Em semana de pouca liquidez e agenda esvaziada, índices futuros e bolsas operam mistos nesta 4ª

Por aqui, com a agenda esvaziada, o foco tem sido na movimentação do governo, que deve encaminhar amanhã (28) para o Congresso uma alternativa para a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia.
27 de dezembro de 2023

Os índices futuros operam mistos, nesta manhã de quarta-feira (27), enquanto as bolsas da Europa estão em trajetória de alta, em dia de agenda esvaziada no exterior. Os investidores estão entre embolsar ganhos recentes e se manter em modo espera em uma semana de pouca liquidez. Agora, as expectativas se concentram nos próximos passos dos bancos centrais a respeito dos juros.

Em Nova York, a expectativa é pela manutenção do rali de final de ano, com o S&P 500 a 0,5% de seu nível histórico de fechamento, estabelecido em janeiro de 2022, aos 4.796 pontos. Faltando três pregões para o encerramento do ano, o S&P 500 avança 24%, o Dow Jones 13% e o Nasdaq valoriza-se 44%.

Na Ásia, os mercados encerraram o dia de hoje no campo positivo. Por lá, os investidores monitoram o lucro industrial na China, que registrou queda de 4,4% no período entre janeiro e novembro, na comparação com igual intervalo de 2022, segundo dados do Departamento Nacional de Estatísticas (NBS).

Entre janeiro e outubro, o indicador havia apontado queda anual de 7,8%. Em novembro, o lucro industrial subiu 29,5%, também na comparação anual.

Outro tema que tem chamado a atenção dos traders pelos impactos no mercado de petróleo é a tensão no Mar Vermelho. Os ataques dos EUA a alvos no Iraque e os novos atentados de militantes houthis contra navios na região forneceram os mais recentes sinais de alerta de que a guerra em Gaza corre o risco de se expandir para um conflito mais amplo que desestabiliza o Oriente Médio.

Devido à escalada da tensão, as ações de empresas de transporte de contêineres caíram depois que a AP Moller-Maersk confirmou que se articula para retomar o transporte pelo Mar Vermelho.

Por aqui, com a agenda esvaziada, o foco tem sido na movimentação do governo, que deve encaminhar amanhã (28) para o Congresso uma alternativa para a prorrogação da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia.

Brasil

Ibovespa renovou a maior pontuação intraday algumas vezes durante o dia e acabou encerrando o pregão de terça-feira (26) com alta de 0,59%, aos 133.532 pontos, maior patamar de fechamento da história.

O bom resultado ocorreu apesar da liquidez reduzida na última semana de 2023 nos mercados globais, com um menor volume de negócios nas bolsas devido ao recesso de fim de ano.

A performance do principal indicador da bolsa brasileira acompanhou o mercado externo, puxado pelas commodities. O minério de ferro e o petróleo registraram fortes ganhos no exterior e impulsionaram, por aqui, as ações da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4), duas empresas de grande peso no Ibovespa.

Das notícias do dia, o destaque foi para o Boletim Focus do Banco Central. Na última edição do documento no ano, os mais de cem analistas consultados para a publicação reduziram a estimativa para o IPCA deste ano, de 4,49% para 4,46%; e de 3,93% para 3,91% no ano que vem.

Nas negociações do dia, o dólar à vista fechou o dia em queda de 0,81%, cotado em R$ 4,8220.

Europa

As bolsas da Europa operam com alta, impulsionadas pelas ações do petróleo e gás, que subiram 1%, liderando os ganhos.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,60%
DAX (Alemanha), +0,16%
CAC 40 (França), +0,22%
FTSE MIB (Itália), +0,34%
STOXX 600, +0,24%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam perto da estabilidade nesta manhã, com os investidores otimistas com os ganhos recentes.

Para 2024, a ferramenta CME FedWatch aponta mais de 80% de probabilidade de o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) reduzir as taxas de juros a partir do mês de março.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,01%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,02%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,01%

Ásia-Pacífico

As bolsas da Ásia fecharam em alta nesta quarta-feira, após os dados do lucro industrial da China e em meio à recuperação de ações de videogames em Hong Kong.

No mercados da China continental, o índice Xangai Composto subiu 0,54% e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,56%.

Pesquisa oficial mostrou que o lucro de grandes empresas industriais chinesas deu um salto anual de 29,5% em novembro, ganhando força em relação ao avanço de 2,7% de outubro e marcando o quarto mês consecutivo de aumentos.

Em Hong Kong, o Hang Seng terminou seu primeiro pregão após o Natal com alta de 1,74%. Os papéis da NetEase e da Tencent, que têm forte atuação na área de videogames, subiram 12% e 4% respectivamente, parcialmente revertendo perdas recentes.

Pequim suavizou sua posição quanto às polêmicas restrições aos jogos on-line, reconhecendo a cautela dos investidores quanto à possibilidade de uma nova repressão ao setor. Depois da decisão, as ações do setor subiram e recuperaram parte dos US$ 80 bilhões da venda maciça de ações na semana passada.

Shanghai SE (China), +0,54%
Nikkei (Japão), +1,13%
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,74%
Kospi (Coreia do Sul), +1,74%
ASX 200 (Austrália), +0,79%

Petróleo

As cotações do petróleo operam com baixa, revertendo os ganhos da sessão anterior, à medida que as principais empresas de transporte marítimo começaram a regressar ao Mar Vermelho, apesar dos ataques contínuos e da escalada das tensões no Oriente Médio.

Petróleo WTI, -0,32%, a US$ 75,33 o barril
Petróleo Brent, -0,09%, a US$ 81,00 o barril

Agenda

Em agenda fraca no exterior, para hoje são previstos apenas os índices de manufatura do Fed de Richmond e o de serviços do Fed de Dallas.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou ontem (26) que o governo Lula deverá encaminhar ao Congresso Nacional até esta quinta-feira (28) uma alternativa para a prorrogação da desoneração da folha de salários − aprovada pelo Congresso Nacional com a derrubada de um veto do Poder Executivo. Na agenda de indicadores, saem hoje o índice de confiança da indústria de dezembro e o Relatório da Dívida Pública de novembro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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