Índices futuros operam com leve baixa nesta manhã, em repercussão à alta recorde do rendimento dos títulos dos EUA

O rendimento dos Treasuries de 10 anos subiu cerca de 9 pontos-base, ultrapassando o nível chave de 5%. O das notas de 2 anos e dos títulos de 30 anos também subiram.
23 de outubro de 2023

Enquanto as bolsas da Europa caminham mistas nesta manhã de segunda-feira (23), os índices futuros de Nova York estão em leve baixa, com os investidores repercutindo nova alta do rendimento dos títulos do Tesouro norte-americano e aguardando mais balanços corporativos.

Hoje, o rendimento dos Treasuries de 10 anos subiu cerca de 9 pontos-base, ultrapassando o nível chave de 5%. O rendimento das notas de 2 anos e dos títulos de 30 anos também subiu. Na semana passada, a taxa dos títulos de 10 anos oscilou num intervalo de quase 40 pontos-base, afetando negativamente os mercados.

Assim, os investidores aguardam de que modo a situação do rendimento dos títulos vai respingar na definição da política monetária dos Estados Unidos, principalmente depois da fala do presidente do Fed (Federal Reserve), Jerome Powell, de que a inflação do país dá sinais de persistência e, por essa razão, o ciclo alto dos juros deve manter-se alto por mais tempo.

Para esta semana, esse deve ser o foco dos agentes dos mercados, além dos dados de atividade e inflação no país.

Outro ponto de atenção na semana é a decisão sobre a política monetária do BCE (Banco Central Europeu), assim como a escolha de um novo presidente da Câmara nos EUA e os balanços de grandes empresas de tecnologia como Microsoft, Alphabet, Meta e Amazon.

Os agentes também permanecem com o radar ligado nos desdobramentos da guerra no Oriente Médio. A liberação de dois reféns norte-americanos pelo Hamas e a ajuda a Gaza pela fronteira do Egito reduzem a estresse dos mercados, mas o cenário ainda é de incerteza.

A perspectiva de que Israel adie a invasão terrestre do território palestino atenua a tensão, embora os ataques aéreos na faixa tenham aumentado e ainda haja riscos de que o conflito se expanda na região.

Brasil

Ibovespa fechou novamente no vermelho, com queda de 0,74%, aos 113.155 pontos, o que levou a semana a ficar negativa em 2,25%. As blue chips recuaram na sexta-feira (20) e não deram muita chance para o índice reverter o prejuízo. O destaque vai para a Vale (VALE3), que perdeu 2,70%, recuando quase 6% na semana, com o minério de ferro na China recuando com amplitude.

A queda da commodity na Ásia fez as siderúrgicas também sofrerem na sexta, especialmente CSN (CSNA3), que desceu 3,29%. Gerdau (GGBR4) caiu 0,83% e Usiminas (USIM5) cedeu 2,46%.

Por outro lado, com a guerra, segue a dúvida sobre como essa crise vai afetar o petróleo. A Petrobras (PETR4) recuou 1,28%, da mesma forma que as petro juniores – PRIO (PRIO3) desceu 0,66% e Petrorecôncavo (RECV3) caiu 0,78%. 3R Petroleum (RRRP3) fechou, preliminarmente em alta, mas acabou com menos 0,31%.

O dólar se desvalorizou frente ao real pelo segundo dia seguido, mas se manteve acima dos R$ 5.

Europa

A maioria das bolsas da Europa opera em queda, com os investidores avaliando o desempenho dos principais setores econômicos e as incertezas geopolíticas, ao mesmo tempo que esperam a divulgação, pelo BCE (Banco Central Europeu), da nova taxa de juros na quarta-feira (25).

FTSE 100 (Reino Unido), -0,39%
DAX (Alemanha), -0,45%
CAC 40 (França), -0,11%
FTSE MIB (Itália), +0,12%
STOXX 600, -0,41%

Estados Unidos

Os índices futuros de NY iniciaram esta manhã operando com fortes quedas, em semana marcada pela divulgação de dados econômicos e resultados corporativos.

Os investidores repercutem a volatilidade no mercado de bônus norte-americano e as incertezas em torno do futuro da política monetária dos EUA, diante dos sinais contraditórios emitidos pelo Fed recentemente.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,32%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,34%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,4%

Ásia-Pacífico

As bolsas da região fecharam em queda, seguindo o movimento da semana passada, enquanto os investidores aguardam mais dados econômicos de toda a região e números do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre da Coreia do Sul.

Por lá, os índices também seguem reagindo à alta dos Treasurys yields nos EUA, que chegaram ao seu patamar máximo desde 2007 na semana passada e abriram o dia em alta.

Outras notícias que abalaram a região foi a de que autoridades tributárias chinesas realizaram uma inspeção na Foxconn, empresa conhecida por fabricar iPhones para a Apple, e prenderam um executivo e dois ex-funcionários da WPP, uma das maiores empresas de publicidade do mundo.

No caso da Foxconn Industrial Internet, os papéis da empresa caíram 10%.

Shanghai SE (China), -1,47%
Nikkei (Japão), -0,83%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,72%
Kospi (Coreia do Sul), -0,76%
ASX 200 (Austrália), -0,82%

Petróleo

Os preços do petróleo iniciam o dia com quedas, uma vez que comboios de ajuda começaram a chegar à Faixa de Gaza no fim de semana, em meio a esforços diplomáticos para impedir que um conflito entre Israel e  Hamas se espalhe para toda a região rica em petróleo.

Petróleo WTI, -0,01%, a US$ 88,06 o barril
Petróleo Brent, +0,13%, a US$ 92,28 o barril

Agenda

Para hoje, há expectativa de divulgação do Índice de Atividade Nacional, nos EUA, e dados de confiança do consumidor na zona do euro.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, com a previsão de arrecadar R$ 20 bilhões em 2024, e até R$ 54 bilhões até 2026, a taxação dos investimentos da parcela mais rica da população deverá ser votada nesta terça-feira (24) na Câmara dos Deputados. Desde o último dia 14, o projeto de lei em regime de urgência tranca a pauta na Casa. Na seara econômica, os destaques de hoje são o relatório Focus e o monitor do PIB.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.