Nos últimos dias, os mercados mundiais vivem uma onda otimista com a possibilidade de cortes de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) na reunião de setembro. Foi assim no fechamento de ontem (19) e está assim nesta manhã de terça-feira (20), com os índices futuros de Nova York em trajetória positiva.
É dado como certo por agentes de que o BC norte-americano vai cortar os juros. A dúvida é a dose – se 0,50 ponto percentual ou 0,25 p.p. A maioria aposta no corte menor. Atualmente, as taxas de juros por lá estão entre 5,25% e 5,50% ao ano.
Nesta semana, ocorre o simpósio de Jackson Hole, em Wyoming, que reúne a nata do mercado financeiro mundial. Na sexta-feira (23), está previsto discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, e a expectativa é de que ele aborde o assunto juros.
Na prática, juros menores nos Estados Unidos significam mais dinheiro circulando por outros mercados, como o brasileiro. Isso porque os investidores saem do Tesouro americano em busca de melhores rentabilidades em países emergentes, como o Brasil.
Por aqui, com a agenda de indicadores esvaziada, as atenções se voltam para as falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em um evento de um grande banco, em São Paulo.
Brasil
O Ibovespa renovou o recorde de fechamento ontem (19), ao encerrar o pregão com alta de 1,36%, aos 135.777 pontos. No momento mais alto do dia, o principal indicador da Bolsa brasileira chegou a registrar 136.179 pontos, perdendo um pouco do fôlego antes do fechamento.
Anteriormente, a máxima de fechamento era de 134.193,72 pontos, apurada em 27 de dezembro de 2023. No mês, o Ibovespa já avança 6,37%. No acumulado do ano, também registra ganhos de 1,19%.
Segundo analistas, a renovação da máxima se deve ao mercado externo e à expectativa de queda de juros nos Estados Unidos. Os agentes acreditam que o Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) vai mesmo cortar os juros na reunião de setembro. Só resta saber se em 0,50 ponto percentual ou 0,25 p.p.
Já o dólar comercial fechou o dia em queda forte, de 1,07%, vendido a R$ 5,409.
Europa
As bolsas europeias operando majoritariamente no campo positivo nesta manhã, com investidores aguardando dados de inflação da zona do euro.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,54%
DAX (Alemanha): +0,26%
CAC 40 (França): +0,32%
FTSE MIB (Itália): +0,41%
STOXX 600: +0,16%
Estados Unidos
Os índices futuros dos Estados Unidos mantêm a trajetória positiva nesta manhã. Ontem, o S&P 500 e o Nasdaq computaram o oitavo dia consecutivo de ganhos, maior sequência positiva no ano.
Dow Jones Futuro: +0,01%
S&P 500 Futuro: +0,06%
Nasdaq Futuro: +0,10%
Ásia
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta, acompanhando a recuperação de Wall Street. Os ganhos da região foram liderados pelo índice Nikkei, de Tóquio, que ganhou 1,8% para 38.062,92, impulsionado por ações de serviços públicos e assistência médica.
As taxas preferenciais de empréstimos da China foram mantidas em 3,35% para o LPR de um ano e 3,85% para o LPR de cinco anos.
Shanghai SE (China), -0,93%
Nikkei (Japão): +1,80%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,33%
Kospi (Coreia do Sul): +0,83%
ASX 200 (Austrália): +0,22%
Petróleo
Os preços do petróleo recuam à medida que crescem as esperanças de cessar-fogo no Oriente Médio.
Petróleo WTI, -1,17%, a US$ 73,50 o barril
Petróleo Brent, -1,22%, a US$ 76,71 o barril
Agenda
Não há indicadores importantes previstos na agenda internacional.
Por aqui, no Brasil, no campo político, o Plenário do Senado dará continuidade nesta terça, às 14h, à deliberação do projeto de lei que trata do regime de transição para o fim da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia. Na sessão de quinta-feira (15), o relator do PL 1.847/2024, senador Jaques Wagner (PT-BA), apresentou seu substitutivo aos demais senadores. Na ocasião, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, acatou o pedido de seguir com a discussão da matéria na sessão deliberativa desta terça. A matéria tem sido motivo de ampla negociação entre o Senado e o Executivo. Não há indicadores relevantes previstos na agenda de hoje.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg