Índices futuros e bolsas operam mistos, após ata do Fed sinalizar juros em níveis mais restritivos ‘por algum tempo’

Por aqui, a PNAD Contínua do terceiro trimestre de 2023 será apresentada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quarta-feira (22).
22 de novembro de 2023

Enquanto as bolsas europeias operam no campo positivo, nesta manhã de quarta-feira (22), a trajetória dos índices futuros é mista, com os investidores repercutindo a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) e os resultados da gigante de chips Nvidia.

O documento divulgado ontem (21) diz que os formuladores de políticas do Fed apoiaram a manutenção das taxas em níveis restritivos por “algum tempo”, em meio a sinais de que há menos pressão inflacionária, embora não tenham sugerido que cortes nas taxas estivessem no horizonte em breve.

“Todos os participantes julgaram que seria apropriado que a política permanecesse em uma postura restritiva por algum tempo até que a inflação estivesse claramente se movendo para baixo de forma sustentável em direção ao objetivo do Comitê”, diz trecho da minuta.

No entanto, o documento não alterou as expectativas do mercados, que vê uma probabilidade de 29% de corte nas taxas de juros em março e de 60% em maio do próximo ano.

Também mexeu com o humor dos mercados os lucros e receitas ajustados da Nvidia no terceiro trimestre, que superaram as expectativas dos mercados.

Contudo, a empresa admitiu que as vendas para a China seriam significativamente reduzidas pelas restrições de Washington e, por outro lado, compensadas pelo forte crescimento em outras regiões.

Para hoje, os investidores aguardam a divulgação das encomendas de bens duráveis, aos pedidos semanais de seguro-desemprego e aos dados sobre o sentimento do consumidor.

Por sua vez, as bolsas da Ásia fecharam sem direção única hoje, também repercutindo a ata do Fed ter reforçado preocupações sobre a inflação nos Estados Unidos, em uma semana mais curta em Wall Street por conta do feriado americano de Ações de Graças.

Por aqui, a PNAD Contínua do terceiro trimestre de 2023 será apresentada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) hoje.

Brasil

Ibovespa encerrou o pregão de terça-feira (21) em baixa de 0,26%, aos 125.626 pontos. Desse modo, o principal índice da Bolsa brasileira reverteu uma sequência de altas.

O mercado financeiro brasileiro foi contaminado pelo ambiente externo, após a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed (Federal Reserve).

No documento, o colegiado do BC dos Estados Unidos reiterou o compromisso em fazer a inflação retornar à meta de 2% no ano e não descartou a possibilidade de nova elevação nos juros adiante. A possibilidade de redução da atual taxa de juros não foi sequer mencionada.

Nas negociações do dia, o dólar à vista fechou a R$ 4,8983, com alta de 0,96%.

Europa

As bolsas da Europa operam no campo positivo hoje, neste caso, repercutindo a subida das ações de mídia e do setor imobiliário, com a empresa de software Sage saltando para uma máxima recorde após um forte lucro operacional anual.

As ações do setor imobiliário lideraram os ganhos setoriais, subindo 0,7%, enquanto as ações de mídia avançaram 0,5%.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,19%
DAX (Alemanha), +0,30%
CAC 40 (França), +0,48%
FTSE MIB (Itália), +0,53%
STOXX 600, +0,38%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam sem direção definida, com investidores repercutindo os resultados da Nvidia e a ata da última reunião do Fomc, ambos divulgados na véspera.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,09%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,02%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,17%

Ásia-Pacífico

Os mercados asiáticos fecharam mistos hoje. Por lá, também se repercute a divulgação da ata da reunião do Fed dos EUA, de 31 de outubro.

Das notícias da região, o governo do Japão espera que a economia se recupere, mas apenas a um ritmo moderado, enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) de Singapura cresceu 1,1% em termos anuais no terceiro trimestre, superando as estimativas antecipadas de 0,7% e superior ao crescimento de 0,5% observado no segundo trimestre.

Shanghai SE (China), -0,79%
Nikkei (Japão), +0,29%
Hang Seng Index (Hong Kong), 0,00%
Kospi (Coreia do Sul), +0,05%
ASX 200 (Austrália), -0,07%

Petróleo

As cotações do petróleo operam com baixa, com um aumento potencialmente grande do petróleo bruto dos EUA anulando os ganhos desencadeados por prováveis ​​cortes de oferta do grupo de produtores OPEP+.

Petróleo WTI, -0,12%, a US$ 77,68 o barril
Petróleo Brent, -0,13%, a US$ 82,34 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, saem hoje os dados dos pedidos de seguro-desemprego semanal e a confiança do consumidor de novembro.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou ontem, em entrevista à Bloomberg TV, que o BC tem espaço para continuar o processo atual de redução das taxas de juros. “As taxas são tão restritivas no Brasil que podemos continuar o processo de redução dos juros, porque à medida que a inflação diminui, as taxas reais aumentam”, explicou. “Então temos espaço para baixar juros e ainda ficar em campo restritivo”, complementou. O BC realizou três cortes consecutivos de meio 0,5 ponto percentual da taxa Selic desde agosto, para 12,25% ao ano, e prevê pelo menos mais duas reduções da mesma magnitude nos próximos meses. Na seara econômica, saem hoje os dados da PNAD Contínua do terceiro trimestre de 2023.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.