Índices futuros e bolsas da Europa em alta após novas falas de dirigentes do Fed e balanços de grandes corporações

Em discurso menos otimista que o presidente do Fed, Jerome Powell, o diretor do banco central dos EUA Christopher Waller disse ontem (8) que a luta contra a inflação no país ainda não acabou e pode ser “longa”
9 de fevereiro de 2023

Na contramão do movimento da véspera, os índices futuros dos Estados Unidos operam em trajetória de alta nesta manhã de quinta-feira (9), com os investidores acomodando as recentes falas de dirigentes do Fed (Federal Reserve) a respeito do futuro da política monetária da maior economia do mundo. As bolsas da Europa também seguem o mesmo movimento positivo, enquanto os mercados asiáticos fecharam mistos.

Depois da fala otimista do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre os dados aquecidos do mercado de trabalho dos EUA, prevendo “quedas significativas na inflação” para este ano, ontem (8), o diretor do Fed Christopher Waller falou que a luta contra a inflação ainda não acabou e pode ser “longa”. Isso significa, segundo Waller, que as taxas de juros poderão permanecer altas por mais tempo do que “alguns” esperam atualmente. Ontem, os índices americanos fecharam em baixa, com destaque para a queda de 1,68% do Nasdaq.

Além disso, várias empresas divulgaram na quarta-feira seus resultados trimestrais após o fechamento dos mercados. Entre elas estão Disney, MGM, Mattel e Affirm. Os papéis da Disney subiram mais de 5% no after market, depois que a companhia registrou perdas menores de assinantes e superou projeções de receitas e de lucro. Contudo, o conglomerado anunciou uma ampla reestruturação sob o comando do CEO recentemente reintegrado Bob Iger, incluindo corte de 7 mil empregos como parte de um esforço para economizar US$ 5,5 bilhões em custos, e tornar seu negócio de streaming lucrativo.

Para hoje, investidores aguardam pelos dados de pedidos de auxílio-desemprego semanal dos EUA. O consenso Refinitiv prevê 190 mil solicitações no período.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quarta-feira (8) impulsionado por papéis dos grandes bancos. O principal índice da Bolsa brasileira avançou 1,97%, a 109.951 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores continuam de olho nas sinalizações do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sobre o rumo de suas taxas de juros e nas falas do presidente Lula sobre o Banco Central do Brasil.

No cenário corporativo, as atenções estiveram voltadas para o Itaú Unibanco, que ontem reportou um lucro recorrente de R$ 7,67 bilhões no quarto trimestre de 2022 – um aumento de 7% em comparação a igual período do ano anterior. O lucro contábil foi de R$ 7,36 bilhões no período, alta anual de 18%.

Nas negociações do dia, o dólar fechou em queda de 0,06% frente ao real, cotado a R$ 5,196 na compra e a R$ 5,197 na venda.

Europa

As bolsas da Europa sobem nesta quinta-feira, com os investidores avaliando as perspectivas econômicas globais e a trajetória das taxas de juros nas maiores economias. Dos dados da região, a inflação ao consumidor da Alemanha de janeiro animou o mercado ao subir menos que o esperado. O indicador registrou alta de 9,2% na base anual (ante consenso de 10%) e 0,5% na margem (ante consenso de alta de 1,2%).

FTSE 100 (Reino Unido), +1,16%
DAX (Alemanha), +1,16%
CAC 40 (França), +1,19%
FTSE MIB (Itália), +1,10%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA seguem em trajetória positiva nesta manhã, revertendo parte das perdas da sessão anterior, após falas menos otimistas de membros do Fed resgatarem a cautela dos investidores na véspera.

Christopher Waller, diretor do Fed, disse não estar vendo sinais de rápido declínio da inflação e espera que a economia continue crescendo em um ritmo modesto, o que vai na contramão do discurso otimista de Jerome Powell, presidente do banco central americano, na antevéspera. Já o dirigente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, espera juros acima de 5% e não descarta aumento ainda maior.

Na mesma linha, John Williams, do Fed de Nova York, afirmou que a autoridade monetária vai precisar manter postura “suficientemente restritiva” para reduzir inflação.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,61%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,66%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,86%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam mistas na sessão de hoje, com investidores avaliando riscos de mais aumentos de juros à frente nos EUA. Em relação aos balanços corporativos da região, a Toyota registrou crescimento de 22% no lucro operacional no período de outubro a dezembro de 2022 em comparação com o mesmo período do ano anterior. Já no trimestre encerrado em dezembro de 2022, o lucro líquido da empresa caiu para 745 milhões de ienes (US$ 5,7 milhões) em relação aos 819 milhões de ienes observados no mesmo período do ano anterior.

Shanghai SE (China), +1,18%
Nikkei (Japão), -0,08%
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,60%
Kospi (Coreia do Sul), -0,09%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com alta pela quarta sessão consecutiva, impulsionados pelas interrupções no carregamento de petróleo na Turquia e otimismo com a recuperação da demanda da China.

Petróleo WTI, +0,27%, a US$ 78,68 o barril
Petróleo Brent, +0,29%, a US$ 85,34 o barril

Agenda

Serão divulgados hoje nos EUA os dados de pedidos de seguro-desemprego semanal. O consenso Refinitiv prevê 190 mil pedidos na semana. Na China, saem os índices de preços ao consumidor e ao produtor.

Por aqui, no Brasil, no campo político, após as constantes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à política monetária do Banco Central, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, enfatizou ontem (8) que não há qualquer intenção por parte do governo de mudar a atual lei da autonomia do BC e negou que haja pressão sobre qualquer mandato da autoridade monetária. No campo econômico, sai hoje o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), referente ao mês de janeiro. O consenso Refinitiv projeta alta de 0,57% na comparação com dezembro e de 5,80% na base anual. Também é aguardado para esta quinta-feira a publicação das vendas no varejo de dezembro, com consenso Refintiv prevendo recuo de 0,7% na base mensal, mas alta de 2,4% na base anual.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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