Índices futuros e bolsas da Europa em alta com expectativa de fim do ciclo dos juros altos nos EUA

No Brasil, destaque para divulgação do índice IBC-Br de setembro, considerado uma prévia do PIB do Banco Central, e o IGP-10 de novembro.
17 de novembro de 2023

As bolsas da Europa e os índices futuros dos EUA operam com alta nesta sexta-feira (17), enquanto os mercados asiáticos fecharam mistos. Os investidores estão repercutindo os sinais de arrefecimento da inflação e do crescimento econômico, o que os levou a acreditar novamente que a política monetária será mais branda nos Estados Unidos.

Ontem (16), foram divulgados os dados dos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, que atingiram o maior nível em três meses, mostrando o desaquecimento do mercado de trabalho. Também foram divulgadas informações da produção industrial, que caiu em ritmo mais rápido este ano.

Além disso, os mercados também repercutem as leituras fracas dos índices de preços ao consumidor e ao produtor dos EUA do mês de outubro, os quais, devido ao resultado abaixo das expectativas, elevaram as esperanças de que a inflação pudesse finalmente cair e permanecer em baixa.

A inflação é o principal balizador da política monetária conduzida pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA). Com o indicador mais baixo, crescem as apostas de que o ciclo de juros altos chegou ao fim na maior economia do mundo.

Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, disse hoje que o continente se encontra agora num momento crítico, com a desglobalização, a demografia e a descarbonização surgindo no horizonte.

“Há sinais crescentes de que a economia global está se fragmentando em blocos concorrentes”, disse ela no Congresso Bancário Europeu.

No Brasil, destaque para divulgação do índice IBC-Br de setembro, considerado uma prévia do PIB do Banco Central, e o IGP-10 de novembro.

Brasil

O Ibovespa encerrou o pregão de quinta-feira (16) com alta de 1,20%, aos 124.639 pontos, o maior nível desde julho de 2021.

Na volta do feriado da Proclamação da República, o principal indicador da Bolsa brasileira repercutiu, em grande medida, as negociações em torno do projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2024.

O relator da LDO, deputado Danilo Forte (União-CE), afirmou hoje que o governo deve manter a meta de déficit zero no próximo ano após reunião com ministros, entre eles, Fernando Haddad, da Fazenda. Segundo o parlamentar, o texto da proposta deve ser entregue até terça-feira (21).

Além disso, os investidores também seguiram repercutindo a perspectiva de que o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos chegou ao fim, o que impulsionou o apetite ao risco no mercado local.

Por sua vez, o dólar à vista fechou a R$ 4,8701, com alta de 0,17%.

Europa

As bolsas europeias operam no campo positivo e caminham para uma alta semanal, lideradas pelas ações do setor de saúde.

No âmbito macroeconômico, os investidores aguardam os dados de inflação na zona do euro, depois que os dados ao longo da semana sinalizaram um abrandamento da inflação nos Estados Unidos e no Reino Unido.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,71%
DAX (Alemanha), +0,42%
CAC 40 (França), +0,55%
FTSE MIB (Itália), +0,38%
STOXX 600, +0,64%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com leves ganhos nesta manhã de sexta-feira, após fecharem mistos na véspera com pressão dos líderes de tecnologia e varejo, Cisco e Walmart, cujos balanços decepcionaram o mercado.

As ações da Cisco Systems caíram 9,8%, depois que a empresa de tecnologia de comunicação e rede reduziu suas previsões de receita e lucro para o ano inteiro devido à desaceleração da demanda por seus equipamentos de rede.

Os papéis do Walmart também caíram, mas 8,1%, após atingirem um recorde histórico. A gigante do varejo disse que os consumidores norte-americanos estão gastando com cautela por causa da inflação, apesar de ter aumentado a sua previsão anual de vendas e lucros.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,19%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,19%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,03%

Ásia-Pacífico

As bolsas da Ásia-Pacífico fecharam mistas hoje, com Hong Kong liderando as quedas na região, depois que as ações do Alibaba despencaram no início do pregão.

O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 2,12%, o índice Hang Seng Tech, focado em tecnologia, caiu 1,7%. O Alibaba caiu perto de 10%. Ainda assim, o Hang Seng Index deveria terminar a semana com ganhos de cerca de 1,5%.

A gigante chinesa do comércio eletrônico disse que não iria prosseguir com a cisão total de seu grupo de nuvem devido às restrições à exportação de chips dos EUA.

Shanghai SE (China), +0,11%
Nikkei (Japão), +0,48%
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,12%
Kospi (Coreia do Sul), -0,74%
ASX 200 (Austrália), -0,13%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com alta na sessão de hoje, mas caminham para a quarta semana consecutiva de perdas, depois de atingirem mínimos de quatro meses na véspera, depois que a desaceleração da atividade industrial levantou preocupações sobre a diminuição da demanda.

Petróleo WTI, +0,86%, a US$ 73,53 o barril
Petróleo Brent, +0,79%, a US$ 78,03 o barril

Agenda

Nos EUA, teremos a divulgação de dados do setor imobiliário e início de construções de outubro.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o governo federal afastou qualquer possibilidade de apresentar emenda ou mensagem modificativa que altere a meta fiscal de 2024 no projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias). Nesta quinta, o relator da LDO, deputado Danilo Forte (União-CE), reuniu-se com ministros da equipe econômica e da articulação política no Palácio do Planalto para tratar de possíveis emendas ao texto. “O importante é que isso dá equilíbrio, a tomada de posição e a garantia de que nós vamos trabalhar, agora, para concluir a votação do orçamento, para dar ao país um orçamento factível em 2024. Então, a possibilidade de revisão poderá advir de alguma mudança no futuro, mas, no presente, o governo manteve a meta fiscal zero”, disse o parlamentar após a reunião. Na seara de indicadores, a semana termina com a apresentação dos dados do índice IBC-Br de atividade econômica, considerado uma prévia do PIB do Banco Central, e do IGP-10 de novembro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.