Em semana em que os bancos centrais dos Estados Unidos, Europa e Brasil anunciam suas decisões a respeito das taxas de juros, os índices futuros e as bolsas da Europa operam mistos, nesta manhã de segunda-feira (11), enquanto os mercados asiáticos fecharam majoritariamente com alta.
Na quarta-feira (13), tanto o Comitê de Mercado Aberto do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) quanto o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil divulgam as novas taxas de juros.
Por lá, a expectativa é de que a autoridade monetária mantenha a parcimônia na decisão, principalmente depois de os dados do mercado de trabalho (payroll), divulgados na sexta-feira passada (8), mostrarem números resilientes, o que pode trazer pressões inflacionárias no futuro e, consequentemente, necessidade de manter as taxas em patamares elevados por mais tempo ainda. A expectativa é de que o Fed mantenha os juros americanos na banda 5,25% e 5,50%.
Já no Brasil, o consenso do mercado é de corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), atualmente em 12,25% ao ano, como vem fazendo desde agosto.
Ainda nesta semana, o BCE (Banco Central Europeu) e o BoE (Banco da Inglaterra) divulgarão suas decisões sobre juros na quinta-feira (14).
No Brasil, também estará no radar dos agentes do mercado financeiro o encaminhamento da pauta econômica no Congresso, incluindo as votações dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao arcabouço fiscal e à prorrogação da desoneração da folha de pagamentos até 2027 (esperados para semana passada).
Mas os destaques serão a votação do projeto que revisará a tributação das subvenções do ICMS (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), as decisões sobre a tributação de apostas esportivas on-line e o projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2024.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feria (8) com alta de 0,86%, aos 127.093 pontos, acompanhando o ritmo do mercado internacional e apoiado nos papéis das petroleiras. Contudo, na semana, o principal indicador da bolsa brasileira fechou no negativo (-0,85%).
Com a agenda esvaziada no cenário doméstico, as movimentações do exterior concentraram as atenções dos investidores.
O destaque do dia foi a divulgação do relatório mensal de empregos, o payroll, nos Estados Unidos, que veio acima do esperado por analistas. Os dados mostram que foram criadas 199 mil novas vagas em novembro, enquanto eram projetadas 180 mil.
Nas negociações do dia, o dólar fechou a R$ 4,9295, com alta de 0,42%. Na semana, a moeda norte-americana avançou 1%.
Europa
As bolsas da Europa operam sem direção definida, com investidores atentos às decisões sobre os juros nos Estados Unidos e na Europa.
No campo corporativo, o destaque do índice pan-europeu Stoxx 600 são os serviços financeiros, que estão subindo 0,5% para liderar os ganhos, enquanto as mineradoras continuaram a sofrer, caindo 1,1%.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,35%
DAX (Alemanha), -0,09%
CAC 40 (França), +0,19%
FTSE MIB (Itália), -0,32%
STOXX 600, +0,10%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam mistos nesta manhã de segunda-feira, após o S&P 500 atingir na sexta-feira passada uma nova máxima no ano, após a divulgação do relatório de empregos (payroll) de novembro e os dados da pesquisa ao consumidor da Universidade de Michigan.
Ambos os dados sinalizaram uma economia ainda resiliente e um arrefecimento da inflação, alimentando esperanças de um cenário chamado de pouso suave da economia norte-americana.
De acordo com a plataforma FedWatch, as apostas pelo início do corte de juros na reunião de março de 2024 se reduziram e a probabilidade de manutenção do patamar atual nos encontros de janeiro e dezembro se sedimentou.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,03%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,02%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,08%
Ásia-Pacífico
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente no campo positivo, com destaque para as ações da China.
Após um período de queda, as ações de empresas chinesas voltaram a subir na sessão de hoje, após a divulgação de dados da inflação da segunda maior economia do mundo.
Os números da inflação de novembro na China mostraram um declínio mais rápido do que o esperado nos preços ao consumidor, que apontaram queda de 0,5% em termos anuais, mais do que a queda de 0,1% esperada por economistas. Foi a queda mais rápida desde novembro de 2020.
O índice de preços ao produtor caiu 3% em termos anuais, em comparação com a queda de 2,6% de outubro, e ante as expectativas de uma queda de 2,8%. Também marcou o 14º mês consecutivo de queda do IPP e o mais rápido desde agosto.
Por sua vez, as ações do Japão saltaram com as apostas crescentes de que o seu banco central poderá não aumentar as taxas de juros na próxima semana.
Shanghai SE (China), +0,74%
Nikkei (Japão), +1,50%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,81%
Kospi (Coreia do Sul), +0,30%
ASX 200 (Austrália), +0,06%
Petróleo
Os preços do petróleo sobem hoje, ampliando os ganhos da última sexta-feira, uma vez que os esforços dos EUA para reabastecer as reservas estratégicas forneceram algum apoio, embora persistissem as preocupações com o excesso de oferta de petróleo e o crescimento mais fraco da procura de combustível no próximo ano.
Petróleo WTI, +0,31%, a US$ 71,45 o barril
Petróleo Brent, +0,36%, a US$ 76,11 o barril
Agenda
Os destaques da agenda econômica da semana são:
- Terça-feira (12): no Brasil – IPCA de novembro por aqui, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); nos EUA – índice de preços ao consumidor.
- Quarta-feira (13): o anúncio das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos.
- Quinta-feira (14): nos EUA – números semanais de auxílio desemprego serão divulgados, bem como os dados de venda no varejo; decisão sobre os juros do Banco Central Europeu e Banco da Inglaterra.
- Sexta-feira (15): nos EUA – dados do índice Empire Manufacturing de dezembro e a produção industrial de novembro.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, a semana será movimenta no Congresso Nacional. Entre os deputados o foco deve ser a reforma tributária, projeto mais importante para a equipe econômica do governo Lula. Relator da proposta de emenda constitucional (PEC), o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) se reunirá com os líderes dos partidos já nesta segunda-feira (11) para negociar o texto. Em outra frente, parlamentares também debatem os projetos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024. Para esta terça-feira, é aguardado o parecer da medida provisória (MP) das subvenções a investimentos, com a inclusão de mudanças no mecanismo dos Juros sobre Capital Próprio (JCP). A intenção é votar a proposta na Comissão Mista de Orçamento (CMO) ainda na mesma semana para encaminhá-la aos plenários da Câmara e Senado. Na seara econômica, hoje será divulgado o Boletim Focus do Banco Central.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg