Fala de Powell ainda repercute nos mercados nesta manhã de 6ª feira. Índices futuros operam mistos e maioria das bolsas está em baixa

No Brasil, todas as atenções estão voltadas para divulgação do IPCA de outubro. O consenso LSEG prevê alta mensal de 0,29% e de 4,87% na base anual.
10 de novembro de 2023

Enquantos os índices futuros operam mistos, a maioria das bolsas mundiais está em trajetória mista, nesta manhã de sexta-feira (10), repercutindo o movimento de baixa da véspera, após a fala do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, ter jogado um balde de água fria no otimismo dos mercados em relação à política de juros dos Estados Unidos.

Com a decisão do Fed, na semana passada, de manter as taxas de juros inalteradas pela segunda vez consecutiva, os investidores estavam mais confiantes de que o ciclo de aperto monetário estaria próximo do fim.

Contudo, após a fala de Powell e de outros membros do Banco Central norte-americano ontem (9), os futuros dos EUA fecharam em baixa. O chairman da autoridade monetária deixou claro que a instituição não hesitará em subir mais as taxas se for preciso e que não está confiante de que as taxas tenham chegado ao seu pico.

Powell ainda argumentou que a economia dos Estados Unidos segue forte, e sugeriu que a resiliência da atividade no país pode levar a um maior aperto monetário.

Para esta sexta-feira, novas falas de membros do banco central dos EUA são aguardadas. Discursam hoje a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, e a presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan.

No Brasil, todas as atenções estão voltadas para divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de outubro. O consenso LSEG prevê alta mensal de 0,29% e de 4,87% na base anual.

Brasil

Ibovespa terminou o pregão de quinta-feira (9) em queda de 0,12%, aos 119.034 pontos, contaminada pelo ambiente externo. Apesar da queda, é a terceira vez consecutiva que o índice encerra as negociações no patamar dos 119 mil pontos.

As negociações por aqui reverberaram o desempenho de Wall Street, depois que a fala do presidente do Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, jogou um balde de água fria no otimismo do mercado norte-americano com a política monetária. Ele sinalizou para a possibilidade de nova elevação dos juros nos Estados Unidos, na atual faixa de 5,25% a 5,50% ao ano.

As perdas só foram limitadas pelo otimismo dos investidores brasileiros com a aprovação da reforma tributária pelo Senado ontem e os balanços trimestrais de algumas empresas.

O dólar terminou a sessão a R$ 4,9399, com avanço de 0,67%, no mercado à vista.

Europa

As bolsas da Europa seguem em baixa em sua maioria, depois da fala de Jerome Powell. Por lá, os investidores também repercutem dados econômicos da região.

A economia do Reino Unido ficou estável no terceiro trimestre, mostraram os números iniciais na sexta-feira. O PIB (Produto Interno Bruto) não apresentou crescimento nos três meses até o final de setembro, após um aumento de 0,2% no trimestre anterior. Em termos anuais, o PIB do terceiro trimestre foi 0,6% superior ao mesmo período de 2022.

Ademais, a produção do setor dos serviços caiu 0,1% no trimestre, mas foi compensada por um aumento de 0,1% na produção da construção, enquanto a produção no sector da produção estabilizou.

A inflação do Reino Unido também continua resistente. O índice de preços ao consumidor permaneceu em 6,7% em termos anuais em setembro.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,69%
DAX (Alemanha), -0,51%
CAC 40 (França), -0,71%
FTSE MIB (Itália), -0,48%
STOXX 600, -0,61%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam mistos na manhã desta sexta-feira após a fala de Jerome Powell esmorecer o otimismo de que um ciclo de aperto estaria próximo do fim.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,21%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,11%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,07%

Ásia-Pacífico

As bolsas da Ásia também fecharam com baixa, acompanhando o pessimismo que tomou conta dos mercados internacionais.

Das notícias da região, a maior fabricante de chips da China, SMIC, registrou ontem uma queda de 80% no lucro do terceiro trimestre, à medida que a fraqueza da demanda global atingiu duramente as fundições.

Shanghai SE (China), -0,47%
Nikkei (Japão), -0,24%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,76%
Kospi (Coreia do Sul), -0,72%
ASX 200 (Austrália), -0,55%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com alta, ampliando ganhos da sessão anterior, mas deverão fechar em baixa pela terceira semana, à medida que as preocupações com interrupções na oferta devido ao conflito Israel-Hamas diminuíram, permitindo que as preocupações com a procura se reafirmassem.

Petróleo WTI, +0,67%, a US$ 76,25 o barril
Petróleo Brent, +0,71%, a US$ 80,62 o barril

Agenda

Nos Estados Unidos, sai hoje o índice de confiança da Universidade de Michigan, com projeção do mercado em 63,7.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, em meio à pressão política pela mudança da meta fiscal de 2024, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou a meta como “programática”. “Para mim, a meta zero é programática, não precisa nem estar na lei para perseguir”, declarou o ministro ao participar de evento do Itaú BBA. Ele iniciou a sua fala pregando responsabilidade fiscal, defendida por ele, conforme pontuou, desde antes de assumir o cargo. Na seara econômica, o IPCA de outubro será apresentado às 9h. O consenso LSEG prevê alta mensal de 0,29% e de 4,87% na base anual, enquanto o Bradesco espera aumento de 0,29% na variação mensal.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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