PIB da China abaixo do esperado derruba bolsas mundiais e índices futuros dos EUA

A economia chinesa cresceu 6,3% no segundo trimestre em relação ao ano anterior, abaixo dos 7,3% previstos por analistas.
17 de julho de 2023

A divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) da China abaixo do esperado derrubou as bolsas e os índices futuros dos Estados Unidos nesta manhã de segunda-feira (17). A economia chinesa cresceu 6,3% no segundo trimestre em relação ao ano anterior, abaixo dos 7,3% previstos por analistas. O dado aumentou as preocupações com a recuperação da segunda maior economia do mundo, impactada principalmente pela pandemia de Covid-19.

Ao longo da semana, os investidores estarão de olho no início da temporada de balanços, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil. Além disso, nos EUA saem dados do varejo e da indústria na semana.

Nos EUA, serão divulgados os resultados de grandes instituições financeiras, como Bank of America, Morgan Stanley e Goldman Sachs, e das gigantes da tecnologia Tesla e Netflix, o que poderão dar indícios da temperatura da saúde da economia americana.

No Brasil, os investidores aguardam hoje pela divulgação do IBC-Br, índice de atividade econômica do Banco Central, considerado um proxy do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Também é aguardada a divulgação do IGP-10.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (14) em queda, influenciado pelo recuo nas ações da Petrobras. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 1,30%, aos 117.711 pontos.

Segundo analistas financeiros, em um dia de agenda esvaziada, os mercados repercutiram o início da temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos. Os principais destaques do dia foram os bancos J.P. Morgan e Wells Fargo, que apresentaram lucros acima do esperado no segundo trimestre de 2023. Os números desses balanços são importantes para traçar uma perspectiva de como anda a maior economia do mundo. Além disso, os resultados podem impactar nos preços das commodities.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar teve alta de 0,10% frente ao real, cotado a R$ 4,795 na compra e na venda.

Europa

As bolsas da Europa começaram a segunda-feira registrando perdas generalizadas, com destaque para queda de 8,6% das ações da varejista suíça de luxo Richemont, depois que seus números de vendas mostraram uma desaceleração na demanda dos EUA, embora uma recuperação significativa na Ásia.

Além disso, os investidores aguardam novos discursos de Christine Lagarde, presidente do BCE (Banco Central Europeu), a respeito do futuro da política monetária na zona do euro, em uma conferência do Banco Central Europeu (BCE) em Frankfurt, na Alemanha.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,30%
DAX (Alemanha), -0,33%
CAC 40 (França), -0,95%
FTSE MIB (Itália), -0,10%
STOXX 600, -0,45%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com queda nesta manhã de segunda-feira, com os investidores repercutindo os dados da economia chinesa e, também, o início da temporada de balanços do segundo trimestre. A expectativa é de lucros mais baixos.

De acordo com a FactSet, os analistas preveem um recuo de mais de 7% nos ganhos do S&P 500 em relação ao ano anterior.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,15%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,04%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,03%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam com baixa, com investidores digerindo os principais dados econômicos da China. O PIB chinês cresceu 6,3% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, abaixo das expectativas de analistas, que previam alta de 7,3%. Por outro lado, a taxa de desemprego entre jovens de 16 a 24 anos atingiu 21,3% em junho, um novo recorde.

Ainda na frente de dados econômicos chineses, o banco central da segunda maior economia do mundo manteve suas taxas de empréstimo de médio prazo inalteradas em 2,65%, depois que o Banco Popular da China lançou 103 bilhões de yuans (US$ 14,43 bilhões) em empréstimos de médio prazo de um ano a essa taxa.

O PBOC também realizou uma operação de recompra reversa de 33 bilhões de yuans por meio de recompra reversa de sete dias, a uma taxa inalterada de 1,9%.

Shanghai SE (China), -0,87%
Nikkei (Japão), -0,09%
Hang Seng Index (Hong Kong), fechado
Kospi (Coreia do Sul), -0,35%
ASX 200 (Austrália), -0,06%

Petróleo

Os preços do petróleo opera com alta após abrir em forte baixa, com os traders repercutindo o PIB da China abaixo das expectativas e, com isso, cresceram as preocupações sobre redução de demanda da commodity.

Petróleo WTI, -1,60%, a US$ 74,21 o barril
Petróleo Brent, -1,57%, a US$ 78,62 o barril

Agenda

Hoje, começa a temporada de balanços nos EUA. Na frente de dados econômicos, saem amanhã(18) os números do varejo e da produção industrial norte-americana. Para o primeiro dado, os economistas projetam um crescimento de 0,5% na comparação com maio. Para a indústria, a expectativa é de estabilidade, após um mês de contração.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia nesta segunda e na terça-feira (18), em Bruxelas, capital da Bélgica. No campo econômico, saem o IGP-10 de julho, o Boletim Focus semanal e o IBC-Br de maio.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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