Após fala de presidente do Fed na Câmara dos EUA, índices futuros e bolsas mantêm a trajetória negativa nesta manhã

Na Europa, hoje o Banco da Inglaterra deve anunciar ajuste entre 0,25 e 0,50 ponto percentual na taxa de juros para controlar a inflação persistente
22 de junho de 2023

Embora não tenha sido novidade para ninguém que novos aumentos na taxa de juros dos Estados Unidos devem ocorrer ainda este ano, os índices futuros e as bolsas mundiais reverberam, nesta manhã (22), a negatividade que tomou conta dos mercados ontem (21), depois da fala do presidente do Fed  (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Jerome Powell, na Câmara, confirmando novos ajustes para cima no indicador este ano. Hoje, Powell fala no Senado e, a depender do tom, o humor dos agentes podem continuar azedo.

Na semana passada, o Fed decidiu dar uma pausa nos reajustes na taxa de juros dos EUA. Mas o comunicado indica ao menos dois novos aumentos este ano, de 0,25 ponto percentual.

Nesta manhã, Powell entregará seu Relatório Semestral de Política Monetária ao Comitê Bancário do Senado.

Na Europa, os investidores mantêm um olho no que acontece nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, e outro na região. Hoje, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) deve elevar em 25 ou 50 pontos-base a sua taxa de juros, para tentar controlar a inflação que se mostra resiliente.

No Brasil, a Bolsa brasileira também deve repercutir hoje a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, anunciada ontem depois do fechamento do mercado, de manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, pela sétima vez seguida.

No comunicado com a decisão,o BC manteve um tom duro ao avaliar o processo de desinflação no Brasil, sem dar indicações claras da intenção de cortar juros em agosto, como esperava o mercado financeiro.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quarta-feira (21) em alta, antes da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil (BC) de manter a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano pela sétima vez consecutiva. E, ao contrário do que esperava o mercado, o colegiado não deu sinais de que iniciará o ciclo de redução da taxa em agosto no comunicado divulgado com a decisão. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 0,67%, aos 120.421 pontos, no maior patamar desde abril de 2022.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar  fechou em queda de 0,59%, cotado a R$ 4,767 na compra e a R$ 4,768 na venda.

Europa

As bolsas da Europa também operam com baixa, repercutindo a previsão de mais aumentos de juros feita pelo presidente do Fed, Jerome Powell, e aguardando pela decisão do Banco da Inglaterra, que deve elevar a taxa de juros entre 0,25 e 0,50 ponto percentual.

Ainda na região, o Banco Nacional Suíço anunciou um aumento de 25 pontos-base na taxa, sua quinta alta consecutiva, na manhã desta quinta-feira, levando sua taxa de juros para 1,75%.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,80%
DAX (Alemanha), -0,70%
CAC 40 (França), -1,24%
FTSE MIB (Itália), -1,26%
STOXX 600, -0,92%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA recuam nesta manhã de quinta-feira, depois que os principais índices à vista fecharam no vermelho pelo terceiro dia consecutivo, impulsionado pelo depoimento do presidente do Fed, Jerome Powell, na véspera, no qual ele indicou novos aumentos na taxa de juros este ano.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,17%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,26%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,36%

Ásia

Com as bolsas da China e de Hong Kong fechadas devido a feriados locais, os mercados asiáticos fecharam mistos, também repercutindo a fala do presidente do Fed, Jerome Powell, ontem na Câmara, em que disse que “o processo de voltar para 2% [de inflação] ainda tem um longo caminho a percorrer”.

Shanghai SE (China), fechado por feriado
Nikkei (Japão), -0,92%
Hang Seng Index (Hong Kong), fechado por feriado
Kospi (Coreia do Sul), +0,43%
ASX 200 (Austrália), -1,63%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com baixa, também repercutindo a fala do presidente do Fed. Também repercutem os dados dos estoques de petróleo bruto dos EUA, que caíram cerca de 1,2 milhão de barris na semana encerrada em 16 de junho, segundo dados do American Petroleum Institute (API), ante previsões dos analistas de um aumento de 300 mil barris.

Petróleo WTI, -0,62%, a US$ 72,08 o barril
Petróleo Brent, -0,65%, a US$ 76,62 o barril

Agenda

Na Europa, a agenda de hoje tem como destaque da decisão de política monetária do Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês). A expectativa é de uma nova elevação de 25 pontos-base, o que elevaria a taxa dos atuais 4,50% para 4,75%. Também será divulgado o indicador da confiança do consumidor da zona do euro.

Nos EUA, saem os dados dos pedidos de seguro-desemprego semanal, com o consenso Refinitiv prevendo 260 solicitações. Também é aguardada a fala do presidente do Fed, Jerome Powell, no Senado, além de mais discursos de outros membros do banco central dos EUA.

Por aqui, no Brasil, na seara política, o Senado aprovou ontem à noite (22) o texto do novo arcabouço fiscal. A versão aprovada sofreu mudanças em relação ao que veio da Câmara dos Deputados e, por isso, o texto voltará para apreciação dos deputados, para uma votação decisiva. Na seara econômica, não está prevista a divulgação de indicadores econômicos hoje. A expectativa é saber como a Bolsa brasileira vai reagir à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central ontem, que manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano pela sétima vez seguida.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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