Em semana de reunião do Fed e do BCE, índices futuros e bolsas europeias começam a semana no vermelho

Projeções de analistas indicam que o banco central americana vai elevar as taxas de juros em 0,25 ponto percentual, enquanto o BCE elevará em 0,50 p.p.
30 de janeiro de 2023

Tanto os índices futuros dos EUA como as bolsas da Europa estão operando no vermelho nesta manhã de segunda-feira (30), com os investidores na expectativa com as reuniões dos bancos centrais das maiores economias do mundo ao longo desta semana. Ou seja, serão dias decisivos a respeito do futuro da política monetária dessas nações, que influenciam bastante a economia global.

A expectativa é de que o Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed deve desacelerar o ritmo de aperto monetário iniciado no ano passado. A reunião começa amanhã (31) e termina na quarta-feira (1º). Projeções de analistas do mercado financeiro acreditam que o reajuste ficará na casa dos 0,25 ponto percentual, em um intervalo entre 4,50% e 4,75%. Já na Europa, a expectativa é que BCE (Banco Central Europeu) eleve os juros em mais 50 pontos-base na reunião que termina na quinta-feira (2).

Ao longo da semana, também são esperadas as divulgações de novos balanços corporativos nos Estados Unidos, que funcionam como um termômetro da saúde da economia do país. Na quarta-feira, saem os números da Meta, dona do Facebook; e, na quinta, é a vez de Alphabet (controladora do Google), Apple e Amazon. Investidores estarão atentos aos resultados, uma vez que essas empresas embarcaram em uma onda de demissões no começo do ano.

Também na sexta-feira(3), nos EUA, saem os dados do mercado de trabalho nos EUA, o que influenciará as próximas decisões do Fed a respeito dos juros.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (27) em queda puxado por perdas nas ações de bancos e commodities. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 1,63%, cotado a 112.316 pontos, mas avançou 0,25% na semana.

Segundo analistas do mercado financeiro, no cenário externo, as atenções dos investidores ficaram voltadas para a nova leva de dados econômicos dos Estados Unidos. Os gastos dos consumidores do país caíram em dezembro, colocando a atividade norte-americana em uma trajetória de crescimento mais baixo rumo a 2023, enquanto a inflação continuou a cair, o que pode dar ao Federal Reserve (BC dos EUA) espaço para diminuir ainda mais o ritmo de seus aumentos de juros na próxima semana.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar avançou 0,74% frente ao real, a R$ 5,111 na compra e a R$ 5,112 na venda, mas teve queda de 1,8% no acumulado da semana.

Europa

As bolsas da Europa operam com baixa na sessão de hoje, com os investidores na expectativa em relação à decisão do BCE (Banco Central Europeu) sobre os juros. A nova taxa será divulgada na quinta-feira, e analistas projetam que o reajuste será de 0,50 ponto percentual.

Em relação aos indicadores da região, o PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre da Alemanha caiu 0,2% na comparação com o terceiro trimestre em termos ajustados, enquanto o consenso Refinitiv previa estabilidade. Isso pode ser um indicativo de que a maior economia da Europa pode entrar em uma recessão, influenciada principalmente pelo conflito Rússia x Ucrânia.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,24%
DAX (Alemanha), -0,25%
CAC 40 (França), -0,38%
FTSE MIB (Itália), -0,18%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam no vermelho nesta manhã de segunda-feira, com os investidores aguardando os próximos resultados da temporada de balanços, mas, principalmente, a próxima reunião do Federal Reserve, que começa amanhã e termina na quarta-feira. Agentes do mercado esperam que o Fed suba as taxas de juros em 0,25 ponto percentual.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,52%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,72%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,97%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam mistas nesta segunda-feira, com destaque para queda das ações do Adani Group, da Índia, depois que o conglomerado foi acusado de fraude e irregularidades pela Hindenburg Research. Já os mercados da China fecharam com alta na volta do feriado de uma semana do Ano-Novo Lunar.

Shanghai SE (China), +0,14%
Nikkei (Japão), +0,19%
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,73%
Kospi (Coreia do Sul), -1,35%

Petróleo

Os preços do petróleo estão em baixa como consequência das tensões no Oriente Médio, após um ataque de drones no Irã e com a China prometendo no fim de semana promover uma recuperação do consumo que sustentaria a demanda por combustível.

Petróleo WTI, -0,87%, a US$ 78,99 o barril
Petróleo Brent, -0,69%, a US$ 86,05 o barril

Agenda

A semana começa com uma agenda de indicadores esvaziada nos EUA, mas, ao longo da semana, há importantes dados a caminho. O principal deles, obviamente, é a decisão do Fed (Federal Reserve) a respeito da taxa de juros. O mercado projeta alta de 0,25 ponto percentual, com intervalo entre 4,50% e 4,75%.

Além desse dado importante, serão divulgados balanços de grandes big techs, como Meta (Facebook) e Alphabet (Google). Na sexta-feira (3), é a vez do payroll, com os dados oficiais do mercado de trabalho nos EUA. O consenso Refinitiv prevê que 185 mil vagas de emprego tenham sido geradas no país em janeiro (ante 223 mil em dezembro). E para a taxa de desemprego, projeta um crescimento de 3,5% para 3,6%.

Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) anuncia os novos juros na quinta-feira (2), e a expectativa é de elevação de 50 pontos-base na taxa de juros da região. Mas antes disso, na quarta, sai o índice de inflação ao consumidor de janeiro, com uma esperada desaceleração de 9,2% para 9,1%.

Por aqui, no Brasil, no campo político, termina o recesso parlamentar e os líderes do Senado e da Câmara serão eleitos na próxima quinta-feira (2). Hoje, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne com chanceler da Alemanha, Olaf Scholz. No campo econômico, na quarta-feira o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil deve anunciar a manutenção da taxa Selic em 13,75%. Nesta segunda-feira, saem o IGP-M de janeiro, o índice de confiança de serviços, Boletim Focus e resultado primário de dezembro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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