Os índices futuros de Nova York operam sem rumo certo nesta manhã de quarta-feira (31). Ainda reverbera nos mercados americanos a fala de Jerome Powell, na reunião de bancos centrais na sexta-feira passada, indicando que o Fed (Federal Reserve) manterá uma política mais agressiva de aumento de juros para controlar a inflação, que está em índices recordes em 40 anos. Do outro lado do mundo, os mercados asiáticos fecharam no negativo hoje como consequência dos dados da indústria chinesa de agosto.
A fala de Powell foi reforçada ontem (30) pelo presidente do Federal Reserve de Nova York, John Williams, que declarou ainda ver as taxas de juros subindo e permanecendo nesses níveis até que a inflação americana esteja controlada.
Para esta quarta-feira, são aguardados mais discursos do Fed e os dados de emprego da ADP e PMI de Chicago. Além disso, o mercado aguarda a divulgação do payroll de agosto na sexta-feira (2).
Na Europa, por sua vez, os mercados operam no vermelho após o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de agosto da zona do euro crescer 9,1% na base anual, levemente acima do consenso Refinitiv, que projetava alta de 9%. Isso deve levar a uma alta nos juros em 0,75 ponto percentual na próxima reunião do BCE (Banco Central Europeu).
Brasil
O Ibovespa caiu forte na terça-feira (30), puxado pelas quedas das ações da Petrobras, acompanhando o declínio dos preços do petróleo. O principal índice da Bolsa brasileira teve queda de 1,68%, a 110.431 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, os mercados globais assumiram trajetória negativa após dados mostrarem que a confiança do consumidor norte-americano se recuperou mais do que o esperado em agosto, enquanto as vagas de emprego em aberto nos Estados Unidos aumentaram em julho, sem dar sinais de que a demanda por mão de obra esteja desacelerando. Ambos os dados devem manter o Federal Reserve firme em sua trajetória agressiva de altas dos juros.
O dólar ganhou força ante o real, fechando em alta de 1,58%, cotado a R$ 5,112 na compra e a R$ 5,113 na venda.
Europa
Os mercados europeus operam no negativo nesta manhã de quarta-feira (31) após a divulgação da inflação levemente acima do previsto na zona do euro. O resultado do índice de preços ao consumidor (CPI) deve reforçar as apostas de uma política monetária mais agressiva do BCE, na reunião que deve acontecer em 8 de setembro.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,54%
DAX (Alemanha), -0,22%
CAC 40 (França), -0,85%
FTSE MIB (Itália), -0,07%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam mistos nesta manhã de quarta-feira, após três sessões seguidas de perdas do índice à vista. Investidores ainda estão digerindo as declarações do presidente do Fed de Nova York ontem, reforçando o discurso de Jerome Powell, de que o aperto monetário deve continuar, uma vez que a inflação americana está em patamares recordes.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,11%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,17%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,28%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam no negativo, em sua maioria, acompanhando o movimento de Wall Street no dia anterior, e à medida que investidores digerem os dados da produção industrial chinesa. O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) da manufatura oficial da China para agosto superou ligeiramente as expectativas, atingindo 49,4, mas ainda abaixo da marca de 50, mostrando contração da atividade. Já o PMI de Serviços caiu para 52,6 pontos.
Shanghai SE (China), -0,78%
Nikkei (Japão), -0,37%
Hang Seng Index (Hong Kong), +0,03%
Kospi (Coreia do Sul), +0,86%
Petróleo
As cotações do petróleo reverteram a tendência de alta observada no início do pregão e operam em baixa, com temores de que a demanda por combustível sofrerá à medida que a China intensifica as restrições à Covid-19 em algumas cidades e os bancos centrais aumentam as taxas de juros.
Petróleo WTI, -1,56%, a US$ 90,21 o barril
Petróleo Brent, -1,74%, a US$ 97,58 o barril
Agenda
Nos EUA, sai a pesquisa ADP, sobre criação de vagas no setor privado. O consenso Refinitiv aponta para a abertura de 288 mil posições.
Por aqui, no Brasil, no campo político, pesquisa Quaest divulgada aponta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, com 44% das intenções de votos, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 32%. No campo econômico, sai nesta quarta-feira (31) a pesquisa PNAD contínua. O consenso Refinitiv prevê que a taxa de desemprego de julho atinja 9,1%. Também será divulgado o dado da confiança empresarial.
Redação ICL Economia
Com informações das agências