo, seguirá para o Plenário em regime de urgência. O projeto muda uma série de leis, entre elas o Código Civil, para tributar ou aumentar as alíquotas incidentes sobre fundos exclusivos (fundos de investimento com um único cotista) e aplicações em offshores (empresas no exterior que investem no mercado financeiro). Na seara econômica, saem o IGP-M, as sondagens de serviços e do comércio do mês de novembro e os preços ao produtor.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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