Enquanto as bolsas mundiais operam mistas, os índices futuros dos Estados Unidos caminham com leve alta nesta sexta-feira (28), com investidores à espera da divulgação do Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal de junho (PCE, em inglês), indicador de inflação favorito do Fed (Federal Reserve) para definir a política monetária.
Os investidores também repercutem os dados da prévia do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos, que cresceu 2,4% no segundo trimestre de 2023, de acordo com a primeira estimativa divulgada ontem (27) pelo Departamento de Comércio do país. O resultado ficou acima da estimativa de analistas, uma vez que o consenso Refinitiv apontava para alta de 1,8%.
Em relação ao PCE, que será divulgado hoje, a expectativa de analistas é de que o núcleo do indicador avance 0,2% em relação ao mês anterior e suba 4,2% na comparação com o ano anterior.
Na Europa, a maioria das bolsas opera no campo negativo depois que o BCE (Banco Central Europeu) elevou os juros da zona do euro em 0,25 p.p.
Por sua vez, na Ásia, os mercados fecharam mistos, depois que Banco Central do Japão (BOJ) manteve sua taxa básica de juros em -0,1% e sinalizou maior flexibilidade na condução da política monetária.
A decisão contribuiu para sacudir os mercados globais, pois desfaz parte da política monetária expansiva do BOJ. Embora tenha mantido sua meta de rendimentos de 10 anos em torno de 0%, o banco central afirmou que o teto de 0,5% é apenas um ponto de referência, e não um limite definitivo. Segundo analistas, ao abolir a rigidez sobre os rendimentos, o banco abre espaço para mais ajustes nas políticas nos próximos meses.
No Brasil, hoje será divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). A expectativa do mercado é de que a taxa de desemprego fique em 8,1% no mês de junho.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (27) em queda, em dia de realização de lucros no mercado local após ter renovado o maior patamar na sessão de ontem. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 2,10%, aos 119.990 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, a queda do Ibovespa foi puxada pelas perdas nas ações da Petrobras e da Vale. Ontem, os investidores acompanharam a divulgação de uma série de indicadores, além da decisão do Banco Central Europeu (BCE) de aumentar os juros da região. Os novos dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, que vieram bem acima das expectativas, também ficaram sob os holofotes.
Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar subiu 0,66% frente ao real, cotado a R$ 4,76.
Europa
A maioria das bolsas da Europa opera com baixa, com os investidores repercutindo as decisões de bancos centrais ao longo da semana, resultados corporativos e dados econômicos da Alemanha e França.
A economia da Alemanha não apresentou crescimento no segundo trimestre, segundo dados oficiais. Analistas esperavam que o país conseguisse um aumento de 0,1% no PIB. A maior economia da Europa contraiu 0,2% na base anual.
O PIB da França, por sua vez, cresceu 0,5% no segundo trimestre, mostraram estatísticas nacionais. O crescimento ficou acima da previsão economistas, de 0,1%.
FTSE 100 (Reino Unido), +0,31%
DAX (Alemanha), -0,23%
CAC 40 (França), -0,42%
FTSE MIB (Itália), -0,23%
STOXX 600, -0,26%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã de sexta-feira, com os investidores aguardando a divulgação do PCE.
Os investidores também estarão atentos à divulgação de outros dados econômicos, como custos de emprego, renda pessoal, gastos do consumidor e sentimento do consumidor. A temporada de resultados corporativos continua com a Procter & Gamble, que divulga seus números antes da abertura.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,11%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,29%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,63%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam mistas, depois da decisão do Banco do Japão de manter sua taxa juros, o que está em linha com as expectativas de economistas.
O BOJ disse que continuará permitindo que os rendimentos dos títulos do governo de 10 anos flutuem na faixa de mais e menos 0,5%, mas alegou que fará um controle da curva de juros.
Ontem, as notícias sobre as mudanças afetaram os mercados. O índice Nikkei fechou em queda de 0,40%.
No entanto, os rendimentos dos títulos do governo japonês de 10 anos saltaram para o nível mais alto desde 2014, enquanto o iene oscilou entre ganhos e perdas, enquanto os investidores especulavam se esse ajuste seria um precursor de mudanças mais drásticas na política monetária ultrafrouxa do Japão.
Na China, o Ministério da Habitação anunciou planos para facilitar a compra de imóveis. No entanto, os mercados ainda aguardam detalhes sobre a implementação.
Shanghai SE (China), +1,84%
Nikkei (Japão), -0,40%
Hang Seng Index (Hong Kong), +1,41%
Kospi (Coreia do Sul), +0,17%
ASX 200 (Austrália), -0,70%
Petróleo
Os preços do petróleo operam com baixa, mas caminham para ganho semanal. As cotações da commodity subiram na sessão anterior, pois os temores de uma desaceleração econômica global foram atenuados por fortes relatórios de ganhos e dados econômicos dos EUA melhores do que o esperado.
Petróleo WTI, -0,17%, a US$ 79,95 o barril
Petróleo Brent, -0,26%, a US$ 84,02 o barril
Agenda
Nos EUA, o índice de preços PCE, o favorito do Fed para definir a política de juros, será divulgado hoje. Também saem os dados da confiança do consumidor Michigan.
Por aqui, no Brasil, no campo político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu R$ 17,1 milhões em suas contas por meio de transferências bancárias realizadas por Pix entre os dias 1º de janeiro e 4 de julho deste ano, segundo informações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). O relatório do Coaf também apontou que esse valor foi movimentado através de 769 mil transações feitas para a conta do ex-presidente efetuadas em seis meses de janeiro a julho deste ano. Na seara econômica, a semana termina com a divulgação da taxa de desemprego do mês de junho, medida pela Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). O Itaú espera uma queda na taxa de desemprego para 8,1%.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias