Índices futuros operam mistos e bolsas da Europa no negativo após agência de riscos Fitch fazer alerta sobre rating dos EUA

Em outra frente, a ata do Fed deixou incertezas a respeito do futuro da política monetária dos EUA, o que também mexeu com o humor dos mercados
25 de maio de 2023

Um dia após a divulgação da ata da última reunião do Fomc (comitê de política monetária dos Estados Unidos), em que a taxa de juros do país foi elevada em 0,25 ponto percentual, os índices futuros de Nova York operam mistos, enquanto as bolsas da Europa estão em baixa nesta manhã de quinta-feira (25). No caso da Europa, também pesa nos pregões das bolsas a revisão para baixo do PIB da Alemanha, o que coloca a maior economia do continente em recessão técnica.

O documento da reunião realizada nos dias 2 e 3 de maio mostra indefinição em relação aos próximos passos da política monetária. Autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) “concordaram em geral” no mês passado que a necessidade de novos aumentos na taxa de juros “tornou-se menos certa”, com várias delas dizendo que o último reajuste então poderia ser o último.

Outros alertaram que o banco central dos EUA precisa manter suas opções em aberto devido aos riscos de inflação persistente.

Outro dado que azedou o humor dos mercados é que a agência de classificação de risco Fitch colocou o rating AAA dos Estados Unidos em observação negativa, em meio ao impasse sobre as negociações do aumento do teto da dívida no país. O Departamento do Tesouro americano estima que, se o limite não for elevado ou suspenso antes de junho, poderá ficar sem recursos para honrar obrigações financeiras.

Apesar da observação, a Fitch disse, em comunicado, esperar um acordo antes do prazo estimado para o possível calote. No entanto, a agência vê crescentes riscos de que os EUA sejam obrigados a deixar de fazer pagamentos de alguns compromissos.

Para esta quinta-feira, os investidores estão à espera da divulgação da segunda prévia do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre e pelos dados de seguro-desemprego.

Brasil

Ibovespa fechou o pregão de quarta-feira (24) em queda após a aprovação do texto do novo arcabouço fiscal pela Câmara dos Deputados na antevéspera. O indicador ainda acompanhou o desempenho negativo das bolsas no exterior. O principal índice da Bolsa brasileira caiu 1,03%, aos 108.799 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, os investidores repercutiram durante as negociações do dia a aprovação do arcabouço fiscal, que limita os gastos do governo, substituindo o atual teto de gastos, e coloca regras para o crescimento das despesas nos próximos anos.

Nas negociações do dia do Ibovespa, o dólar caiu 0,37% frente ao real, negociado a R$ 4,954 na venda e na compra.

Europa

As bolsas da Europa operam no terreno negativo, com repercussão do impasse da dívida nos EUA, da ata do Fomc e com Alemanha entrando em recessão técnica.

Dados do escritório de estatísticas da Alemanha mostraram uma revisão para baixo do PIB de estável para -0,3% nos primeiros três meses do ano, colocando a maior economia da Europa em uma recessão técnica.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,34%
DAX (Alemanha), -0,34%
CAC 40 (França), -0,25%
FTSE MIB (Itália), -0,39%
STOXX 600, -0,01%

Estados Unidos

A maioria dos mercados futuros dos Estados Unidos opera no positivo, exceto o Dow Jones Futuro, que está repercutindo nesta manhã depois que a Fitch Ratings colocou a classificação AAA dos Estados Unidos em uma observação negativa.

Por outro lado, os futuros do Nasdaq subiram após uma previsão de vendas otimista da Nvidia, que levou ânimo a empresas que buscam ampliar suas pesquisas em inteligência artificial. As ações da Nvidia subiam 24% nas negociações do pré-mercado americano.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,11%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,58%
Nasdaq Futuro (EUA), +1,71%

Ásia

As bolsas da Ásia fecharam com baixa em sua maioria, em meio a preocupações sobre as negociações do teto da dívida dos EUA e com o Banco da Coreia mantendo sua taxa básica de juros estável em 3,50% pela terceira vez consecutiva.

Shanghai SE (China), -0,11%
Nikkei (Japão), +0,39%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,93%
Kospi (Coreia do Sul), -0,50%
ASX 200 (Austrália), -1,05%

Petróleo

Os preços do petróleo recuam pressionados pelas incertezas em torno das negociações sobre o aumento do teto da dívida dos Estados Unidos.

Petróleo WTI, -1,30%, a US$ 73,37 o barril
Petróleo Brent, -1,15%, a US$ 77,46 o barril

Agenda

Nos EUA, será publicado o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre, com consenso Refinitiv estimando alta de 1,1%. Também saem hoje os dados dos pedidos de seguro-desemprego semanal, com o consenso Refinitiv prevendo 245 mil solicitações, e as moradias pendentes de abril. Os economistas esperam um aumento de 0,8%, acima do declínio de 5,2% no mês anterior.

Por aqui, no Brasil, no campo político, a Câmara dos Deputados rejeitou destaques e concluiu a votação do novo arcabouço fiscal. O texto agora segue para o Senado. Na seara econômica, será divulgada hoje a inflação medida pelo IPCA-15 de maio, a ser divulgada às 9h. O consenso Refinitiv projeta alta de 0,64% na base mensal e de 4,20% anual.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e InfoMoney

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