Índices futuros e maioria das bolsas europeias operam no positivo após queda na véspera com o colapso do SVB

Agentes também esperam a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) hoje. Consenso Refinitiv prevê que o índice de fevereiro registre um avanço de 0,4% sobre janeiro
14 de março de 2023

Os índices futuros dos Estados Unidos e a maioria das bolsas da Europa operam no campo positivo nesta manhã de terça-feira (14), dia em que será divulgada a inflação ao consumidor dos EUA. Os mercados ainda repercutem a falência do Silicon Valley Bank na semana passada, que mexeu com a Bolsa brasileira no pregão de ontem (13).

Diante da conjuntura de acontecimentos, agentes do mercados mundiais acreditam que o Fed (Federal Reserve) deve mesmo reduzir o ritmo de reajuste das taxas de juros ou mesmo pausá-las na próxima reunião, que acontecerá nos dias 21 e 22 deste mês. Isso porque um dos motivos que levou o banco do Vale do Silício ao colapso foi justamente as taxas de juros mais elevadas nos EUA.

Na Europa, a maior parte das bolsas opera com alta nesta manhã, depois de forte queda na véspera devido aos efeitos do colapso do SVB, que mexeu com o setor bancário da região.

Por sua vez, os mercados asiáticos fecharam com forte baixa, como consequência das preocupações com a quebra do SVB, ainda que as autoridades norte-americanas tenham agido rápido no último fim de semana para debelar qualquer efeito sobre os mercados financeiros mundiais.

Vale lembrar que, além do SVB, considerado um dos pilares da economia de startups, os reguladores também agiram rapidamente para fechar o Signature Bank de Nova York, que vinha sofrendo pressão nos últimos dias.

As duas instituições são regionais e, portanto, pautadas por regras consideradas um tanto frouxas. Há analistas dizendo que ainda é cedo para mensurar com clareza o impacto do colapso das duas instituições sobre os mercados.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de segunda-feira (13) em queda, com as atenções voltadas à atuação dos agentes econômicos americanos em meio à crise de quebra do Silicon Valley Bank (SVB), banco financiador de startups. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 0,48%, aos 103.121 pontos. Segundo analistas do mercado financeiro, o resultado do Ibovespa também foi influenciado pelo desempenho negativo das ações preferenciais da Petrobras, que recuaram 3,16% na sessão desta segunda.

Os investidores seguem atentos ao cenário de juros nos Estados Unidos, conforme dados econômicos do país reforçarem a perspectiva que o Fed deve continuar elevando as taxas de juros para tentar conter a inflação. Na sexta-feira, autoridades americanas anunciaram o encerramento das atividades do Silicon Valley Bank (SVB), banco financiador de startups. A notícia da falência provocou apreensão entre os clientes do SVB que não conseguiram movimentar o dinheiro aplicado no banco.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar ganhou 1,16% frente ao real, cotado a R$ 5,268 na compra e a R$ 5,269 na venda.

Europa

Grande parte das bolsas da Europa opera no campo positivo nesta manhã, após a queda forte na véspera diante do colapso do Silicon Valley Bank. Os mercados também refletem os indicadores econômicos da região.

As vagas de emprego no Reino Unido caíram para 1,124 milhão entre dezembro de 2022 e fevereiro de 2023, uma queda de 51 mil. Foi o oitavo mês consecutivo de baixas.

Por outro lado, os dados também mostraram que o crescimento salarial real (excluindo bônus) foi de 6,5% entre os funcionários entre novembro de 2022 e janeiro de 2023. Os salários não acompanham a alta inflação, que atualmente está em 10,1%.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,14%
DAX (Alemanha), +0,62%
CAC 40 (França), +0,30%
FTSE MIB (Itália), +0,33%
STOXX 600, +0,33%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com alta nesta manhã de terça-feira, depois que o índice Dow Jones registrou seu quinto dia de perdas consecutivas ontem. Investidores continuam apreensivos com as consequências do colapso do SVB e aguardam a divulgação do índice de preços ao consumidor de fevereiro.

Agora, analistas prospectam que o banco central dos EUA pode reduzir o ritmo do aperto monetário, uma vez que a taxa de juros maior foi uma das responsáveis pelo colapso do SVB.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,53%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,57%
Nasdaq Futuro (EUA): +0,55%

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com forte baixa após perdas acentuadas observadas em Wall Street na véspera, à medida que investidores avaliam as preocupações com a quebra do Silicon Valley Bank, que fez com que os bancos da Ásia-Pacífico mantivessem quedas acentuadas nas negociações de terça-feira.

Shanghai SE (China), -0,72%
Nikkei (Japão), -2,19%
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,27%
Kospi (Coreia do Sul), -2,56%
ASX 200 (Austrália), -1,41%

Petróleo

Os preços do petróleo também operam com baixa, também sentindo os efeitos do colapso do Banco do Vale do Silício, o primeiro depois da crise econômica financeira mundial de 2008.

Petróleo WTI, -1,97%, a US$ 73,33 o barril
Petróleo Brent, -1,71%, a US$ 79,39 o barril

Agenda

Será divulgado hoje, nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). O consenso Refinitiv prevê que o índice de fevereiro registre um avanço de 0,4% sobre janeiro.

Por aqui, no Brasil, com a agenda esvaziada de indicadores nesta terça-feira, as atenções se voltam para o mercado financeiro daqui, devido ao estresse gerado na Bolsa brasileira ontem como consequência da quebrar do Silicon Valley Bank. Já há quem aposte que o Copom (Comitê de Política Monetária) deve reduzir a taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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