Índices futuros no negativo e mercados mistos com decisão do BoJ e Super Quarta no radar dos investidores

Banco do Japão (BoJ) decidiu elevar os juros pela primeira vez em 17 anos, encerrando uma política de taxas negativas de longa data. Por aqui e nos EUA, começam hoje as reuniões para decisões sobre as taxas de juros, que serão divulgadas amanhã (20).
19 de março de 2024

Enquanto os índices futuros operam no negativo, nesta manhã de terça-feira (19), as bolsas da Europa caminham sem direção única. Do mesmo modo fecharam os mercados asiáticos, repercutindo a decisão do Banco do Japão (BoJ) de elevar os juros pela primeira vez em 17 anos, encerrando uma política de taxas negativas de longa data. Hoje, os investidores monitoram as decisões sobre os juros no Brasil e nos EUA, que serão divulgadas amanhã (20).

Em uma decisão amplamente esperada, o BoJ elevou seu juro básico para uma faixa de 0% a 0,1%. É o primeiro aumento desde 2007, depois que a autoridade monetária japonesa manteve os juros em -0,1% por mais de oito anos.

O banco também aboliu a sua política de controle da curva de rendimentos, marcando uma mudança histórica em sua política monetária.

Repercutindo a decisão, o índice Nikkei 225, de Tóquio, fechou acima dos 40 mil pontos nesta terça-feira.

Nos Estados Unidos, o Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) começa a sua reunião hoje e a expectativa dos agentes é de que as taxas de juros permaneçam inalteradas, uma vez que os recentes dados macroeconômicos vieram mais fortes que o esperado.

A expectativa de início de redução dos juros nos Estados Unidos é cada vez mais postergada. As apostas de um início de redução para junho são cada vez mais baixas.

Por aqui, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central também começa hoje. A expectativa é de que, amanhã (20), a autoridade monetária brasileira anuncie redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, dos atuais 11,25% para 10,75% ao ano.

Em outra frente, o ministério da Fazenda enviará à Casa Civil, nesta terça-feira, um projeto de lei que trata da cobrança de impostos sobre aplicações financeiras.

Brasil

A bolsa brasileira viveu um dia de montanha-russa ontem (18), mas, com a ajudinha da Vale e do exterior, acabou fechando no positivo.

O Ibovespa terminou a segunda-feira com leve alta de 0,17%, aos 126.954 pontos.

Começando por aqui, o Banco Central divulgou o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), uma espécie de termômetro do PIB (Produto Interno Bruto). O indicador avançou 0,6% em janeiro, acima do esperado pelo mercado.

Além disso, os investidores acompanham hoje (19) o início das reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central e a do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed (Federal Reserve, o BC dos Estados Unidos).

Por sua vez, o dólar encerrou em alta de 0,56%, cotado a R$ 5,0259 no mercado à vista.

Europa

As bolsas europeias começaram o dia sem direção única, enquanto os investidores globais aguardam a decisão do Fed, o banco central norte-americano, que será divulgada amanhã.

FTSE 100 (Reino Unido): -0,06%

DAX (Alemanha): +0,15%

CAC 40 (França): +0,18%

FTSE MIB (Itália): +0,03%

STOXX 600: -0,07%

Estados Unidos

Os índices futuros operam no campo negativo, enquanto os agentes aguardam a decisão da política monetária.

Mas, de acordo com a ferramenta CME FedWatch, os futuros dos fundos federais preveem atualmente uma probabilidade de 99% de que o BC americano deixe as taxas de juros de referência inalteradas na decisão que será anunciada amanhã.

Dow Jones Futuro: -0,08%

S&P 500 Futuro: -0,17%

Nasdaq Futuro: -0,20%

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam mistos, repercutindo a decisão do Banco do Japão (BoJ) de ter elevado seu juro básico para uma faixa de 0% a 0,1%, o primeiro aumento desde 2007. O índice Nikkei, de Tóquio, subiu 0,66%.

Em outras partes da Ásia, os mercados ficaram no vermelho. Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,72%, a 3.062,76 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,43%, a 1.795,72 pontos, pressionados por ações financeiras e da indústria farmacêutica.

Shanghai SE (China), -0,72%

Nikkei (Japão): +0,66%

Hang Seng Index (Hong Kong): -1,24%

Kospi (Coreia do Sul): -1,10%

ASX 200 (Austrália): +0,36%

Petróleo

Os preços do petróleo operam em baixa, repercutindo a perspectiva de aumento da oferta da Rússia, bem como à possibilidade de uma demanda mais lenta do que o esperado em setores como o de combustível de aviação.

Petróleo WTI, -0,27%, a US$ 82,50 o barril

Petróleo Brent, -0,30%, a US$ 86,63 o barril

Agenda

A agenda desta terça-feira traz o início das reuniões de política monetária nos Estados Unidos e Brasil.

Por aqui, no Brasil, no campo político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem (18) que o governo pretende enviar uma proposta sobre taxação de dividendos para o Congresso Nacional ainda em 2024 e que enxerga muita disposição por parte do Legislativo para discutir o tema. Em entrevista a jornalistas na saída do ministério, Haddad disse ainda que um projeto de lei sobre aplicações financeiras será enviado pela pasta para a Casa Civil hoje. Além do início da reunião do Copom, hoje o Banco Central divulga o Boletim Focus com projeções do mercado financeiro.

Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg

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