Os índices futuros dos Estados Unidos e as bolsas da Europa amanhecem operando no campo positivo, nesta sexta-feira (19), enquanto os mercados asiáticos fecharam mistos. Os agentes repercutem o rali das ações de tecnologia ontem (18), que impulsionaram o fechamento dos mercados nos Estados Unidos.
Em outra frente, analistas também estão atentos ao último dia do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, onde membros de bancos centrais fizeram diversas falas ao longo da semana a respeito do futuro da política de juros nas principais economias.
Aliás, os pronunciamentos de lideranças do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) dominam as atenções do mercado hoje. Os investidores estão ávidos por indícios sobre o momento e a magnitude dos cortes de juros esperados para este ano.
Na frente política, o Congresso dos EUA aprovou um projeto de lei de gastos temporários para evitar uma paralisação parcial do governo estadunidense neste fim de semana, enviando a legislação para a Casa Branca, onde o presidente Joe Biden deve assiná-la ainda hoje.
Na Europa, o aumento dos gastos com energia pesou negativamente sobre o resultado da BASF em 2023, ofuscando os esforços de cortes de custos da maior empresa química europeia. O lucro antes de juros e de impostos antes de itens extraordinários caiu para € 3,8 bilhões, frente aos € 6,9 bilhões do exercício anterior, segundo balanço preliminar divulgado hoje.
Ainda na Europa, o Google informou que investirá US$ 1 bilhão em um novo data center no Reino Unido para ajudar a atender à crescente demanda por seus serviços, um impulso para o governo conservador do primeiro-ministro Rishi Sunak, que tenta posicionar a Grã-Bretanha como líder mundial em tecnologia.
Na Ásia, as bolsas fecharam sem direção única, com ações de chips ainda beneficiadas por resultados e projeções da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), principal fornecedora de chips para Apple e Nvidia, e com a inflação do Japão desacelerando para seu nível mais baixo desde junho de 2022.
Por aqui, sai o índice IBC-Br de atividade econômica de novembro, considerado uma prévia do PIB do BC, para o qual o consenso LSEG prevê alta mensal de 0,10%.
Brasil
Pelo terceiro dia seguido, o Ibovespa fecha em baixa, ainda que as bolsas de Nova York tenham fechado em alta. O principal indicador da bolsa brasileira terminou o pregão de quinta-feira (18) em baixa de 0,94%, aos 127.315 pontos.
Com a agenda de indicadores esvaziada por aqui e o adiamento da divulgação do IBC-Br, considerado uma prévia do PIB oficial, para esta sexta-feira (19), os investidores repercutiram uma série de acontecimentos paralelos.
A notícia mais importante do dia no Brasil foi que o Ministério da Fazenda divulgou documento em defesa da reoneração da folha de pagamentos de setores econômico, sob o argumento de que a desoneração não deu os resultados esperados, como geração de empregos. As negociações entre o governo e o Congresso Nacional continuam.
Nos Estados Unidos, foram divulgados os dados do mercado imobiliário e o tradicional relatório semanal sobre pedidos de auxílio-desemprego. Ambos vieram mais fortes que o esperado, o que pressionou os índices de Wall Street na abertura e impulsionou o avanço dos Treasurys.
O dólar terminou o dia próximo da estabilidade a R$ 4,9311, com leve avanço de 0,02% no mercado à vista.
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA sobem, com os investidores aguardando os balanços de bancos nesta sexta-feira. Os investidores ainda estarão atentos à leitura das vendas de casas usadas em dezembro, que refletem o estado atual do mercado imobiliário dos EUA.
Os dados preliminares sobre o sentimento do consumidor também serão divulgados na manhã de hoje.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,03%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,22%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,54%
Europa
As bolsas da Europa operam em alta, ampliando os ganhos da sessão anterior, com os investidores de olho no último dia do Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça.
Para hoje, é aguardada a fala da presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde. Na quarta-feira passada, ela já sugeriu que os cortes nas taxas de juros não ocorrerão tão cedo quanto os investidores esperavam. O discurso de hoje deve vir na mesma linha.
No Reino Unido, as vendas no varejo, reportadas hoje, caíram 3,2% em dezembro, percentual pior do que o esperado. Foi a maior queda mensal desde janeiro de 2021.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,61%
DAX (Alemanha), +0,33%
CAC 40 (França), +0,30%
FTSE MIB (Itália), +0,20%
STOXX 600, +0,28%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam sem direção única hoje, com ações de chips ainda beneficiadas por resultados e projeções da Taiwan Semiconductor Manufacturing Co (TSMC), a maior empresa do mundo no ramo.
O índice Taiex liderou os ganhos ao subir 2,63%, em Taiwan, a 17.681,52 pontos, com salto de 6,46% da TSMC. Ontem, a empresa reportou lucro trimestral maior do que o esperado e projetou forte avanço na receita deste ano, impulsionando empresas do setor na Ásia, assim como nos EUA e na Europa.
Shanghai SE (China), -0,47%
Nikkei (Japão), +1,40%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,54%
Kospi (Coreia do Sul), +1,34%
ASX 200 (Austrália), +1,02%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com alta após abertura negativa, à medida que as tensões geopolíticas e as interrupções na produção de petróleo dos EUA devido a uma onda de frio foram contrabalançadas por preocupações com o lento crescimento da demanda na China.
Petróleo WTI, +0,22%, a US$ 74,24 o barril
Petróleo Brent, +0,24%, a US$ 79,28 o barril
Agenda
Nos Estados Unidos, saem os dados das moradias usadas de dezembro e a confiança do consumidor de janeiro.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pediu ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), apoio para seis projetos de lei que fazem parte da agenda de reformas microeconômicas liderada pela pasta, segundo reportagem do Valor Econômico. Os projetos já foram todos protocolados na Câmara, mas cinco deles ainda estão sem relator designado. Na seara econômica, sai o IBC-Br de novembro, considerado uma espécie de prévia do PIB (Produto Interno Bruto). O consenso LSEG prevê alta mensal de 0,10%.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg